terça-feira, 30 de setembro de 2014

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Mt 18,1-5.10 - 02.10.2014 - Os seus anjos nos céus vêem sem cessar a face do meu Pai que está nos céus.

Pai,
poupa-me de cair na tentação
de querer fazer-me grande aos olhos do mundo,
pois a verdadeira grandeza consiste
em fazer-me amigo e servidor do meu próximo.
Branco. Santos Anjos da Guarda, Memória

Evangelho - Mt 18,1-5.10

Os seus anjos nos céus vêem sem cessar a face do meu Pai que está nos céus.

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 18,1-5.10

Naquela hora,
1Os discípulos aproximaram-se de Jesus
e perguntaram:
"Quem é o maior no Reino dos Céus?"
2Jesus chamou uma criança, colocou-a no meio deles
3e disse:
"Em verdade vos digo,
se não vos converterdes,
e não vos tornardes como crianças,
não entrareis no Reino dos Céus.
4Quem se faz pequeno como esta criança,
esse é o maior no Reino dos Céus.
5E quem recebe em meu nome uma criança como esta,
é a mim que recebe.
10Não desprezeis nenhum desses pequeninos,
pois eu vos digo que os seus anjos nos céus
vêem sem cessar a face do meu Pai que está nos céus.
Palavra da Salvação.
Fonte CNBB



Reflexão - Mt 18, 1-5.10

Este trecho do Evangelho que nos é proposto pela Igreja na comemoração da memória dos santos Anjos da Guarda é um paralelo ao trecho que meditamos ontem, porém nos apresenta um acréscimo muito importante, que não podemos desconsiderar: a assistência que Deus concede a todos os que são pequenos e a necessidade que existe de valorizarmos aqueles que são os desvalidos do mundo, pois os seus anjos no céu vêem sem cessar a face de Deus. Devemos receber em nome de Jesus todas as crianças, assim como todos os demais desvalidos e excluídos da sociedade para recebermos o próprio Cristo, presente neles.
Fonte CNBB



QUEM É O MAIS IMPORTANTE Mt 18,1-5.10
HOMILIA

Se vocês não mudarem de vida e não ficarem iguais às crianças, nunca entrarão no Reino do Céu."   Para entrar no Reino do Céu, é preciso mudar de vida. Sair desta vida que você está levando, e passar  para o outro lado.  Parar de fazer estas coisas que você faz, de freqüentar aqueles lugares, e cortar as relações de amizades com aquelas pessoas.  Para que?  Para o seu bem. A vida que você está levando não é vida! Porque viver preocupado se estará vivo no momento seguinte, não é viver, isso não é vida, mas sim, é ser um morto vivo. Ah! Nada disso está acontecendo com você? Maravilha! Então desconsidere tudo que leu até aqui. Para entrar no Reino do Céu é preciso tornar-se inocente como uma criança. E para conseguir isso só mudando de vida, mesmo que a sua vida não esteja aparentemente tão mal. Os discípulos estavam muito preocupados em saber qual deles era o mais importante, o mais poderoso. Jesus lhes mostra que  em vez de se preocupar em ser importante, em vez de ter uma aspiração ao poder, eles deveriam assumir a sua condição de fragilidade que leva, com humildade, ao abandono nas mãos de Deus e à solidariedade com seus semelhantes.
        Hoje por aqui em nossa volta acontecem coisas semelhantes. As pessoas vivem preocupadas em ver suas fotos na coluna social, em serem reconhecidas como grandes personalidades, sendo respeitadas como poderosas, que ocupam os mais altos degraus na escala social. Jesus vai nos mostrar no evangelho de hoje que isso tudo é uma grande besteira, uma grande ilusão.  Ser simples e puros como uma criança é que o mais importante, pois estamos desta vida de passagem. E tudo que fazemos aqui, deve ter em vista a outra vida, a qual é eterna. Porém a maioria das pessoas não querem  saber de nada disso, e só pensam em aproveitar o máximo o momento presente da melhor maneira possível. Mais, essa maneira pela qual estão aproveitando a vida, está afastando essas pessoas da outra parte da existência que por sinal é a mais longa, pois é a parte que dura para  sempre.
        O mais importante é aquele ou aquela que se fizer o menor, o mais humilde, o mais disponível para ajudar os necessitados, aquele que  perdoa, o que não se julga melhor que ninguém, que não humilha os outros, que pede desculpas, que ouve o irmão falar seus problemas.
Pai, poupa-me de cair na tentação de querer fazer-me grande aos olhos do mundo, pois a verdadeira grandeza consiste em fazer-me amigo e servidor do meu próximo.
Fonte Padre Bantu Mendonça Katchipwi Sayla

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Lc 9,57-62 - 01.10.2014 - Eu te seguirei para onde quer que fores.

Pai,
torna-me apto para o serviço do teu Reino,
dando-me as virtudes necessárias
para não me desviar do caminho traçado por ti,
mesmo devendo pagar um alto preço por isso.
Branco. 4ª-feira da 26ª Semana Tempo Comum
Sta. Teresinha do Menino Jesus VgDra, memória

Evangelho - Lc 9,57-62

Eu te seguirei para onde quer que fores.

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas 9,57-62

Naquele tempo:
57Enquanto estavam caminhando,
alguém na estrada disse a Jesus:
'Eu te seguirei para onde quer que fores.'
58Jesus lhe respondeu:
'As raposas têm tocas e os pássaros têm ninhos;
mas o Filho do Homem não tem onde repousar a cabeça.'
59Jesus disse a outro: 'Segue-me.'
Este respondeu: 'Deixa-me primeiro ir enterrar meu pai.'
60Jesus respondeu:
'Deixa que os mortos enterrem os seus mortos;
mas tu, vai anunciar o Reino de Deus.'
61Um outro ainda lhe disse: 'Eu te seguirei, Senhor,
mas deixa-me primeiro despedir-me dos meus familiares.'
62Jesus, porém, respondeu-lhe:
'Quem põe a mão no arado e olha para trás,
não está apto para o Reino de Deus.'
Palavra da Salvação.
Fonte CNBB



Reflexão - Lc 9, 57-62

Seguir Jesus significa muito mais do que ser um repetidor doutrinário, significa ser capaz de assumir o seu Projeto como algo próprio, ser capaz de olhar para o futuro e visualizar o Reino de Deus, fundamentar a própria existência nesse Reino, fazer da esperança da sua realização o motor propulsor da própria vida e entregar-se de corpo e alma, com tudo o que se é e que se tem na luta em prol da plena realização desse Projeto, renunciando a todas as conquistas humanas obtidas e a todas as formas de segurança que este mundo pode oferecer. É ser totalmente livre de todos os apegos deste mundo para amar a Deus de forma total e exclusiva e fazer desse amor a grande motivação da construção do Reino e a causa da própria felicidade.
Fonte CNBB



O JEITO DE SEGUIR JESUS Lc 9,57-62
HOMILIA

Jesus usa essa pequena parábola para ilustrar o caminho do discipulado. Ser seu discípulo é tornar-se alguém tão concentrado em sua missão quanto o agricultor que ara sua terra. Não é possível olhar para trás, ter outras preocupações ou distrações. Envolver-se com o reino de Deus significa “já” estar com a mão no arado e não se pode perder tempo nenhum. Jesus é mais exigente que Elias, pois enquanto este permitiu que Eliseu fosse despedir-se de seus familiares, nem isso Jesus consente. É nessa radicalidade que este voluntário é surpreendido. Não se pode esperar o pai morrer, mas também não se pode nem despedir-se dele. O discipulado exige um engajamento imediato. Este homem foi confrontado com a radicalidade nua e crua da “urgência” com que se deve tratar o discipulado e o reino de Deus.
Novamente, como nos dois diálogos anteriores, não há resposta por parte da pessoa que conversa com Jesus. Sua reação? Não sabemos; fica apenas o silêncio. Um silêncio que pode ocultar uma multidão de pensamentos.
Este é um dos textos mais enfáticos sobre o seguimento de Jesus em todo o Novo Testamento. Ele apresenta a questão de que para ser discípulo de Jesus devemos pagar um “preço” e temos que ter consciência da “urgência” de seu chamado.
O “preço” a pagar é a certeza de que seguimos um Senhor que, embora seja dono de todo o universo, foi rejeitado e humilhado. Nossa vida não será diferente da dEle. Ser discípulo de Jesus significa assumir a disposição de ter uma vida simples, até mesmo com algumas necessidades, passar por incompreensões, às vezes estar sozinho nas lutas. Se não for assim, não estaremos aptos para seguir ao Senhor Jesus.
Levar o nome de cristão também implica em colocar o reino de Deus como prioridade em nossa existência. O texto ilustra isso de um modo chocante: nossas relações familiares. Se não estivermos dispostos a pagar o “preço” de colocar Jesus acima de “tudo”, até mesmo da família, e de assumir essa decisão com rapidez, pois o reino de Deus exige “urgência”, não conseguiremos ser discípulos. Você já pensou nisso? Já fez essa decisão?
É importante notar que o texto não apresenta nomes. Todas as três pessoas são desconhecidas. Você sabe por quê? Para que analisemos nossas vidas e vejamos se nosso nome não deve aparecer no lugar daquelas pessoas devido ao nosso comportamento idêntico ao delas. Será que seu nome deve ser colocado no lugar do primeiro homem? Ou no do segundo? Talvez você se assemelhe ao terceiro? Essa é uma questão que só você pode responder.
As respostas que você der a esse texto definirão se você pode viver como discípulo conforme ilustrado em 9,51-56 e 10,1-12. Você tem conseguido viver com alegria como discípulo de Jesus?
Pai torna-me apto para o serviço do teu Reino, dando-me as virtudes necessárias para não me desviar do caminho traçado por ti, mesmo devendo pagar um alto preço por isso.
Fonte Padre Bantu Mendonça Katchipwi Sayla

domingo, 28 de setembro de 2014

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Lc 9,51-56 - 30.09.2014 - Ele tomou a firme decisão de partir para Jerusalém.

Pai,
livra-me de ser levado por impulso e pelas paixões
ao me deparar com quem se recusa
a acolher a mensagem do Reino.
Que a minha mansidão possa conquistá-lo para ti.
Branco. 3ª-feira da 26ª Semana Tempo Comum
São Jerônimo, presb.

Evangelho - Lc 9,51-56

Ele tomou a firme decisão de partir para Jerusalém.

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas 9,51-56

51Estava chegando o tempo de Jesus ser levado para o céu.
Então ele tomou a firme decisão de partir para Jerusalém
52e enviou mensageiros à sua frente.
Estes puseram-se a caminho
e entraram num povoado de samaritanos,
para preparar hospedagem para Jesus.
53Mas os samaritanos não o receberam,
pois Jesus dava a impressão de que ia a Jerusalém.
54Vendo isso, os discípulos Tiago e João disseram:
'Senhor, queres que mandemos descer fogo do céu
para destruí-los?'
55Jesus, porém, voltou-se e repreendeu-os.
56E partiram para outro povoado.
Palavra da Salvação.
Fonte CNBB



Reflexão - Lc 9, 51-56

A mentalidade dos homens é bem diferente da mentalidade de Deus e o Evangelho de hoje nos mostra muito bem essa verdade. Deus não abandona o homem ao poder do pecado e da morte, mas vem em seu socorro através do seu próprio Filho que, com sua morte, destrói o pecado e a morte, e conquista para todos nós a vida. Os apóstolos agem de maneira completamente diferente. Diante da resistência do povo da Samaria em receber Jesus, querem que caia fogo do céu e devore a todos. Os homens querem punição e morte, enquanto Deus quer misericórdia e vida.
Fonte CNBB



OS SAMARITANOS NÃO RECEBEM JESUS Lc 9,51-56
HOMILIA

Lucas inicia a narrativa da caminhada de Jesus da Galiléia a Jerusalém. Jesus toma a firme decisão de se dirigir ao centro do judaísmo, Jerusalém e o Templo, para ali fazer seu anúncio libertador, em um confronto direto com o estado teocrático judaico. Jesus sabia que com tal decisão arriscava sua própria vida. "Ia se completando o tempo para ser elevado ao céu": com esta afirmativa Lucas prepara sua própria e original narrativa da Ascensão que será feita no livro de Atos. Ao atravessarem a Samaria, os discípulos enviados a um povoado para preparar hospedagem devem ter cometido um equívoco. Com sua visão triunfalista tradicional devem ter falado de um Jesus glorioso, restaurador de Israel, o que suscitou a rejeição dos moradores, que eram discriminados pelos judeus. E, ainda, com espírito vingativo, estes discípulos queriam um fogo do céu para destruí-los. Jesus repreende-lhes esta sua ideologia. O problema não estava nos samaritanos, mas na cegueira dos discípulos enviados. O próprio Lucas, na parábola do samaritano, e, depois, João em seu evangelho destacam a acolhida dos samaritanos a Jesus.
Neste Evangelho, mais uma vez Jesus mostrou que Deus não quer exterminar ninguém, e não se compraz em liquidar com as pessoas. Ele seguia firme para Jerusalém a fim de completar a Sua missão e sabia que a hora da sua entrega já estava chegando. Porém, teria que ir, primeiro, para Jerusalém, ser aclamado como Rei, e depois, ser condenado à morte pelo mesmo povo que o aplaudira. Ele tinha consciência da sua missão. Os discípulos que O acompanhavam não estavam entendendo nada. Os samaritanos, porque não se davam bem com os judeus não aceitaram hospedar Jesus no povoado da Samaria.
Os discípulos, prepotentes como todos nós, insinuaram para que Jesus fizesse algo contra os samaritanos. Queriam aproveitar-se do poder de Jesus para revidarem aos samaritanos. Jesus, porém não os aprovou e os repreendeu. Mesmo tendo todo o poder Jesus sabia ter bom senso e mudou a sua rota evitando assim o confronto com os samaritanos. Que lição de humildade Jesus nos dá: nós não nos conformamos quando somos rejeitados por alguém e queremos logo dar o troco, nos valendo muitas vezes da nossa posição social, ou financeira, achamos que podemos “mandar descer fogo do céu” para prejudicar a quem nos feriu.
Qual a lição que você tira para a sua vida? – Você é uma pessoa vingativa que quer dar o troco seja de que jeito for? – Você aceita perder numa discussão, num jogo, numa competição? – Você, é daquelas pessoas que evitam os conflitos ou dão tudo por uma confusão? – Você gosta de se aproveitar de situações que o privilegiam.
Pai, livra-me de ser levado por impulso e pelas paixões ao me deparar com quem se recusa a acolher a mensagem do Reino. Que a minha mansidão possa conquistá-lo para ti.
Fonte Padre Bantu Mendonça Katchipwi Sayla

sábado, 27 de setembro de 2014

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Jo 1,47-51 - 29.09.2014 - Vereis o céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do Homem.

Pai,
leva-me a conhecer,
cada vez mais profundamente,
a identidade de teu Filho Jesus,
e a fazer-me discípulo dele,
de modo a compartilhar sua missão.
Branco. São Miguel, São Gabriel e São Rafael, Arcanjos, Festa

Evangelho - Jo 1,47-51

Vereis o céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do Homem.

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João 1,47-51

Naquele tempo,
47Jesus viu Natanael que vinha para ele e comentOu:
"Aí vem um israelita de verdade,
um homem sem falsidade".
48Natanael perguntOu:
"De onde me conheces?"
Jesus respondeu:
"Antes que Filipe te chamasse,
enquanto estavas debaixo da figueira,
eu te vi".
49Natanael respondeu:
"Rabi, tu és o Filho de Deus,
tu és o Rei de Israel".
50Jesus disse:
"Tu crês porque te disse:
Eu te vi debaixo da figueira?
Coisas maiores que esta verás!"
51E Jesus continuou:
"Em verdade, em verdade, eu vos digo:
Vereis o céu aberto
e os anjos de Deus subindo e descendo
sobre o Filho do Homem".
Palavra da Salvação.
Fonte CNBB



Reflexão - Jo 1, 47-51
Muitas vezes, nós nos sentimos espantados com o que conhecemos sobre o poder de Deus, mas devemos ter consciência de que de fato devemos nos maravilhar muito mais, uma vez que não conhecemos quase nada sobre este poder. Uma das grandes manifestações do poder de Deus, e que de fato nos fascina, é a existência dos anjos, essas criaturas maravilhosas que assistem diante de Deus e sempre estão presentes também nas nossas vidas, como o caso dos arcanjos que festejamos hoje e que têm a sua existência e a sua ação descritas nas Sagradas Escrituras.
Fonte CNBB



JESUS CHAMA FILIPE E NATANAEL Jo 1,47-51
HOMILIA

São João nos apresenta um Jesus conhecedor de tudo e de todos. Que não precisa que alguém lhe conte e mostre quem são as pessoas com que Ele se relaciona. Deus conhece todas as ações humanas, e Ele é o justo Juíz, e seu Reno não terá im. O mal um dia será vencido e não mais estará presente entre os homens. Mas isto somente vai acotecer quando vereis o céu aberto e os Anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do Homem. Todavia somos convidados ja a nos alegrarmos : por isso, alegra-te ó céu, e todos os que viveis nele. O convite é extensivo aos coros celestes, serafins, arcanjos e anjos. É Cristo quem nos chama para estar junto dele e participar de sua obra redentor.
Filipe não tinha guardado para si a grande alegria de ter tido a dita de encontrar o Messias anunciado pelos Profetas, mas comunicara-a a seu amigo Natanael, que se mostrou incrédulo em face da procedência humilde de Jesus, filho dum carpinteiro de Nazaré, quando o Messias devia ser descendente de David e procedente de Belém. Filipe não se desmoraliza com as razoáveis objecções do amigo e também não confia nas explicações que o seu próprio engenho poderia excogitar; opta por convidar o amigo a aproximar-se pessoalmente de Jesus: “vem e verás” (v. 46).
Passemos agora para o nome Natanael. Biblicamente ele é de origem semítico que significa dom de Deus. Foi um dos Doze Apóstolos (cf. Jo 21, 2). É bem provavel tenha cido Bartolomeu, o qual teria dois nomes, sendo este último um nome patronímico (filho de Tolmay), como o patronímico de Simão Pedro, Baryona (filho de Jonas). Esta identificação é deduzida dos diversos catálogos dos Apóstolos que nos deixaram os Sinópticos, onde Bartolomeu sempre se segue a Filipe, aquele Apóstolo que levou Natanael a Jesus .
Eu vi-te, debaixo da figueira”. Natanael sentiu que o olhar de Jesus penetrava os mais profundos recônditos da sua alma, pois algo de significativo devia ter passado no seu coração naquela hora e naquele local exacto a que Jesus se referia, e que só Deus podia conhecer.
Natanael é um israelita fiel à tradição da Lei, e parece não ter idéia da ruptura de João Batista com as instituições do judaísmo. A fala de Jesus a Natanael, quando estavas debaixo da figueira, eu te ví, remete ao profeta Zacarias: Naqueles dias convidar-vos-ei, uns aos outros, debaixo da figueira. (Zc 3,10). Corresponda ou não, verdade é que, Natanael vê-se descoberto e então respondendo professa a sua fé em Jesus: Mestre, Tu é o Filho de Deus, Rei de Israel. Tanto uma palavra quanto outra fazem parte dos títulos messiânicos procedentes do Salmo 2. A intencionalidade do Evangelho revela-se ao apresentar, desde a primeira hora, confissões explícitas de fé em Jesus.
E com a expressão: Então vereis o céu aberto e os Anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do Homem, esconde e ao mesmo tempo revela duma forma muito clara e expressiva de que Jesus é o Mediador entre o Céu e a terra, ficando assim os Céus abertos para a humanidade. Ele é a porta pela qual os homens têm acesso ao Pai. É a escada de Jacob, pela qual subiam e desciam os Anjos na visão de Jacob (Gn 28,12).
Portanto assim como Natanael, reconhece em Jesus o caminho a verdade e a vida proclamemos bem alta, Senhor, tu és o Filho do Homem, o Rei de Israel, para que no final possamos ver o céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo sobre Ele e com Ele reinemos eternamente. Amén!
Fonte Padre Bantu Mendonça Katchipwi Sayla

sexta-feira, 26 de setembro de 2014

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Mt 21,28-32 - 28.09.2014 - Arrependeu-se e foi. Os cobradores de impostos e as prostitutas vão entrar antes de vós no Reino do céu.

Pai,
quero ser para ti um filho que escuta a tua Palavra
e se esforça para cumpri-la com sinceridade.
Que a minha resposta a teu apelo
não seja pura formalidade.
Verde. 26º DOMINGO Tempo Comum

Evangelho - Mt 21,28-32

Arrependeu-se e foi. Os cobradores de impostos e as prostitutas vão entrar antes de vós no Reino do céu.

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 21,28-32

Naquele tempo, Jesus disse aos sacerdotes
e anciãos do povo:
28Que vos parece?
Um homem tinha dois filhos.
Dirigindo-se ao primeiro, ele disse:
`Filho, vai trabalhar hoje na vinha!'
29O filho respondeu: `Não quero'.
Mas depois mudou de opinião e foi.
30O pai dirigiu-se ao outro filho e disse a mesma coisa.
Este respondeu: `Sim, senhor, eu vou'.
Mas não foi.
31Qual dos dois fez a vontade do pai?'
Os sumos sacerdotes e os anciãos do povo responderam:
'O primeiro.'
Então Jesus lhes disse: 'Em verdade vos digo,
que os publicanos e as prostitutas
vos precedem no Reino de Deus.
32Porque João veio até vós, num caminho de justiça,
e vós não acreditastes nele.
Ao contrário,
os publicanos e as prostitutas creram nele.
Vós, porém, mesmo vendo isso,
não vos arrependestes para crer nele.
Palavra da Salvação.
Fonte CNBB



REFLEXÃO
Duas atitudes diante do chamado de Deus.

Como está o nosso sim ou a nossa adesão a Deus? A teologia da retribuição faz parte de uma mentalidade que perpassa quase todo o Antigo Testamento. O trecho do livro do profeta Ezequiel nos põe às portas da primeira deportação dos judeus para a Babilônia, em 597 a.C. A deportação mais importante foi a do ano 587 a.C., e a terceira foi em 582 a.C. Ante a iminência do exílio, o povo de Deus blasfema pondo em Deus a culpa de seu fracasso. Mas Deus não se cala; nem sempre Deus silencia. É Ele quem revela as faltas do seu povo. O exílio é o fruto podre das alianças políticas equivocadas e consequência do abandono, por parte do povo, do Deus que os havia libertado da casa da servidão. A injustiça que eles cometeram foi abandonar os mandamentos do Senhor para seguir suas próprias inclinações más. É preciso compreender que Deus não nos trata segundo as nossas faltas, nem é Ele que está na origem de nossos males. Deus provoca a conversão e acolhe todo pecador que se converte. Nesse sentido, o texto de hoje do profeta Ezequiel é um apelo à conversão.
A parábola dos dois filhos representa duas atitudes diante do chamado de Deus. Essa parábola é a sequência do diálogo com os sumos sacerdotes e anciãos em que eles perguntam a Jesus, perplexos pela sua atitude de expulsar do Templo os cambistas e os comerciantes (Mt 21,12-16), quanto à origem de sua autoridade: “quem te concedeu essa autoridade?” (v. 23). A pergunta deles revela a resistência em reconhecer a origem divina de Jesus. Desejam desmascarar Jesus, mas diante de Jesus é a máscara deles que cai por terra. O filho que diz não ao seu pai e, depois, acaba indo trabalhar na vinha, vale mais do que aquele que diz sim, mas não obedece. Um homem de verdade é reconhecido por seus atos, não por suas intenções. Imaginemos um banquete em que os lugares eram distribuídos em função da dignidade das pessoas. O anúncio de Jesus significa que os publicanos e as prostitutas, cujas vidas, num primeiro momento, representavam um não a Deus, ocupam, no Reino dos Céus, o lugar reservado aos sumos sacerdotes e aos anciãos. Por quê? Por que eles ouviram a pregação de João Batista e se converteram. Os sumos sacerdotes e os anciãos, ao contrário, resistiram em crer em João, como resistem em crer em Jesus, apesar de terem visto as boas obras, e não se converteram.
Fonte Carlos Alberto Contieri, sj - Paulinas



OS DOIS FILHOS Mt 21,28-32
HOMILIA

Os cobradores de impostos e as prostitutas vos precedem no reino dos céus, disse Jesus às autoridades judaicas que o escutavam no Templo. Podemos imaginar o escândalo que estas palavras causaram aos ouvidos dos “justos” de Israel! Ser precedido nos céus por uma prostituta ou um cobrador de impostos?!  No tempo de Jesus, os cobradores de impostos eram totalmente desonestos. Não poderia se ouvir ofensa maior. Ser colocado para trás logo por quem? Por pessoas de má fama?
            Mas, por que Jesus reprova tanto estes sacerdotes e anciãos? Onde foi que eles erraram? Exatamente na incoerência entre o “falar” e o “fazer”. E Jesus mostra isso claramente com a parábola dos dois filhos. Nela, para ambos os filhos, o pai pede cordialmente que trabalhem na vinha. O primeiro se prontifica imediatamente: “Sim, Senhor!”, mas não move uma palha. O segundo está decidido: “Não quero!”, mas pensa melhor e aparece lá para trabalhar.
            No primeiro filho, as palavras são boas e gentis, mas falta a sua realização. No segundo, as palavras até parecem brutas, mas a ação é boa. As palavras por si só não salvam, é preciso praticá-las. O próprio Jesus já havia alertado: “Não quem me diz: Senhor, Senhor, entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade do meu Pai que está nos céus” (Mt 7,21). Já o exemplo do segundo filho é autêntico: ele cumpre a vontade do pai não com palavras, mas com ações.
            Os chefes judaicos até que estavam de acordo que a vontade do Pai só pudesse ser cumprida com ações, mas não estavam de acordo de jeito nenhum com a aplicação que Jesus fizera desta parábola. Assim, percebemos que tipo de distância abismal havia entre o dizer e o fazer na religiosidade farisaica e que é tão viva ainda hoje. A reprovação de Jesus é dirigida a quem dá mais valor às aparências do que à essência, mais às palavras que à prática, mas ao exterior que ao interior. Se formos fazer um exame de consciência bem feito, vamos perceber imediatamente como somos fariseus, como o primeiro filho pronto a dizer “sim” com os lábios, mas a não fazer quase nada quando o assunto é cumprir a vontade de Deus.
            A exortação de Jesus se torna ainda mais provocante, como já dissemos acima, porque contrapõe aos seus interlocutores os publicanos e as prostitutas. Para os chefes dos judeus, o fato de serem mencionados juntamente com pessoas dessa classe era muito ofensivo. Eles desprezavam e excluíam totalmente estas pessoas. Jesus, pelo contrário, vê nelas o segundo filho. Num primeiro momento, deram um não, mas depois se arrependeram e fizeram a vontade do Pai. Jesus não aprova o modo de vida delas, mas reconhece a acolhida que elas deram à mensagem de conversão de João Batista e a julga como o cumprimento da vontade de Deus.
            Jesus afirma que só aquele que reconhece o seu pecado pode se arrepender; aquele que se acha justo, um auto-suficiente, seguro de sua justiça, nunca vai reconhecer que erra. De fato, foi isto o que aconteceu pela pregação de João Batista: os fariseus o rejeitaram, enquanto os pecadores se arrependeram e se converteram. Aqueles, de fato, não se agradaram em ouvi-lo, estavam fechados ao Evangelho e só quem se deixa tocar pelo Evangelho, se afasta de si mesmo (já que, no fundo, a religiosidade farisaica é o agradar a si mesmo, pelo próprio comportamento, pelas próprias ações) e se abandona à vontade de Deus.
            Até que os fariseus faziam boas e muitas ações, pois observavam a lei de Moisés, mas esqueciam a parte fundamental: reconhecer os sinais da presença de Deus, primeiramente em João Batista, depois em Jesus. Descobrimos assim que a manifestação concreta da vontade de Deus não coincide nunca com aquilo que nós desejamos e que já pré-estabelecemos como o nosso bem, mas tem sempre a ver com a fé, uma fé que envolve todo o nosso ser e se concretiza numa pequena, simples, mas dificílima ação. O importante não é, portanto, fazer alguma coisa, mas fazer aquilo que Deus quer que nós façamos pela obediência da fé.
            Pai, quero ser para ti um filho que escuta a tua Palavra e se esforça para cumpri-la com sinceridade. Que a minha resposta ao teu apelo não seja pura formalidade.
Fonte Padre Bantu Mendonça Katchipwi Sayla

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Lc 9,43b-45 - 27.09.2014 - O Filho do Homem vai ser entregue nas mãos dos homens. Eles tinham medo de fazer perguntas sobre o assunto.

Pai,
dá-me a graça de considerar
a paixão de Jesus
a partir de teu modo de pensar.
Só então compreenderei
que se tratou da prova máxima
de fidelidade a ti.
Branco. Sábado da 25ª Semana Tempo Comum
S. Vicente de Paulo, Pb, memória

Evangelho - Lc 9,43b-45

O Filho do Homem vai ser entregue nas mãos dos homens. Eles tinham medo de fazer perguntas sobre o assunto.

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas 9,43b-45

Naquele tempo:
43bTodos estavam admirados
com todas as coisas que Jesus fazia.
Então Jesus disse a seus discípulos:
44'Prestai bem atenção às palavras que vou dizer:
O Filho do Homem vai ser entregue nas mãos dos homens.'
45Mas os discípulos não compreendiam o que Jesus dizia.
O sentido lhes ficava escondido,
de modo que não podiam entender;
e eles tinham medo de fazer perguntas sobre o assunto.
Palavra da Salvação.
Fonte CNBB



Reflexão - Lc 9, 43b-45

Muitas pessoas encontram dificuldades para compreender o que Jesus nos fala, e essas dificuldades existem porque verdadeiramente não conhecem Jesus e não comungam as suas propostas e os seus valores. A única contribuição que podemos dar para que essas pessoas possam compreender Jesus é, auxiliados pela graça divina, nos lançarmos num verdadeiro trabalho missionário, juntamente com toda a Igreja, no sentido de possibilitar às pessoas um verdadeiro encontro com o Divino Mestre, a fim de que possam de fato conhecê-lo, compreender a sua Palavra e viver o seu Evangelho.
Fonte CNBB



JESUS FALA DA SUA MORTE Lc 9,43b-45
HOMILIA

Cristo insiste em anunciar a Sua Paixão e Morte. Primeiro veladamente à multidão, e depois com mais clareza aos discípulos no Evangelho de hoje. Estes, porém, não entendem as Suas palavras, não porque não sejam claras, mas pela falta das disposições adequadas, pela falta de fé. Talvez você também fique chocado: como é possível o Filho do dono da vida morrer? Se isso tiver de acontecer contigo é sinal de que ainda não chegou para ti o entendimento pleno do mistério do sofrimento, o significado da cruz. E então deves escutar o comentário de São João Crisóstomo: “Ninguém se escandalize ao contemplar uns Apóstolos tão imperfeitos, porque ainda não tinha chegado a Cruz nem tinha sido dado o Espírito Santo.”
            Os discípulos tinham uma admiração e carinho extraordinários por Jesus. Percebendo isso, Jesus avisou-os: O Filho do Homem será entregue aos homens. Para nós, que sabemos o que Jesus passou da Quinta-feira Santa até a Crucificação, essa frase de Jesus é muito clara, mas o que tem de mais interessante no Evangelho de hoje é fazer o exercício de se colocar no lugar dos discípulos, e tentar entender o que se passava em seus corações e mentes.
            O Evangelho de Lucas diz que os discípulos não alcançaram o sentido, e tinham medo de perguntá-lo a respeito. Eles não alcançaram o sentido porque não se passava em suas cabeças que Jesus poderia ser entregue à morte! E tinham medo de perguntá-lo porque sabiam que não iriam gostar do que iriam ouvir.
            Os discípulos admitiram a fragilidade de não fazerem perguntas a Jesus sobre esse assunto porque tinham medo. Será que nós também não temos medo de saber sobre algum assunto desagradável? Se os discípulos tivessem perguntado a Jesus sobre o que Ele estava falando, certamente poderiam ter se preparado melhor para os acontecimentos… Se o exame tivesse sido analisado a tempo, uma vida poderia ter sido salva… Se o assunto delicado tivesse sido conversado com calma, talvez muitos aborrecimentos pudessem ter sido evitados.            É preciso que o Filho do Homem seja entregue nas mãos dos homens para que nós tenhamos a vida e vida em plenitude. E quem no-lo confirma é o próprio Jesus: se o grão de trigo caído na terra não morre, permanece só. Mas se morre dá muito fruto. Permita que te diga meu irmão, a vida autêntica vai ser entregue nas mãos dos homens, para que os homens a possuam. Pois, na lógica humana, só é vivo quem tem a vida e para nós a termos é necessário que alguém a conceda. E então se justifica a entrega da vida de Jesus aos homens. No Evangelho segundo João 10,10 Jesus diz: eu vim para que tenham vida, e a tenham em abundância. Como a teríamos em plenitude se Ele não morresse na cruz?
Senhor, dá-me a graça de entender que a vida autêntica de fé e de missão é entrega e doação plena como vós mesmos fizestes. Que eu seja um dom, uma doação para os meus irmãos e irmãs. O mistério da Cruz, que não é outro senão o mistério Pascal da salvação do mundo em Cristo morto e ressuscitado domina toda a vida de Jesus. Para os discípulos de todos os tempos, ele será sempre uma realidade misteriosa, difícil de ser acreditada. No entanto, é n’Ele que se revela todo o mistério de Jesus Cristo, Filho de Deus, Salvador.
Fonte Padre Bantu Mendonça Katchipwi Sayla

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Lc 9,18-22 - 26.09.2014 - Tu és o Cristo de Deus. O Filho do Homem deve sofrer muito.

Pai,
só tu podes revelar-me
a identidade de teu Filho Jesus.
Que eu a conheça de forma verdadeira
para poder conformar com ela a minha vida.
Verde. 6ª-feira da 25ª Semana Tempo Comum

Evangelho - Lc 9,18-22

Tu és o Cristo de Deus.
O Filho do Homem deve sofrer muito.

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas 9,18-22

Aconteceu que,
18Jesus estava rezando num lugar retirado,
e os discípulos estavam com ele.
Então Jesus perguntou-lhes:
'Quem diz o povo que eu sou?'
19Eles responderam: 'Uns dizem que és João Batista;
outros, que és Elias; mas outros acham
que és algum dos antigos profetas que ressuscitou.'
20Mas Jesus perguntou: 'E vós, quem dizeis que eu sou?'
Pedro respondeu: 'O Cristo de Deus.'
21Mas Jesus proibiu-lhes severamente
que contassem isso a alguém.
22E acrescentou: 'O Filho do Homem deve sofrer muito,
ser rejeitado pelos anciãos,
pelos sumos sacerdotes e doutores da Lei,
deve ser morto e ressuscitar no terceiro dia.'
Palavra da Salvação.
Fonte CNBB



Reflexão - Lc 9, 18-22

Jesus não é simplesmente um personagem histórico ou um mero objeto da razão humana, é uma pessoa viva, e uma pessoa só pode ser verdadeiramente conhecida através do encontro e do relacionamento. Só conhece verdadeiramente Jesus quem realiza na sua própria vida a experiência do Ressuscitado presente e atuante na sua história pessoal e comunitária, quem descobre que Cristo não é o sobrenome de Jesus, mas quem ele é verdadeiramente: o Messias, o Ungido de Deus, a segunda Pessoa da Santíssima Trindade, o Deus Encarnado, o Redentor de toda a humanidade. Mas é preciso que a descoberta de tudo isso seja de forma existencial, de modo que essas verdades não sejam um conjunto de palavras teóricas e vazias, mas manifestam o que Jesus significa nas nossas vidas.
Fonte CNBB



A AFIRMAÇÃO DE PEDRO Lc 9,18-22
HOMILIA

O Evangelho nos fala que “Jesus estava rezando num lugar retirado e os discípulos estavam com Ele.” À medida que caminhamos com Jesus Ele também nos atrai para um lugar a parte a fim de que possamos conversar com Ele assim como faziam os Seus discípulos. Aí, então, Ele nos vai revelando os projetos do Pai para nós, como também vai se desnudando e, na partilha, na camaradagem, na confiança, sonda o nosso coração para coisas que precisamos entender. O Evangelho de ontem narra a reação de Herodes ante as notícias que se espalhavam sobre Jesus. Após esse episódio, Lucas narra a multiplicação dos pães, e hoje continua com o versículo 18, onde Jesus pergunta o que dizem d’Ele, e o que os discípulos pensam dEle. E o interessante disso tudo é que os discípulos escutavam os mesmos comentários que chegaram aos ouvidos de Herodes que, Jesus era ou João Batista, ou Elias, ou algum dos profetas antigos que ressuscitou. Mas o que Jesus realmente queria saber era o que os seus discípulos pensavam a respeito d’Ele. E nesse momento é Pedro quem se adianta, dizendo: "Tu és o Cristo de Deus!"
        A palavra "Cristo" vem do grego, é uma tradução literal de "Messias", e significa "ungido". Esta resposta de Pedro tem todo um significado, e é sobre isso que vamos refletir hoje.
Na verdade, quando Jesus dirigiu-se aos Seus discípulos e lhes perguntou o que “os outros” diziam Dele, era apenas um pretexto para tocar nesse assunto. O Seu desejo era que os Seus seguidores tivessem consciência de quem Ele era e aprendessem a expor a sua opinião de uma forma consciente e concreta. Em outras palavras, que eles O conhecessem e ao mesmo tempo se conhecessem. O Senhor nos exercita nesse sentido. Saber quem é Jesus e conhecê-Lo intimamente nos garante a possibilidade para que nós também nos conheçamos e, aos pouquinhos, percebamos o plano de Deus para nós e do que precisamos para que a vontade do Pai se realize na nossa vida. Jesus não estava interessado na opinião dos outros.
        Os livros proféticos do Antigo Testamento falam da vinda do Messias, o Salvador. E atribui a Ele o poder de curar os doentes, expulsar demônios, e trazer a paz ao povo. João Batista sabia disso. E é por isso que quando ele mandou seus discípulos perguntarem a Jesus se Ele era o Messias, Jesus pediu que os discípulos de João o acompanhassem durante aquela tarde enquanto Ele realizou a cura de cegos e aleijados. Depois disso, Jesus disse aos discípulos de João que voltassem para dizer o que tinham visto. Jesus não queria dizer, neste momento, que Ele era o Messias, pois muitas coisas ainda precisavam acontecer antes do seu martírio. João Batista, como conhecedor das escrituras, sabia desses sinais. Se Jesus já afirmasse desde esse momento que era a Promessa de Deus, o alvoroço e a polêmica seriam ainda maiores do que este que já estava acontecendo. E isso poderia encurtar a sua trajetória no meio de nós.
        Mas então as pessoas da época não sabiam que Ele era o Ungido de Deus? O Filho de Deus? Que não deveriam esperar que viesse outro? Pois é, não sabiam. Somente os discípulos sabiam disso. E foram severamente proibidos de comentar isso com alguém até que Ele passasse pelo martírio, morte e ressurreição.
        Hoje, também, Ele não quer saber de nós o que um ou outro conhecem sobre Ele, porém, o que Ele quer de nós é o conhecimento aprofundado da Sua pessoa e, como Pedro, tenhamos a convicção do Espírito para afirmar: “Tu és o Cristo de Deus!” Assim sendo, teremos a esperança e a confiança plena de que, depois do sofrimento e, mesmo da morte, nós também, como Ele, seremos ressuscitados.
Você tem buscado ficar sozinho com Jesus?- Quem é Jesus para você?- Quem é você para você mesmo?- Você tem dúvidas em relação à sua intimidade com Jesus?- Você, também, como Pedro, pode afirmar que Jesus é o Cristo de Deus, isto é, que Jesus é o seu Salvador?
Pai, só tu podes revelar-me a identidade de teu Filho Jesus. Que eu a conheça de forma verdadeira para poder conformar com ela a minha vida.
Fonte Padre Bantu Mendonça Katchipwi Sayla

terça-feira, 23 de setembro de 2014

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Lc 9,7-9 - 25.09.2014 - Eu mandei degolar João. Quem é esse homem, sobre quem ouço falar essas coisas?

Pai,
diversamente dos inimigos de Jesus,
quero conhecer a identidade
e a missão de teu Filho,
pois é por ele que me guiarei para ser fiel a ti.
Verde. 5ª-feira da 25ª Semana Tempo Comum

Evangelho - Lc 9,7-9

Eu mandei degolar João.
Quem é esse homem, sobre quem ouço falar essas coisas?

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas 9,7-9

Naquele tempo:
7O tetrarca Herodes ouviu falar
de tudo o que estava acontecendo,
e ficou perplexo, porque alguns diziam
que João Batista tinha ressuscitado dos mortos.
8Outros diziam que Elias tinha aparecido;
outros ainda, que um dos antigos profetas tinha ressuscitado.
9Então Herodes disse: 'Eu mandei degolar João.
Quem é esse homem, sobre quem ouço falar essas coisas?'
E procurava ver Jesus.
Palavra da Salvação.
Fonte CNBB



Reflexão - Lc 9, 7-9

Vemos o surgimento de diferentes formas de misticismo e as diferentes religiões estão se multiplicando por todos os lados. Para nos defender, afirmamos que existem falsos profetas que ficam enganando o povo para ganhar dinheiro e fazer da religião meio de vida. À luz do Evangelho de hoje, podemos analisar este fato. As pessoas falam muitas coisas a respeito de Jesus, embora muitas vezes porque desconhecendo verdade, e esse desconhecimento se dá porque não evangelizamos como devemos e também porque conhecemos a nossa fé de modo superficial, mas não admitimos a nossa ignorância e manifestamos nossa opinião como verdade de fé, basta ver o acúmulo de bobagens que cristãos de meia tigela veiculam na Internet, em sites que afirmam ser católicos , mas que na verdade são caóticos e escondem Jesus.
Fonte CNBB



HERODES VIU, MAS NÃO CREU Lc 9,7-9
HOMILIA

O evangelista Lucas narra esta interrogação de Herodes sobre Jesus por ocasião do envio dos Doze em missão pela Galiléia, território não muito extenso, que estava sob a sua jurisdição. Recebendo notícias da crescente atividade de Jesus e seus discípulos, Herodes alarma-se, parecendo-lhe que se repetia a mesma agitação ocorrida com João Batista. E por isso procura ver e saber quem é este homem de quem se ouve falar tanto.
Pois ele estava ciente de que mandara degolar João Batista para ver-se livre da acusação que lhe pesava em vista da sua situação de adultério. Porém, o que Herodes não sabia era que João Batista havia sido apenas o precursor do Messias e que o verdadeiro Salvador estava vivo e sendo interrogado, argüido, pelos prodígios que realizava. Por isso, “Herodes procurava ver Jesus” e se questionava sobre a Sua verdadeira identidade. A pessoa de Jesus continua a ser questionada por aqueles (as) que ainda não tiveram com Ele uma experiência de salvação. Muitos também, hoje, O buscam, mas não têm consciência de que e porque O procuram!
Escrevem sobre Jesus sem tê-Lo conhecido e fazem suposições sobre a Sua pessoa levando muitos outros a acreditarem nas suas falsas conjecturas. Jesus é o protótipo do homem vindo do céu, é o modelo que todo filho e filha de Deus precisam seguir para serem reconhecidos pelo Pai. Para que nós tenhamos convicção sobre quem é Jesus e qual o Seu verdadeiro papel na nossa vida nós precisamos conhecê-Lo através da Palavra, ter intimidade com Ele na oração, na adoração, na Eucaristia.
Neste mundo, o Senhor só é visto quando as pessoas querem vê-lo. Não há de que nos espantarmos. Mesmo na ressurreição, só foi dado ver Deus aos que tinham o coração puro: "Bem-aventurados os corações puros, porque verão a Deus" (Mt 5,8). Quantos bem-aventurados não tinha Jesus enumerado já e, contudo, não lhes tinha prometido esta possibilidade de verem Deus. Se, portanto, aqueles que têm o coração puro hão-de ver Deus, seguramente que os outros não o verão; aquele que não quis ver Deus não pode ver Deus.
Porque Deus não se vê num lugar, mas, através de um coração puro. Não são os olhos do corpo que procuram Deus; ele não é captado pelo olhar, nem tocado pelo tacto, nem ouvido numa conversa, nem reconhecido numa atitude. Julgamo-lo ausente e vemo-lo; está presente e não o vemos. Aliás, nem todos os apóstolos viam Cristo; foi por isso que ele lhes disse: "Há tanto tempo que estou convosco e ainda não me conheceis?" (Jo 19,9) Com efeito, todo aquele que conheceu qual é "a largura, o comprimento, a altura e a profundidade - o amor de Cristo que ultrapassa todo o conhecimento" (Ef 3,18-19), esse viu também Cristo, viu também o Pai. Porque, no que nos toca, não é segundo a carne que conhecemos Cristo (2Co 6,16), mas segundo o Espírito: "O Espírito que está diante da nossa face é o Ungido do Senhor, o Cristo". Que ele se digne, na sua misericórdia, cumular-nos com toda a plenitude de Deus, a fim de que o possamos ver!
Assim sendo poderemos apresentá-Lo àqueles que ainda não O conhecem para que tenham também um Encontro com a Salvação. O que você fala de Jesus você o diz com conhecimento de causa? Você conhece Jesus porque lê muito sobre Ele ou porque encarna a Sua Palavra como uma comida para a Sua alma?
Pai, diversamente dos inimigos de Jesus, quero conhecer a identidade e a missão de teu Filho, pois é por ele que me guiarei para ser fiel a ti.
Fonte Padre Bantu Mendonça Katchipwi Sayla

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Lc 9,1-6 - 24.09.2014 - Enviou-os a proclamar o Reino de Deus e a curar os enfermos.

Pai,
tendo recebido a tarefa
de continuar a missão de Jesus,
ensina-me a imitá-lo
tanto no modo de ser e de pregar,
quanto na pobreza e na coragem
de enfrentar a rejeição.
erde. 4ª-feira da 25ª Semana Tempo Comum

Evangelho - Lc 9,1-6

Enviou-os a proclamar o Reino de Deus e a curar os enfermos.

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas 9,1-6

Naquele tempo:
1Jesus convocou os Doze,
deu-lhes poder e autoridade sobre todos os demônios
e para curar doenças,
2enviou-os a proclamar o Reino de Deus
e a curar os enfermos.
3E disse-lhes: 'Não leveis nada para o caminho:
nem cajado, nem sacola, nem pão,
nem dinheiro, nem mesmo duas túnicas.
4Em qualquer casa onde entrardes, ficai aí;
e daí é que partireis de novo.
5Todos aqueles que não vos acolherem,
ao sairdes daquela cidade,
sacudi a poeira dos vossos pés, como protesto contra eles.'
6Os discípulos partiram e percorriam os povoados,
anunciando a Boa Nova e fazendo curas em todos os lugares.
Palavra da Salvação.
Fonte CNBB



Reflexão - Lc 9, 1-6

O Evangelho de hoje é uma espécie de "Manual do Evangelizador". Ele nos mostra que o evangelizador não age em nome próprio, pois ele não evangeliza por que quer, mas porque é enviado por Deus. Os poderes que tem para evangelizar não são próprios, são recebidos para serem usados em uma finalidade própria. Os bens materiais não podem ser um empecilho para o trabalho, nem podem ofuscar a força do anúncio e do testemunho. A inserção e a participação na vida das pessoas e das famílias é fundamental. Mas o mais importante são os dois objetivos que caracterizam o profetismo: a luta contra toda espécie de mal, que se manifesta na ordem da cura, e a proclamação da presença do Reino de Deus na vida de todas as pessoas.
Fonte CNBB



A MISSÃO DOS APÓSTOLOS Lc 9,1-6
HOMILIA

De dois em dois como se fossem testemunhas de uma verdade perante o mundo que não a conhecia. Evidentemente, a verdade era o Reino para o qual deviam se preparar com nova mentalidade Jesus envia os seus discípulos. A autoridade sobre os espíritos impuros ou imundos é como o carimbo da divindade ao dominar os que na época se consideravam seus inimigos e triunfadores na luta entre o bem e o mal. O triunfo sobre eles indicava que o seu reino estava no fim e um novo reinado prestes a ser instaurado: o reinado da luz, da verdade e do bem em nome de Jesus, o representante do Deus vivo. Lucas em lugar paralelo, expressamente fala de proclamar o reino de Deus. O envio de dois em dois era próprio do tempo, pelo que dizia respeito aos mensageiros enviados para atestar uma mensagem. Também podemos ver nessa situação uma oportunidade para o mútuo apoio em situações difíceis. Jesus, no início de sua escolha, chama de dois em dois os irmãos pescadores. Os espíritos imundos: cremos que esta autoridade é para fazer calar os mesmos como Jesus fez na sinagoga de Cafarnaum ou expulsá-los como no caso da sogra de Simão, pois era considerada essa doença como causada por um espírito.  Os enfermos que curam eram os indispostos, para distingui-los dos que estavam mal e dos débeis. Não cremos que exista uma diferença real entre os termos que expressam uma mesma realidade: a doença.
E ordenou a eles de modo que não tomem para o caminho se não unicamente bordão, nem alforje, nem pão, nem cobre na cintura. Mas tendo atado as sandálias e não vestissem duas túnicas. As ordens eram umas positivas: bordão,  sandálias e uma túnica. Coisas necessárias para o caminho, pois nunca se caminhava descalço e um bordão era necessário tanto para se apoiar naqueles caminhos rudes e difíceis como arma defensiva contra os bandidos. Uma túnica é o mínimo que devia cobrir um corpo nu, ou seja, o necessário. As ordens negativas eram: não levar o alforje, que correspondia não ao cesto onde os judeus carregavam as provisões, especialmente o pão e vinho em sua peregrinação para Jerusalém, mas ao embornal dos mendigos que muitos missionários ambulantes levavam em suas missões. Também impede o dinheiro que era carregado numa bolsa na cintura ou dentro da faixa com que se atava a túnica ao redor dos rins. O texto fala de cobre, as moedas mais pobres sem ouro ou prata. Evidentemente com isto queria dizer que não podiam recolher qualquer dinheiro, nem como pobres, em sua missão.
Lucas diz que ordenou não tomar nada para o caminho, nem bordões, nem embornal, nem pão, nem prata, nem duas túnicas por cabeça. Dos textos vemos que não coincidem nos detalhes, especialmente Mateus para quem o bordão e as sandálias eram tão descartáveis como os alforjes e a túnica sobressalente. Os enviava com recursos até menores que, os que tinham os mendigos, os mais pobres, para indicar que seu trabalho missionário não dependia dos valores humanos, mas da confiança que a Ele deviam: ao jovem rico manda dar tudo aos pobres para segui-lo. A pobreza era uma das características de Jesus, que não tinha nem onde reclinar a cabeça.
            Pai, tendo recebido a tarefa de continuar a missão de Jesus, ensina-me a imitá-lo tanto no modo de ser e de pregar, quanto na pobreza e na coragem de enfrentar a rejeição.
Fonte Paulinas Bantu Mendonça Katchipwi Sayla

domingo, 21 de setembro de 2014

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Lc 8,19-21 - 23.09.2014 - Minha mãe e meus irmãos são aqueles que ouvem a Palavra de Deus, e a põem em prática.

Pai,
que minha condição de membro
da grande família do Reino
se expresse no meu modo de proceder.
Pela disposição a amar,
quero dar provas de ser teu filho.
Branco. 3ª-feira da 25ª Semana Tempo Comum
S. Pio de Pietrelcina Presb, memória

Evangelho - Lc 8,19-21

Minha mãe e meus irmãos são aqueles que ouvem a Palavra de Deus, e a põem em prática.

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas 8,19-21

Naquele tempo:
19A mãe e os irmãos de Jesus aproximaram-se,
mas não podiam chegar perto dele, por causa da multidão.
20Então anunciaram a Jesus:
'Tua mãe e teus irmãos estão aí fora e querem te ver.'
21Jesus respondeu:
'Minha mãe e meus irmãos são aqueles
que ouvem a Palavra de Deus, e a põem em prática.'
Palavra da Salvação.
Fonte CNBB



Reflexão - Lc 8, 19-21

Existem muitas pessoas que querem demonstrar-se religiosas, mostrar a todos que participam da vida da Igreja e têm amizade com o clero e até usam dos cargos e funções sociais para conseguir isso. Porém, essas pessoas querem apenas se promover, não querem nenhum compromisso com o Evangelho e com o Reino de Deus. A atitude de Jesus nos mostra quem é importante para ele: aquele que ouve a Palavra de Deus e a coloca em prática, aquele que é capaz de amar, perdoar, partilhar, acolher, socorrer, consolar, compreender, ensinar, comprometer-se, doar-se, reunir, celebrar, orar, ser feliz com os que são felizes, chorar com os que choram, são empáticos, solidários, vivem o amor de Deus.
Fonte CNBB



A PROVA DE SER FILHO DE DEUS Lc 8,19-21
HOMILIA

“Minha mãe e meus irmãos são aqueles que ouvem a mensagem de Deus e a praticam”. Ao declarar que todo aquele que faz a vontade de Deus é a Sua família, Ele não estava renunciando à Sua família segundo a carne. Como filho mais velho, Ele continuou a cuidar do bem estar da Sua mãe. Isto foi comprovado quando, ao dar a Sua vida na cruz, Ele passou essa responsabilidade ao discípulo a quem ele amava. Simplesmente Jesus define claramente que o parentesco de ordem humana, seja a mãe, os irmãos ou irmãs que ele tinha, não tem qualquer significação no Reino de Deus.
O relacionamento mais chegado do Senhor Jesus é com o Seu Pai, que está nos céus, o próprio Deus Pai. O único “parentesco” permanente que Ele pode ter é de ordem espiritual - e é com aqueles que fazem a vontade de Deus. A estes, Ele chama de meus irmãos.
Deixando de lado os laços sangüíneos, representado pelo parentesco segundo a carne com sua mãe e seus irmãos, o Senhor Jesus passará agora a ampliar o Seu ministério a todos aqueles que O receberem, sem distinção entre judeus e gentios. Não se dará mais exclusividade a Israel, devido à sua incredulidade e rejeição.
O relacionamento segundo a carne passa a ser inteiramente superado por afinidades espirituais. A obediência a Deus é agora o fator predominante e definitivo para estabelecer tais afinidades, sem outra distinção qualquer.
O mesmo se aplica a todo aquele que recebe Cristo como o seu Senhor e Salvador. Ele disse: Se alguém vem a mim e ama o seu pai, sua mãe, sua mulher, seus filhos, seus irmãos e irmãs, e até sua própria vida mais do que a mim, não pode ser meu discípulo. Nosso relacionamento espiritual com Cristo produz um vínculo maior do que nosso parentesco de sangue.
Um aspecto muito importante que deve ser esclarecido é sobre os irmãos de Jesus. Há dias uma das assíduas comentadoras da homilia diária perguntava sobre este aspecto. Os irmãos de Jesus, como fica claro pelo próprio texto bíblico, eram filhos de Alfeu e sua esposa, e não de José e Maria. A dúvida sobre se Maria teve outros filhos só revela a Em diversos lugares o Evangelho fala desses ‘irmãos’. Assim, S. Marcos e S. Lucas referem que ‘estando Jesus a falar, disse-lhe alguém: eis que estão lá fora tua mãe e teus irmãos que querem ver-te” (Mt 12, 46-47; Mc 3, 31-32; Lc 8, 19-20; e também em Jo 7, 1-10).
Toda a pessoa que pergunte sobre os irmãos de Jesus somente revela a sua ignorância da própria Bíblia. Até porque as línguas hebraica e aramaica não possuem palavras que traduzam o nosso ‘primo’ ou ‘prima’, e serve-se da palavra ‘irmão’ ou ‘irmã’.
No Antigo Testamento encontramos e sobretudo em Gn 37, 16; 42, 15; 43, 5; 12, 8-14; 39, 15), sobrinhos, primos irmãos (1 Par 23, 21), e primos segundos (Lv 10, 4) - e até ‘parentes’ em geral (Job 19, 13-14; 42, 11). Há muitos exemplos na Sagrada Escritura. Lê-se no Gêneses que ‘Taré era pai de Abraão e de Harão, e que Harão gerou a Lot (Gn 11, 27), que, por conseguinte, vinha a ser sobrinho de Abraão. Contudo, no mesmo Gênesis, mais adiante, chama a Lot ‘irmão de Abraão’ (Gn 13, 3). ‘Disse Abraão a Lot: nós somos irmãos” (Gn 14, 14). Jacó se declara irmão de Labão, quando, na verdade, era filho de Rebeca, irmã de Labão (Gn 29, 12-15).
No Novo Testamento, fica claríssimo que os ‘irmãos de Jesus’ não eram filhos de Nossa Senhora. Os supostos ‘irmãos de Jesus’ são indicados por S. Marcos: “Não é este o carpinteiro, filho de Maria e irmão de Tiago, e de José, e de Judas e de Simão e não estão aqui conosco suas irmãs?” Tiago e Judas, conforme afirma S. Lucas, eram filhos de Alfeu e Cleófas: ‘Chamou Tiago, filho de Alfeu… e Judas, irmão de Tiago” (Lc 6, 15-16). E ainda: “Chamou Judas, irmão de Tiago” ( Lc 6, 16). Quanto a ‘José’, S. Mateus diz que é irmão de Tiago: “Entre os quais estava… Maria, mãe de Tiago e de José (Mt 27, 56). Em S. Mateus se lê: “Estavam ali (no calvário), a observar de longe…., Maria Mágdala, Maria, mãe de Tiago e de José, e a mãe dos filhos de Zebedeu”. Essa Maria, mãe de Tiago e José, não é a esposa de S. José, mas de Cleofas, conforme S. João (19, 25). Era também a irmã de Nossa Senhora, como se lê em S. João (19, 25): “Estavam junto à Cruz de Jesus sua mãe, a irmã de sua mãe, Maria (esposa) de Cleofas, e Maria de Mágadala”. Simão, irmão dos três outros, ‘Tiago, José e Judas’ são verdadeiramente irmãos entre si, filhos do mesmo pai e da mesma mãe. Alfeu ou Cleophas é o pai deles.
Da mesma forma, se Nossa Senhora tivesse outros filhos, ela não teria ficado aos cuidados de S. João Evangelista, que não era da família, mas com seu filho mais velho, segundo ordenava a Lei de Moisés. Eis um dilema sem saída para os protestantes, pois os ‘irmãos de Jesus’ são filhos de Maria Cléofas e Alfeu.
Também decorre uma pergunta: Por que nunca os evangelhos chamam os ‘irmãos de Jesus’ de ‘filhos de Maria’ ou de ‘José’, como fazem em relação à Nosso Senhor? E por que, durante toda a vida da Sagrada Família, apenas conta-se três membros: Jesus, Maria e José?
Portanto, a própria Sagrada Escritura demonstra que os supostos ‘irmãos’ de Jesus são seus primos e não seus irmãos carnais. Sua afirmação de que o trecho de S. Mateus tem duas passagens, uma referindo-se à filiação carnal e a segunda à filiação espiritual fica sem sentido, visto que não conferem com o texto bíblico. Até porque o parentesco de sangue não é sequer mencionado pelos seus irmãos nas cartas que escreveram e que se encontram no Novo Testamento, indicando que não davam valor a isso. Ao invés disso, eles se dizem servos de Jesus Cristo.
Pai que minha condição de membro da grande família do Reino se expresse no meu modo de proceder. Pela disposição a amar, quero dar provas de ser teu filho.
Fonte Padre Bantu Mendonça Katchipwi Sayla

sábado, 20 de setembro de 2014

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Lc 8,16-18 - 22.09.2014 - Coloca a lâmpada no candeeiro, a fim de que todos os que entram, vejam a luz.

Pai,
transforma-me em lâmpada do Reino,
para que, por meio de meu testemunho de vida,
eu possa mostrar teu caminho
a muitas pessoas que vagam nas trevas.
Verde. 2ª-feira da 25ª Semana Tempo Comum

Evangelho - Lc 8,16-18

Coloca a lâmpada no candeeiro, a fim de que todos os que entram, vejam a luz.

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas 8,16-18

Naquele tempo, disse Jesus à multidão:
16Ninguém acende uma lâmpada
para cobri-la com uma vasilha
ou colocá-la debaixo da cama;
ao contrário, coloca-a no candeeiro,
a fim de que todos os que entram, vejam a luz.
17Com efeito, tudo o que está escondido
deverá tornar-se manifesto;
e tudo o que está em segredo deverá tornar-se conhecido
e claramente manifesto.
18Portanto, prestai atenção à maneira como vós ouvis!
Pois a quem tem alguma coisa, será dado ainda mais;
e àquele que não tem,
será tirado até mesmo o que ele pensa ter.'
Palavra da Salvação.
Fonte CNBB



Reflexão - Lc 8, 16-18

O conhecimento da Palavra de Deus é muito importante, mas não é suficiente para que uma pessoa se torne verdadeiramente cristã. O importante é assumir os valores que estão presentes nela, de modo que a Palavra de Deus se torne vida das pessoas, e assim elas testemunhem esses valores para todos e manifestem o amor de Deus para com seus filhos e filhas. Jesus nos faz uma grave advertência no Evangelho de hoje: "Portanto, prestai atenção à maneira como vós ouvis!" Existem doutores na Palavra de Deus, mas que fazem da Palavra de Deus apenas objeto de conhecimento. É claro que o conhecimento da Palavra de Deus é importante, mas devemos ser doutores na sua vivência.
Fonte CNBB



SOMOS A LUZ DE CRISTO Lc 8,16-18
HOMILIA

Quando ouvimos falar de lâmpada, logo nos lembramos de luz. Jesus é Luz e acende em nós esta luz para que possamos irradiá-la por onde passamos. A lâmpada no lampadário é nosso Senhor Jesus Cristo, a verdadeira luz do Pai que ilumina todo o homem que vem a este mundo. Dito de outra forma, é a Sabedoria e a Palavra do Pai; tendo aceitado a nossa carne, tornou-se realmente e foi chamada a “luz” do mundo. É celebrado e exaltado na Igreja pela nossa fé e pela nossa piedade. Torna-se assim visível a todas as nações e brilha para todos os da casa, isto é, para o mundo inteiro, tal como é dito nas suas palavras: Não se acende uma candeia para pô-la debaixo de um vaso, mas no candelabro onde brilhe para todos os da casa. Mais uma vez, com estas palavras, Jesus nos incita a levarmos uma vida sem mancha, aconselhando-nos a velar constantemente sobre nós mesmos, uma vez que estamos colocados diante dos olhos de todos os homens, tal como atletas num estádio visto por todo o universo na linguagem paulina.
A nossa vida é a lâmpada que deve irradiar a Luz de Deus. Porém, muitas vezes nós somos como luminárias apagadas ou mesmo cobertas. Não nos colocamos à vista, não nos apresentamos nem nos deixamos ser vistos. Ficamos como que escondidos, porque não queremos compromisso nem desejamos assumir encargos para uma vida mais profícua. Uma vida apagada, medíocre, voltada somente para as coisas fúteis, para os prazeres, os lucros, o bem estar da carne, é como uma lamparina coberta, não tem serventia. Se, somos pessoas que meditamos a Palavra de Deus, com certeza temos em nós a Sua Luz, o Seu direcionamento e conhecemos o Seu pensamento. Seremos cobrados por tudo quanto nós recebemos. Não nos enganemos: refletir com a palavra de Deus é assumir compromisso para mudar o mundo. Quanto mais recebemos, mas teremos que dar. Seremos julgados conforme a capacidade que ganhamos de Deus. Possui alguma coisa na vida, aquele que irradia ao mundo, a Luz de Jesus, os Seus ensinamentos e a Sua mensagem evangélica. A esse, será dado mil vezes mais, pois terá a vida eterna. Porém, aquele que vive só para o mundo, pensa que tem tudo, mas não possui nada. Por isso, no final, não terá mais nem a própria vida que pensa possuir. Continuará sem nada. Assim, iluminados por Cristo, não podemos sentar-nos tranqüilos, escondidos num cantinho do mundo, porque estamos à vista de todos os homens, tal como uma cidade situada no cimo de um monte, tal como em casa uma luz que se pôs sobre o lampadário. Saiba que as piores malícias não poderão lançar qualquer sombra sobre a nossa luz, se vivermos na vigilância dos que são chamados a conduzir para o bem o mundo inteiro.
Como tem sido a sua vida: uma lâmpada coberta ou colocada no candeeiro? – De que você tem consciência que precisa mudar para irradiar a Luz de Cristo? – Você tem a ousadia de querer mudar o mundo? – Como você poderá mudar este mundo: falando ou agindo? – A sua lâmpada está acesa e colocada à vista de todos? – A lâmpada, é o seu testemunho, e o compromisso que você assume para edificação do reino de Deus. Pense nisto e faça novos propósitos de vida, hoje, que a sua vida responda, pois, à santidade do seu ministério, para que a graça de Deus seja anunciada em toda a parte.
Fonte Padre Bantu Mendonça Katchipwi Sayla

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Mt 20,1-16a - 21.09.2014 - Estás com inveja porque eu estou sendo bom?

Pai,
que eu jamais me deixe levar
pelo espírito de ambição e de rivalidade,
convencido de que, no Reino,
somos todos iguais, teus filhos.
Verde. 25º DOMINGO Tempo Comum

Evangelho - Mt 20,1-16a

Estás com inveja porque eu estou sendo bom?

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 20,1-16a

Naquele tempo:
Jesus contou esta parábola a seus discípulos:
1'O Reino dos Céus é como a história do patrão
que saiu de madrugada
para contratar trabalhadores para a sua vinha.
2Combinou com os trabalhadores uma moeda de prata por
dia, e os mandou para a vinha.
3Às nove horas da manhã, o patrão saiu de novo,
viu outros que estavam na praça, desocupados,
4e lhes disse: 'Ide também vós para a minha vinha!
E eu vos pagarei o que for justo'.
5E eles foram. O patrão saiu de novo ao meio-dia
e às três horas da tarde, e fez a mesma coisa.
6Saindo outra vez pelas cinco horas da tarde,
encontrou outros que estavam na praça, e lhes disse:
`Por que estais aí o dia inteiro desocupados?'
7Eles responderam:
`Porque ninguém nos contratou'.
O patrão lhes disse:
`Ide vós também para a minha vinha'.
8Quando chegou a tarde, o patrão disse ao administrador:
`Chama os trabalhadores e paga-lhes uma diária a todos,
começando pelos últimos até os primeiros!'
9Vieram os que tinham sido contratados às cinco da tarde
e cada um recebeu uma moeda de prata.
10Em seguida vieram os que foram contratados primeiro,
e pensavam que iam receber mais.
Porém, cada um deles também recebeu uma moeda de prata.
11Ao receberem o pagamento,
começaram a resmungar contra o patrão:
12`Estes últimos trabalharam uma hora só,
e tu os igualaste a nós,
que suportamos o cansaço e o calor o dia inteiro'.
13Então o patrão disse a um deles:
`Amigo, eu não fui injusto contigo.
Não combinamos uma moeda de prata?
14Toma o que é teu e volta para casa!
Eu quero dar a este que foi contratado por último
o mesmo que dei a ti.
15Por acaso não tenho o direito de fazer o que quero
com aquilo que me pertence?
Ou estás com inveja, porque estou sendo bom?'
16aAssim, os últimos serão os primeiros,
e os primeiros serão os últimos.'
Palavra da Salvação.
Fonte CNBB



REFLEXÃO
Deus está perto de nós.

Onde está Deus, quando sofremos? Na nossa desolação, onde encontrar Deus? São perguntas que o trecho do livro do profeta Isaías busca responder. Este trecho do livro do profeta Isaías retrata a situação de desolação dos exilados, membros do povo de Deus, na Babilônia. Os longos anos do exílio faziam com que perdessem a esperança de um dia retornarem à Israel. Com isso, sentiam igualmente que Deus os tinha abandonado e se esquecido deles. A voz inspirada do profeta se levanta para dar ânimo: o Senhor se deixa encontrar, pois, Ele está perto (Is 55,6). Quando sofremos, em qualquer situação, Deus está perto de nós; e, se sofremos, Deus sofre com o nosso sofrimento. A vida do seu povo, a vida de cada um em particular, interessa a Deus. Mas é preciso abandonar a impiedade, isto é, um modo de proceder e agir que semeia o joio da maldade no seio mesmo da comunidade de fé, desestimulando os membros do povo de Deus da confiança no seu Senhor. É preciso centrar a vida e a esperança no desígnio salvífico de Deus.
Temos algum direito sobre a salvação? A salvação é oferecida a uns e não a outros? Deus faz distinção de pessoas? A salvação é retribuição pelo bem realizado? Na parábola dos operários da undécima hora, é o próprio patrão, dono da vinha, que em diferentes horas do dia sai às praças chamando os operários para o trabalho na sua vinha, até a última hora da jornada de trabalho. Em todos os tempos e a todos, indistintamente, Deus chama para participar da sua própria vida. A salvação é um dom: é o dono da vinha que chama operários para o trabalho na vinha. A murmuração dos que foram chamados primeiro a trabalhar na vinha, contra o patrão que pagou o mesmo salário para os últimos admitidos, é a expressão da dificuldade vivida pela comunidade cristã primitiva, sobretudo, entre judeo-cristãos e cristãos oriundos do mundo pagão. Todos igualmente recebem o dom da salvação, sem nenhum privilégio ou direito de precedência? Sim! Pois o verdadeiro salário não é contrapartida do trabalho realizado na vinha; o verdadeiro salário, isto é, a verdadeira recompensa, é ter sido chamado e admitido no Reino de Deus. O verdadeiro salário está em ser chamado a participar da vida divina. O amor de Deus não segue a lógica matemática de nossas atitudes: “meus planos não são vossos planos, vossos caminhos não são meus caminhos” (Is 55,8). A salvação é dom de Deus e, como tal, ela deve ser recebida e vivida.
Fonte Carlos Alberto Contieri, sj Paulinas



EU PAGAREI O QUE FOR JUSTO Mt 20,1-16a
HOMILIA

A parábola de hoje nasce da realidade agrícola do povo da Galiléia. Era uma região rica, de terra boa, - mas com o seu povo empobrecido, pois as terras estavam nas mãos de poucos, e a maioria trabalhava ou como arrendatários ou como “bóia-fria” como diríamos hoje. Embora a cena situe-se na Galiléia de dois mil anos atrás, bem poderia ser aqui como aí onde você mora hoje em dia. Apresenta uma situação de trabalhadores braçais desempregados, não por querer, mas “porque ninguém nos contratou”. Talvez haja uma diferença, comparando com a situação de hoje - na parábola, o salário combinado era uma moeda de prata, um denário, que na época era o suficiente para o sustento diário duma família - o que nem sempre se verifica hoje.
O dono de uma vinha chamou trabalhadores para a colheita. A uns chamou pela manhã, outros ao longo do dia e outros, ainda, no fim do dia. A todos, compromete-se com o mesmo pagamento. Naturalmente, aqueles que começaram a trabalhar ainda cedo reclamaram ao patrão por ter recebido o mesmo montante dos outros que trabalharam apenas uma pequena parte do dia. Para o patrão, porém, está feita justiça: pagou a todos conforme o combinado e, ademais, dispôs daquilo que é seu. Se, aos olhos do empregado que se considera lesado aquilo era injusto, ao patrão foi apenas um acerto de contas equânime, dentro dos limites que tinha estabelecido.
Jesus contou esta parábola para nos esclarecer como o pensamento de Deus difere da nossa mentalidade humana. Na administração das coisas do mundo existem critérios já estabelecidos em relação a quem faz mais, a quem faz menos. Para Deus o que importa é a decisão do momento. Quem começa mais cedo tem a mesma paga de quem começou mais tarde. A salvação é para hoje, agora. Os que abraçam a salvação mais cedo têm a recompensa de conhecerem o reino dos céus primeiro. E quando fazemos a experiência de salvação percebemos que nenhum dinheiro do mundo paga o que alcançamos.
Muitas vezes assumimos o papel dos trabalhadores que reclamam por ter trabalhado tanto enquanto outros que não sofreram as mesmas penas recebem a mesma recompensa. Assim o é na vida civil e na vida cristã. Mas, para Deus, não importa o “tempo de casa” ou aquilo tudo que já demos: importa com que amor o demos, com que dedicação o fizemos. Além disso, o Senhor nos dá a Sua graça e esta Ele dispõe como deseja. Essa é a aparente contradição: a perspectiva humana entende que o pagamento deve ser correspondente ao tempo ou à responsabilidade do trabalho. Deus, não. Ele entende que pode dispor do que é seu e dá a cada um como considera o seu merecimento.
Portanto, não precisamos questionar a recompensa que Deus dá àqueles “pecadores” que nós julgamos os piores do mundo, pelo contrário devemos também sair pelo mundo a fora em busca dos “trabalhadores de última hora” a fim de que encontrem a Jesus e recebam a salvação para as suas almas.
Você conhece alguém que ainda não foi contratado para trabalhar na vinha do Senhor? Por que não chamá-lo?- Você já se sente contratado (a) e recompensado.
Pai, que eu jamais me deixe levar pelo espírito de ambição e de rivalidade, convencido de que, no Reino, somos todos iguais, teus filhos.
Fonte Padre Bantu Mendonça Katchipwi Sayla

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Lc 8,4-15 - 20.09.2014 - E o que caiu em terra boa são aqueles que, conservam a Palavra, e dão fruto na perseverança.

Pai,
reconhecendo o quanto me custa
ser fiel ao projeto do Reino,
peço-lhe a graça de ser fiel até o fim,
perseverando no compromisso assumido contigo.
Vermelho. Sábado da 24ª Semana Tempo Comum
Ss. André Kim Taegon Presb, Paulo Chong Hasang e Comps. Mts. memória

Evangelho - Lc 8,4-15

E o que caiu em terra boa são aqueles que, conservam a Palavra, e dão fruto na perseverança.

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas 8,4-15

Naquele tempo:
4Reuniu-se uma grande multidão,
e de todas as cidades iam ter com Jesus.
Então ele contou esta parábola:
5'O semeador saiu para semear a sua semente.
Enquanto semeava, uma parte caiu à beira do caminho;
foi pisada e os pássaros do céu a comeram.
6Outra parte caiu sobre pedras;
brotou e secou, porque não havia umidade.
7Outra parte caiu no meio de espinhos;
os espinhos cresceram juntos, e a sufocaram.
8Outra parte caiu em terra boa;
brotou e deu fruto, cem por um.'
Dizendo isso, Jesus exclamou:
'Quem tem ouvidos para ouvir, ouça.'
9Os discípulos lhe perguntaram
o significado dessa parábola.
10Jesus respondeu:
'A vós foi dado conhecer os mistérios do Reino de Deus.
Mas aos outros, só por meio de parábolas,
para que olhando não vejam,
e ouvindo não compreendam.
11A parábola quer dizer o seguinte:
A semente é a Palavra de Deus.
12Os que estão à beira do caminho
são aqueles que ouviram,
mas, depois, vem o diabo
e tira a Palavra do coração deles,
para que não acreditem e não se salvem.
13Os que estão sobre a pedra
são aqueles que, ouvindo, acolhem a Palavra com alegria.
Mas eles não têm raiz: por um momento acreditam;
mas na hora da tentação voltam atrás.
14Aquilo que caiu entre os espinhos
são os que ouvem, mas, com o passar do tempo,
são sufocados pelas preocupações,
pela riqueza e pelos prazeres da vida,
e não chegam a amadurecer.
15E o que caiu em terra boa
são aqueles que, ouvindo com um coração bom e generoso,
conservam a Palavra, e dão fruto na perseverança.
Palavra da Salvação.
Fonte CNBB



Reflexão - Lc 8, 4-15

Muitas vezes, quando estamos exercendo o trabalho evangelizador, ficamos angustiados porque não vemos os resultados que estávamos esperando, e isso acaba por se tornar para nós causa de desânimo. O Evangelho de hoje nos mostra que o mais importante é evangelizar, e que sempre devemos lançar as sementes da Palavra. O semeador do Evangelho de hoje não estava preocupado se as sementes estavam caindo em terreno bom. Nós também não devemos lançar as sementes apenas para os que podem responder de forma positiva. A evangelização é para todos e os resultados não dependem de nós, mas da Graça divina.
Fonte CNBB



BOAS SEMENTES, BOM TERRENO, BONS FRUTOS Lc 8,4-15
HOMILIA

Jesus caminha de cidade em cidade, de aldeia em aldeia, até o momento em que grande multidão se reúne em torno dele, vinda de todos os lugares. Então, Jesus fala sobre a semente. Jesus usa uma linguagem simples e acessível para um povo simples, como nós. Jesus hoje fala também a você. Há um semeador e uma semente. O que faz o semeador? Semeia a boa semente. Quem é o semeador de que Jesus fala? É Deus. Que semente o Bom semeador semeia? A semente da paz, do amor, da alegria, da fraternidade, do acolhimento, do serviço alegre e generoso, da entrega total de si a Deus e ao próximo.
O semeador não se preocupa com os resultados, sabe que a semente germinará, sabe que é fértil e dará bons e abundantes frutos, a depender da boa disposição do terreno que a acolher. O semeador dá a sua semente, cabe a partir daí à liberdade e a responsabilidade de que a recebe deixará germinar, crescer e se tornar uma grande arvora onde as aves fazem seus ninhos, onde os homens vêm buscar alimento e descansar à sua sombra.
O semeador não julga a aparência da terra onde a sua semente cai. Age com paciência se é dura e superficial. Na terra rasa, sem profundidade há dura, rigidez, resistência, é difícil da semente se aninhar. O que a faz ficar na superfície. A semente de Deus só germina e cresce quando levada para o mais íntimo da terra. Ela cresce de dentro para fora. E seus frutos começam a transbordar do coração da terra.
O semeador age com delicadeza, sem deixar de ser firme se a parte da terra é cheia de pedregulhos ou espinhos. Nas pedras a boa semente do amor seca. A semente se instala à margem de pequenas fontes, onde brota a água cristalina dá humildade, do despojamento, do esquecimento de si. O egoísmo e o orgulho são espinhos sufocantes. Asfixiam a semente.
A semente é sempre uma só, no entanto, a qualidade do terreno do coração de cada um é o que muda e faz a diferença para a abundância da colheita. A parábola nos revela que nas quatro situações em que a Palavra foi anunciada, as pessoas ouviram, entretanto só deu fruto de perseverança quem ouviu com um coração bom e generoso. Não nos basta apenas estar presente e escutar a mensagem do Evangelho com indiferença e desatenção.
O mais importante é ter um coração contrito e atento que não questiona, porque confia, e acolhe a mensagem de Deus. O coração que não tem profundidade é superficial e distraído, por isso, não consegue alcançar o pensamento de Deus e facilmente é vencido pelas sugestões do inimigo. O coração preocupado com os afazeres da vida é fechado e duro e se torna também solo impróprio para apreender os mistérios de Deus. O coração preso a si mesmo e aos seus sofrimentos é chão inútil para que germine algo frutífero, pois está sempre voltado para as suas angústias e não dá chances para que o Espírito Santo realize sua obra nele. O coração bom e generoso, no entanto, é aquele que se abre, não somente para escutar, mas para viver segundo a Palavra que lhe foi anunciada. Este, sim, consegue dar fruto na perseverança, e seguir passo a passo o caminho proposto por Jesus.
Deus conhece todos os corações, e sabe o que é providencial para cada um de nós. Ele nos instrui e orienta por meio da Sua Palavra que sonda e perscruta o nosso íntimo e ilumina a nossa inteligência. Quando nós abrimos os nossos ouvidos o nosso entendimento também se alarga e nós podemos, com toda a certeza, dar frutos que podem alimentar o mundo.
Que tipo de terra tenho oferecido à semente que não deixa de germinar? Como tenho acolhido a semente? Como é a terra do meu coração? A semente já brotou em meu coração? Eu tenho deixado a semente se desenvolver e dar os seus bons e abundantes frutos? Eu tenho dado de graça o que gratuitamente tenho recebido dos bons frutos de Deus em minha vida?
Pai, reconhecendo o quanto me custa ser fiel ao projeto do Reino, peço-lhe a graça de ser fiel até o fim, perseverando no compromisso assumido contigo.
Fonte Padre Bantu Mendonça Katchipwi Sayla