terça-feira, 30 de junho de 2015

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Evangelho - Mt 8,28-34 - 01.07.2015 - Tu vieste aqui para nos atormentar antes do tempo?

4ª-feira da 13ª Semana Tempo Comum
Cor: Verde

Evangelho - Mt 8,28-34

Tu vieste aqui para nos atormentar antes do tempo?

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Mateus 8,28-34

Naquele tempo:
28Quando Jesus chegou à outra margem do lago,
na região dos gadarenos,
vieram ao seu encontro dois homens possuídos pelo demônio,
saindo dos túmulos.
Eram tão violentos,
que ninguém podia passar por aquele caminho.
29Eles então gritaram:
'O que tens a ver conosco, Filho de Deus?
Tu vieste aqui para nos atormentar antes do tempo?'
30Ora, a certa distância deles,
estava pastando uma grande manada de porcos.
31Os demônios suplicavam-lhe:
'Se nos expulsas, manda-nos para a manada de porcos.'
32Jesus disse: 'Ide.'
Os demônios saíram, e foram para os porcos.
E logo toda a manada atirou-se monte abaixo
para dentro do mar, afogando-se nas águas.
33Os homens que guardavam os porcos fugiram
e, indo até à cidade, contaram tudo,
inclusive o caso dos possuídos pelo demônio.
34Então a cidade toda saiu ao encontro de Jesus.
Quando o viram,
pediram-lhe que se retirasse da região deles.
Palavra da Salvação.
Fonte CNBB


Reflexão - Mt 8, 28-34
Apesar de toda evidência do amor de Jesus, existem pessoas que não o aceitam, e fazem isso porque consideram a aceitação de Cristo e de suas exigências como perda de algo a que estão apegados como uma verdadeira idolatria. Para os gadarenos, parece que é melhor ficar com os porcos, mesmo que seja com o diabo junto, do que aceitar um irmão resgatado e reconhecer a manifestação do amor salvífico de Deus. De fato, rejeitar Jesus em vista de algum bem material constitui-se em uma atitude diabólica, uma verdadeira idolatria.
Fonte CNBB



O QUE QUERES DE NÓS, VIESTE PARA NOS PERDER? Mt 8,28-34
HOMILIA

A Bíblia descreve pelo menos 39 milagres que Jesus realizou durante o Seu Ministério Público, e vários outros milagres com ele, são descritos, como seu nascimento, Transfiguração, Ressurreição e Ascensão. Esta apresentação dá uma sequência cronológica dos Milagres, tal como foi apresentado nos quatro Evangelhos. Cada evento inclui a referência adequada escritural. Além disso, a localização dos eventos é indicada, para melhor seguir as viagens do Senhor, enquanto Ele estava na Terra.

Na época de Jesus, muitas enfermidades internas eram interpretadas como possessões demoníacas. Por isso, para eles, o sinal mais evidente da chegada do Reino era a vitória sobre essas forças do mal que provocava muito sofrimento. Esses demônios faziam o homem escravo e os levavam a viver fora da realidade, como morar em cemitério, ser agressivo, quebrar grilhões e se ferirem.

O endemoniado sabe da origem, do poder e da ação de Jesus. Sabe e conhece os relatos das curas que Cristo realizava, por isso O pergunta: Filho de Deus, o que o Senhor quer de nós? O Senhor veio aqui para nos castigar antes do tempo? Se o Senhor vai nos expulsar, nos mande entrar naqueles porcos!

Em duas palavras: Pois vão! Jesus responde e Suas palavras produzem efeito. O homem fica curado. Jesus ao curá-lo devolve o direito de convívio com a comunidade, realizando assim a chegada do Reino também para quem não acreditava. Assim, se entende que a salvação não é somente para um povo ou uma religião, é para todos. Quanto aos prejuízos causados pela morte dos porcos devido a expulsão dos demônios, quero crer que foi por misericórdia para com os donos desses animais, que Jesus permitira lhes sobreviesse o prejuízo. É que eles se achavam absorvidos em coisas terrestres, e não se importavam com os grandes interesses da vida espiritual. Cristo desejava quebrar o encanto da indiferença egoísta, a fim de lhe poderem aceitar a graça que redime e salva proporcionando-lhes a vida eterna.

E a atitude dos moradores ao expulsarem Jesus da sua região, foi uma recusa total da salvação trazida por Ele. Oxalá, reconhecendo o poder de Jesus, o projeto de vida eterna, na pessoa de Jesus entre nós, cantemos a Deus um hino de louvor e de ação de graças!

Gritarmos, como aqueles dois homens o que o Senhor quer de nós? Só que sem desespero, porque Ele não veio para nos perder, mas para nos ganhar eternamente. Seu projeto é de vida eterna.

Pai coloca-me bem junto de teu Filho Jesus, para que as forças do mal não prevaleçam contra mim nem me mantenham prisioneiro de seu poder opressor.
Fonte Canção Nova

segunda-feira, 29 de junho de 2015

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Evangelho - Mt 8,23-27 - 30.06.2015 - Levantando-se, ameaçou os ventos e o mar, e fez-se uma grande calmaria.

3ª-feira da 13ª Semana Tempo Comum
Cor: Verde

Evangelho - Mt 8,23-27

Levantando-se, ameaçou os ventos e o mar, e fez-se uma grande calmaria.

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Mateus 8,23-27

Naquele tempo:
23Jesus entrou na barca,
e seus discípulos o acompanharam.
24E eis que houve uma grande tempestade no mar,
de modo que a barca estava sendo coberta pelas ondas.
Jesus, porém, dormia.
25Os discípulos aproximaram-se e o acordaram,
dizendo: 'Senhor, salva-nos,
pois estamos perecendo!'
26Jesus respondeu:
'Por que tendes tanto medo, homens fracos na fé?'
Então, levantando-se, ameaçou os ventos e o mar,
e fez-se uma grande calmaria.
27Os homens ficaram admirados e diziam:
'Quem é este homem, que até os ventos e o mar lhe obedecem?'
Palavra da Salvação.
Fonte CNBB


Reflexão - Mt 8, 23-27
A nossa vida é constantemente marcada por turbulências que nem sempre são fáceis de serem vencidas, sendo que algumas vezes temos a impressão de que seremos engolidos. São situações que nos desafiam e exigem de nós muito mais do que somos capazes de realizar. É justamente nessas situações que a nossa fé deve falar mais alto. É claro que devemos reconhecer a nossa impotência diante de determinadas situações, mas a vida de quem realmente crê em Deus não pode ser marcada pelo medo, pela covardia ou pela transferência da responsabilidade do dia a dia para Deus. É assumir com coragem os desafios na certeza de que Deus é o grande parceiro e que seremos sempre vitoriosos porque não realizamos uma obra que é nossa, mas somos protagonistas de uma obra que é o próprio Deus quem realiza.
Fonte CNBB



JESUS ACALMA O VENTO E AS ONDAS DA SUA VIDA Mt 8,23-27
HOMILIA

Jesus estava atravessando o lago da Galiléia, saindo de Carfanaum e indo para Gadara. Ele dormia, estava cansado, porque naquele mesmo dia havia curado muitos enfermos. A tempestade era típica daquela região. Os pescadores entraram em desespero assim que a tempestade começou, acordaram Jesus e Ele fez o mar se acalmar. Muitas vezes somos como os discípulos, no meio de muitas provações esqueceram quem estava com eles, guiando o seu barco e a sua vida!

Assim como eles, muitas vezes também eu e você vemos que durante a nossa caminhada cristã enfrentamos diversas provações. Em 2 Co 14,17 Paulo afirma: “Pois nossos sofrimentos leves e momentâneos estão produzindo para nós uma glória eterna que pesa mais que todos eles”.

Deus opera em nossa vida, para desenvolver o nosso caráter, nos moldar e aperfeiçoar. Por mais que você peque, erre feio, Ele nunca vai desistir de você. Jesus veio para morrer pela sua vida, seus pecados, e hoje você pode comemorar isso com Ele, em uma caminhada íntima.

Durante o nosso dia-a-dia, enfrentamos diversas provações todo o tempo, essas dificuldades nos forçam a olhar para Deus e a depender Dele em vez de confiar em nós mesmos. Não importa o tamanho da sua “onda”, do seu problema ou da sua provação, Deus vai estar lá para ajudar você a enfrentá-la.

Jesus estava dormindo e os discípulos acharam que pelo fato Dele está dormindo, eles iriam perecer, morrer na tempestade. Eles estavam estranhando a calma de Jesus, o Seu silêncio, durante toda a tempestade. Mas Ele não iria deixar de agir! Deus age, por mais que para você Ele esteja parecendo em silêncio! Em Is. 8:17 diz: “Ele se escondeu do seu povo, mas eu confio Nele e Nele ponho minha esperança”. Devemos amá-lo durante todo tempo! Por mais que Ele pareça distante! Devemos confiar e entregar os nossos planos nas mãos Dele. Precisamos dizer: “Senhor que os Teus planos, sejam o objetivo da minha vida”; “Eu preciso diminuir para que somente Tu cresça dentro de mim”. Esse “distanciamento” ou “silêncio” de Deus, está relacionado a maturidade da sua amizade com Ele. Então, você pode se perguntar: “Senhor qual o meu problema?” O Seu problema?! Você pára para pensar, e analisar, talvez, você esteja pegando a onda errada, tomando um rumo que não vai de acordo com os planos de Deus na sua vida, como por exemplo, a onda do mundo, buscando coisas erradas, que magoam o coração de Deus! Então, Ele se cala para você refletir sobre suas atitudes, e voltar a buscá-lo verdadeiramente.

Não procure somente uma experiência com Deus, busque a Ele acima de tudo! Ele quer que você confie Nele. A fé agrada a Deus! Diga a Deus como você está se sentindo. Confie que Deus cumprirá Suas promessas. Não esqueça que Jesus desistiu de todas as coisas para que você pudesse ter todas as coisas. Ele morreu para que você tivesse vida e vida em abundância! E pudesse ter a oportunidade de fazer coisas que você gosta, seja surfar, jogar, correr… E esse já é um bom motivo, motivo suficiente para o seu agradecimento contínuo, e uma vida de louvor e consagração! Deus sabe como você se sente! Ele está decidido a acalmar as tempestades, os ventos e as ondas que assolam e abalam a barca da tua vida, da tua casa e de toda a tua família. Veja o que está escrito em Hb. 13,5: “Deus mesmo disse: Nunca os deixarei e jamais os abandonarei”. Portanto, coragem! Alegra-se! Ele está com você, entregue tudo nas mãos Dele, seus sonhos e planos… Espere com paciência no nosso Senhor que Ele agirá em seu favor!

Pai põe no meu coração a certeza de que o Ressuscitado está comigo e me dá força nos momentos de tribulação. E, assim, eu dê provas de que a minha fé é sólida.
Fonte Canção Nova

domingo, 28 de junho de 2015

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Evangelho - Mt 8,18-22 - 29.06.2015 - Segue-me!

2ª-feira da 13ª Semana Tempo Comum
Cor: Verde

Evangelho - Mt 8,18-22

Segue-me!

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Mateus 8,18-22
Naquele tempo;
18Vendo uma multidão ao seu redor,
Jesus mandou passar para a outra margem do lago.
19Então um mestre da Lei aproximou-se e disse:
'Mestre, eu te seguirei aonde quer que tu vás.'
20Jesus lhe respondeu:
'As raposas têm suas tocas
e as aves dos céus têm seus ninhos;
mas o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça.'
21Um outro dos discípulos disse a Jesus:
'Senhor, permite-me
que primeiro eu vá sepultar meu pai.'
22Mas Jesus lhe respondeu:
'Segue-me, e deixa que os mortos sepultem os seus mortos.'
Palavra da Salvação.
Fonte CNBB


Reflexão - Mt 8, 18-22
O seguimento de Jesus traz consigo uma série de implicações e exige de todos nós muito mais do que o entusiasmo ou a boa vontade. Exige disposição de deixar muita coisa para trás, inclusive o conforto, os costumes, a cultura e até mesmo os grandes valores que norteiam a nossa vida. Seguir Jesus significa ter a disposição de sempre ir em frente, sempre ir além, sempre buscar o novo para que a boa nova aconteça, é uma vida marcada sempre por novos desafios, é sempre atravessar o lago e buscar a outra margem do lago onde novas pessoas esperam para serem evangelizadas. Seguir Jesus significa colocar a obra evangelizadora acima de tudo.
Fonte CNBB



SEGUIR JESUS IMPLICA ROMPIMENTO COM O PASSADO Mt 8,18-22
HOMILIA

O tema desta narrativa é o seguimento de Jesus, que Mateus insere em sua coletânea de dez milagres. O evangelista elabora sua narrativa a partir da mesma fonte (Q) que Lucas. Neste, os seguidores de Jesus seriam samaritanos, pois o episódio ocorre na Samaria.

Nesta fala, a figura do pai simboliza as tradições familiares que se perpetuam a fim de manter privilégios religiosos, sociais e econômicos, os quais favorecem as regalias e o enriquecimento de minorias e a subserviência de maiorias excluídas e oprimidas. Jesus propõe a ruptura com estas tradições.

Atualizando este texto para nós hoje diria que estamos diante de dois fatos importantíssimos como Cristãos chamados a seguir as pegadas do Mestre: tu vens e segue-me. A opção de seguir Jesus não é minha iniciativa pessoal. É ele que me chama e me consagra para a missão. Depois que ele me chamou eu sabendo as exigências da missão responder sim incondicionalmente. Ora vejamos o que se segue.

Primeiro um escriba que se aproxima, afirmando sua determinação de seguimento incondicional de Jesus: Mestre, estou pronto a seguir o senhor para qualquer lugar aonde o senhor for. A resposta de Jesus é uma advertência para uma tomada de posição consciente quanto à opção pelo seu seguimento. Apela pelo abandono total de si mesmo e renúncia aos bens materiais: as raposas têm as suas covas, e os pássaros, os seus ninhos. Mas o Filho do Homem não tem onde descansar.

Quem realmente quer seguir Jesus deve abandonar e renunciar tudo e confiando-se somente nas mãos providentes de Deus. Jesus a firmar o Filho do Homem, Jesus, que não tem onde repousar a cabeça. Quer-nos ensinar e levar a aderir ao abandono total nas mãos do Pai.

O segundo, é o caso de um dos discípulos que quer ganhar tempo e pede que Jesus permita enterrar o pai: Senhor deixe-me primeiro ir enterrar meu pai. Pai aqui, não se aplica no sentido biológico. Mas na permanência das tradições Judaicas dos seus antepassados, presos à Lei, que ao em vez de salvar e libertar o homem mata e escraviza. Para nós é estar preso as nossas idéias egoísticas, no orgulho, na vaidade, na preguiça, no individualismo, na nossa tibieza, em fim nas inúmeras desculpas que nós damos no nosso dia-a-dia para não nos consagrarmos ao ministério do Senhor como discípulos e missionários d’Ele.

Do mesmo modo que Jesus insistiu com aquele jovem assim insiste comigo e contigo e diz: deixe que os mortos sepultem os seus mortos e tu vens e segue-me. O chamado de Jesus não está no futuro. Mas sim no presente. O tempo é hoje e a hora é agora! Deixe que os espiritualmente mortos cuidem dos seus próprios mortos.

Há pessoas que vivem esperando as coisas se ajeitaram para depois servirem a Deus. Eu e tu meu irmão minha irmã não temos nem o poder, nem o dever tão pouco o direito de dizer não. Portanto, levanta-te e segue Jesus. Ele é o teu Deus e o teu Senhor.

Pare dar desculpas furadas. Quero que saibas que quando obedecemos a um chamado de Deus, Ele é poderoso para suprir nossas necessidades e nos orientar em toda espécie de dificuldades relacionadas ao Seu chamado para nossas vidas.

Rompa, pois com todas as barreiras que vedam os seus olhos para não enxergar o projeto de Deus sobre ti. Entenda que o seguir Jesus significa uma ruptura pura e simples com as antigas tradições mortas que não favorecem a vida e aderir ao amor vivificante do Pai, do Filho e do Espírito Santo.

Pai confronta-me, cada dia, com as exigências do discipulado, e reforça minha disposição para enfrentá-las com a tua graça.
Fonte Canção Nova

quinta-feira, 25 de junho de 2015

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Evangelho - Mt 16,13-19 - 28.06.2015 - Tu és Pedro e eu te darei as chaves do Reino dos Céus.

São Pedro e São Paulo, Apóstolos . Solenidade
Cor: Vermelho

Evangelho - Mt 16,13-19

Tu és Pedro e eu te darei as chaves do Reino dos Céus.

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 16,13-19

Naquele tempo:
13Jesus foi à região de Cesaréia de Filipe
e ali perguntou aos seus discípulos:
"Quem dizem os homens ser o Filho do Homem?"
14Eles responderam:
"Alguns dizem que é João Batista; outros que é Elias;
Outros ainda, que é Jeremias ou algum dos profetas".
15Então Jesus lhes perguntou:
"E vós, quem dizeis que eu sou?"
16Simão Pedro respondeu:
"Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo".
17Respondendo, Jesus lhe disse:
"Feliz es tu, Simão, filho de Jonas,
porque não foi um ser humano que te revelou isso,
mas o meu Pai que está no céu.
18Por isso eu te digo que tu és Pedro,
e sobre esta pedra construirei a minha Igreja,
e o poder do inferno nunca poderá vencê-la.
19Eu te darei as chaves do Reino dos Céus:
tudo o que tu ligares na terra será ligado nos céus;
tudo o que tu desligares na terra
será desligado nos céus".
Palavra da Salvação.
Fonte CNBB


Reflexão -  Mt 16,13-19
Pela fé a Igreja é revestida da luz do ressuscitado

Junto com a festa de S. Pedro e S. Paulo, celebramos a festa do que a Igreja é: Corpo de Cristo, testemunha de Jesus Cristo (At 1,8), testemunha da vitória de Cristo sobre o mal e todas as manifestações e sobre a morte. Ao celebrarmos num mesmo dia a festa desses dois mártires, tão diferentes entre si, mas unidos pelo mesmo amor à pessoa de Jesus, amor que os levou a entregar a própria vida, celebramos também a diversidade da Igreja e o desafio de construir a comunhão eclesial. Um e outro puderam experimentar uma profunda e radical transformação em suas vidas. Pedro foi encontrado pelo Senhor, às margens do mar da Galileia, enquanto, com seu irmão André, lavavam as redes, depois de uma noite de pesca. A partir desse primeiro encontro, teve início um longo caminho de transformação radical da sua vida, que o levou a essa magnífica expressão de sua adesão radical a Jesus: “... Senhor, tu sabes tudo; tu sabes que eu te amo” (Jo 21,17). Paulo, de perseguidor implacável da Igreja de Cristo, foi iluminado pelo Senhor no caminho de Damasco. Essa iluminação, num primeiro momento, o cegou para fazê-lo compreender que todo o passado dele sem Cristo era uma grande cegueira. A luz que surpreendeu Paulo o cegou para dar a ele uma nova luz, a luz do Cristo ressuscitado, a iluminação que é dada como fruto da fé no Senhor vencedor do mal e da morte. A fé da Igreja está apoiada na rocha da fé de Pedro e no testemunho daqueles que com Pedro foram testemunhas oculares de tudo o que Jesus fez e ensinou. Pela fé a Igreja é revestida da luz do Cristo ressuscitado e, pela graça do mesmo Cristo, é herdeira de sua vitória (cf. Ap 12,1-6). Deles e de todos os que viveram o tesouro da fé a ponto de darem suas vidas se pode dizer que nada foi capaz de separá-los do amor de Cristo (Rm 8,35-37). Por razões diferentes, a Igreja de todos os tempos sempre foi perseguida e ameaçada. Sempre tivemos mártires. O nosso tempo, nesse aspecto, não faz exceção. Por trás do discurso de tolerância religiosa se esconde uma verdadeira rejeição aos valores verdadeiramente cristãos. Que Deus nos dê a graça e a força do Ressuscitado para que, apoiados na fé dos Apóstolos, possamos, não obstante o mundo que nos cerca, dar o verdadeiro testemunho de Cristo. E que, não obstante os momentos difíceis, as ameaças e os perigos, a Igreja continue o seu caminho. Que Deus nos conceda a graça de uma confiança inabalável nele e a graça da lealdade e da fidelidade à Igreja, construída sobre a rocha da fé de Pedro.
Pe. Carlos Alberto Contieri, sj

Conteúdo publicado em Comece o Dia Feliz. http://www.paulinas.org.br/diafeliz/?system=evangelho&action=busca_result&data=28%2F06%2F2015#ixzz3e7nQzMm9 
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A AFIRMAÇÃO DE PEDRO Mt 16,13-19
HOMILIA

Na narrativa de Mateus encontramos duas de suas características dominantes. Ele acentua a dimensão messiânica de Jesus e já apresenta sinais da instituição eclesial nascente. Escreve na década de 80, quando os discípulos de Jesus oriundos do judaísmo estavam sendo expulsos das sinagogas que até então frequentavam. Ele pretende convencer estes discípulos de que em Jesus se realizam suas esperanças messiânicas moldadas sob a antiga tradição de Israel. Daí o acentuado caráter messiânico atribuído a Jesus por Mateus. Os cristãos, afastados das sinagogas, começam a estruturar-se em uma instituição religiosa própria, na qual a figura de referência é Pedro, já martirizado em Roma. Pedro é apresentado como o fundamento da Igreja e detentor das chaves do Reino dos Céus.

Ó Deus, hoje nos concedeis a alegria de festejar S. Pedro e S.Paulo… apóstolos que nos deram as primícias da fé. Estamos aqui como Igreja a reconhecer a unidade de fé que viveram na diversidade de missão. Por isso os celebramos juntos. Sua fé em Jesus foi força que encontraram para suas vidas e para sua missão. O Espírito moldou seus corações de tal modo que puderam, como diz Paulo, dizer: “Para mim, viver é Cristo” (Fl 1,21). Pedro faz a primeira expressão de fé do discípulo: “Tu és o Messias, o Filho de Deus Vivo” (Mt 16.16). Eu tenho a tentação de ver Pedro mais ligado à tradição e Paulo como um tipo mais avançado e rebelde. Os dois eram parecidos. Vemos Pedro romper com a tradição judaica e entrar em casa de pagãos consciente de que não devia chamar de impuro o que Deus declarara puro (At 10,15). Pedro abre as portas do paganismo ao Evangelho, no Concílio de Jerusalém, tachando a tradição judaica de um jugo impossível de suportar (At.15,10). Era uma grande libertação que fazia dentro de si mesmo pela ação do Espírito. Essa posição liberou a Igreja. Esse ato dá liberdade total a Paulo para evangelizar os pagãos (v.12). Paulo tão forte na liberdade, mantém tradições judaicas como cortar cabelos para cumprir um voto (At 18,18) e, por causa dos judeus, circuncidar Timóteo que tinha pai grego (At 16,3). A fé professada por Pedro se dá em um momento crucial da vida de Jesus, e O anima a seguir rumo à Paixão. Pedro recebe uma bem-aventurança: “Feliz és tu Simão, pois não foi um ser humano que te revelou isso, mas meu Pai que está nos céus”. Tem o dom de ser pedra de alicerce sobre a qual Jesus constrói a Igreja e lhe dá o poder de ligar e desligar (Mt 16,17-19). Paulo reconhece a ação do Espírito: “Combati o bom combate, completei a corrida, guardei a fé” (2Tm 4,7).

Deram a vida pela Igreja e por Cristo. Rezamos no prefácio: “Unidos pela coroa do martírio, recebem igual veneração”. Eles têm consciência durante sua vida de que a perseguição que sofrem é por causa do Evangelho. Herodes desencadeou a perseguição sobre a Igreja; Matou Tiago e prendeu Pedro para apresentá-lo ao povo e ser morto. Ele foi libertado da prisão por um anjo (At 12,1-11). Paulo tem consciência do fim: “Já estou para ser derramado em sacrifício; aproxima-se o momento de minha partida” (2Tm 4,8). Os dois têm a experiência de que são protegidos pelo Senhor: “O Senhor esteve a meu lado e me deu forças” (v. 17); Pedro reconhece: “Agora sei que o Senhor enviou seu anjo para me libertar do poder de Herodes e de tudo o que o povo judeu esperava” (v.11).

O ensinamento desta festa à Igreja é a abertura à tradição e ao acolhimento da novidade para ser fiel. A Igreja tem que se voltar sempre para o dinamismo destes dois homens que deram a vida pelo evangelho. Eles nos ensinam. Não podemos ficar na superficialidade e celebrar sem refletir o que os fez grandes. Eles não só são colunas da fé, mas também dão rumos para seu futuro. Vivemos tempos nos quais há tendências de voltar à tradição pela tradição e à novidade pela novidade. Mas devemos partir da fé que professamos em cada celebração.

A Igreja celebra Pedro e Paulo no mesmo dia porque trabalharam na unidade da fé e na diversidade de modalidades. Sua força apostólica está na fé em Jesus. Pedro e Paulo não se diferem pelo apego à tradição ou inovação, mas pelo campo. Ambos têm a tradição que preserva e a inovação que assume caminhos novos. Ambos vivem da fé.

Unidos pelo martírio recebem igual veneração. Sofrem por causa do Evangelho. Herodes prende Pedro e Paulo está preso em Roma com a consciência de ter combatido o bom combate e guardado e fé. Ambos sabem que o Senhor esteve sempre com eles.

O ensinamento desta festa é a abertura à tradição e o acolhimento da novidade para ser fiel. Eles são colunas da Igreja, mas também dão rumos. Há tendência de voltar à tradição pela tradição ou ir à novidade pela novidade. Como Pe. Vitor Coelho dizia: a Igreja não é de bronze, pois enferruja. É uma árvore que cresce porque tem ramos novos e permanece porque tem tronco.

Celebrando S. Pedro e S. Paulo nós celebramos a ação de Deus em Jesus para implantar o seu Reino no mundo. Ele usou duas luvas de briga: uma grosseira, Pedro, e outra mais caprichada, Paulo. Por que essa diferença?

Os dois implantaram a Igreja de Deus em dois mundos diferentes, mundo judeu e mundo pagão. Missão diferente, mas o mesmo fim. Diferente é o modo de compreender a fé. Isso enriquece. O judaísmo tende ao ritualismo; o paganismo tende a um modo mais livre de vida. A Igreja se enriquece com esses dois modos de entender.

Eles se fundam na fé. Pedro e Paulo vivem Jesus. Mesmo passando na boca do leão, foram salvos e preservados. Deram a vida por Jesus. Eles falavam grosso e tinham o que dizer sobre Deus. Eu e você, o que temos feito no que toca a nossa fé em Deus?

Pai consolida minha fé, a exemplo do apóstolo Pedro que, em meio às provações, soube dar, com o seu martírio, testemunho consumado de adesão a Jesus.
Fonte Canção Nova

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Evangelho - Mt 8,5-17 - 27.06.2015 - Muitos virão do Oriente e do Ocidente, e se sentarão à mesa junto com Abraão, Isaac e Jacó.

Sábado da 12ª Semana Tempo Comum
Cor: Verde

Evangelho - Mt 8,5-17

Muitos virão do Oriente e do Ocidente,  e se sentarão à mesa junto com Abraão, Isaac e Jacó.

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Mateus 8,5-17
Naquele tempo:
5Quando Jesus entrou em Cafarnaum,
um oficial romano aproximou-se dele, suplicando:
6'Senhor, o meu empregado está de cama, lá em casa,
sofrendo terrivelmente com uma paralisia.'
7Jesus respondeu: 'Vou curá-lo.'
8O oficial disse: 'Senhor,
eu não sou digno de que entres em minha casa.
Dize uma só palavra e o meu empregado ficará curado.
9Pois eu também sou subordinado
e tenho soldados debaixo de minhas ordens.
E digo a um : 'Vai!', e ele vai;
e a outro: 'Vem!', e ele vem;
e digo ao meu escravo: 'Faze isto!', e ele faz.'
10Quando ouviu isso, Jesus ficou admirado,
e disse aos que o seguiam:
'Em verdade, vos digo:
nunca encontrei em Israel alguém que tivesse tanta fé.
11Eu vos digo:
muitos virão do Oriente e do Ocidente,
e se sentarão à mesa no Reino dos Céus,
junto com Abraão, Isaac e Jacó,
12enquanto os herdeiros do Reino
serão jogados para fora, nas trevas,
onde haverá choro e ranger de dentes.'
13Então, Jesus disse ao oficial:
'Vai! e seja feito como tu creste.'
E naquela mesma hora o empregado ficou curado.
14Entrando Jesus na casa de Pedro,
viu a sogra dele deitada e com febre.
15Tocou-lhe a mão, e a febre a deixou.
Ela se levantou, e pôs-se a servi-lo.
16Quando caiu a tarde, levaram a Jesus
muitas pessoas possuídas pelo demônio.
Ele expulsou os espíritos, com sua palavra,
e curou todos os doentes,
17para que se cumprisse o que foi dito pelo profeta Isaías:
'Ele tomou as nossas dores
e carregou as nossas enfermidades.'
Palavra da Salvação.
Fonte CNBB


Reflexão - Mt 8, 5-17
Ele tomou as nossas dores e carregou sobre si as nossas enfermidades. Jesus é solidário com todos os que sofrem e é sempre uma presença de amor em suas vidas. A sua presença manifesta o amor que Deus tem pelo gênero humano. Quem tem fé verdadeira é sempre capaz de ver a presença de Jesus na sua própria vida, principalmente nos momentos de sofrimento e de dor, e sente os efeitos dessa presença amorosa. O verdadeiro discípulo de Jesus é aquele que manifesta a todos os que sofrem esta presença e esta solidariedade de Jesus, e o faz através do serviço, ou seja, tornando-se ele próprio uma extensão do braço amoroso de Jesus que atua nos momentos difíceis da vida de todos.
Fonte CNBB



A FÉ DO CENTURIÃO Mt 8,5-17
HOMILIA

As promessas de Deus a Abraão não eram apenas para ele, mas para toda a sua descendência; e a descendência de Abraão são todos os que, pela fé, se virão a tornar membros do povo de Deus. Assim o declarou Jesus, quando, no centurião, encontrou alguém que, não sendo descendente de Abraão segundo a carne, pois que era pagão, se tornou tal pela fé, enquanto que os que eram da descendência carnal de Abraão seriam lançados fora por não aceitarem na fé a palavra que Jesus lhes anunciava.

Entrando em Cafarnaúm, aproximou-se dele um centurião, suplicando nestes termos:

«Senhor, o meu servo jaz em casa paralítico, sofrendo horrivelmente.» Disse-lhe Jesus: «Eu irei curá-lo.» Respondeu-lhe o centurião: «Senhor, eu não sou digno de que entres debaixo do meu tecto; mas diz uma só palavra e o meu servo será curado. Porque eu, que não passo de um subordinado, tenho soldados às minhas ordens e digo a um: ‘Vai’, e ele vai; a outro:

‘Vem’, e ele vem; e ao meu servo: ‘Faz isto’, e ele faz.» Jesus, ao ouvi-lo, admirou-se e disse aos que o seguiam: «Em verdade vos digo: Não encontrei ninguém em Israel com tão grande fé! Digo-vos que, do Oriente e do Ocidente, muitos virão sentar-se à mesa do banquete com Abraão, Isaac e Jacob, no Reino do Céu, ao passo que os filhos do Reino serão lançados nas trevas exteriores, onde haverá choro e ranger de dentes.» Disse, então, Jesus ao centurião:

«Vai, que tudo se faça conforme a tua fé.» Naquela mesma hora, o servo ficou curado.

Entrando em casa de Pedro, Jesus viu que a sogra dele jazia no leito com febre. Tocou-lhe na mão, e a febre deixou-a. E ela, levantando-se, pôs-se a servi-lo. Ao entardecer, apresentaram-lhe muitos possessos; e Ele, com a sua palavra, expulsou os espíritos e curou todos os que estavam doentes, para que se cumprisse o que foi dito pelo profeta Isaías: Ele tomou as nossas enfermidades e carregou as nossas dores.

A fé do centurião nasce do testemunho de amor de Jesus. Não é uma fé decorrente das tradições do judaísmo. Sua fé supera a fé de Israel. O “choro e ranger de dentes” aparece seis vezes em Mateus. É uma fórmula típica da manifestação da cólera divina contra o pecador, inspirada no Primeiro Testamento. E Mateus é o único evangelista a fazer esta interpretação teológica. Com a narrativa da expulsão de espíritos maus e das curas, Mateus associa cumprimento das profecias na pessoa de Jesus. Ele faz a inculturação de Jesus de Nazaré nas tradições do judaísmo. Cabe à ação missionária fazer a inculturação de Jesus nas diversas culturas do mundo de hoje. E os missionários de hoje sou eu, és tu meu irmão e minha irmã. A massa que temos por missão de fermentar, a carne ou o peixe que temos que salgar para não apodrecer é primeiro os da minha e tua casa, o marido, a esposa, os filhos. Depois os vizinhos, os amigos e colegas. Todos aqueles com quem nos encontramos no nosso dia a dia. Que seja uma tarefa dura e difícil já o sabemos. Mas que é possível o milagre acontecer não tenha dúvidas. Olhe para a fé do centurião.

A condição de centurião pode ser minha e tua. Assim como ele implorando pedia que Jesus fosse com ele para curar o seu empregado, assim eu e tu devemos gritar para o Senhor: vinde Senhor curar a minha doença, os meus vícios e toda a minha família
Fonte Canção Nova

quarta-feira, 24 de junho de 2015

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Evangelho - Mt 8,1-4 - 26.06.2015 - Se queres, tu tens o poder de me purificar.

6ª-feira da 12ª Semana Tempo Comum
Cor: Verde

Evangelho - Mt 8,1-4

Se queres, tu tens o poder de me purificar.

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Mateus 8,1-4

1Tendo Jesus descido do monte,
numerosas multidões o seguiam.
2Eis que um leproso se aproximou
e se ajoelhou diante dele, dizendo:
'Senhor, se queres, tu tens o poder de me purificar.'
3Jesus estendeu a mão, tocou nele e disse:
'Eu quero, fica limpo.'
No mesmo instante, o homem ficou curado da lepra.
4Então Jesus lhe disse:
'Olha, não digas nada a ninguém,
mas vai mostrar-te ao sacerdote,
e faze a oferta que Moisés ordenou,
para servir de testemunho para eles.'
Palavra da Salvação.
Fonte CNBB


Reflexão - Mt 8, 1-4
O Evangelho de hoje nos mostra coisas muito interessantes. Inicialmente, Jesus desce do monte, o que nos mostra que devemos subir ao monte para conversar sobre coisas importantes, mas não podemos ficar lá para sempre, precisamos descer. As multidões o seguiam, porque o discurso do Evangelho convence, faz com que as pessoas dêem sua adesão a Jesus e à causa do Reino. Por fim, nos mostra que as verdades refletidas sobre o monte devem ser vividas, pois Jesus faz isso, vendo a necessidade de quem dele se aproxima e fazendo o que está ao seu alcance para que o mal seja vencido e todas as pessoas possam ter uma vida digna de filhos e filhas de Deus.
Fonte CNBB



SÊ CURADO Mt 8,1-4
HOMILIA

Sê curado, foi a resposta de Jesus ante aquele homem, rejeitado por tudo e por todos. Condenado a solidão como fruto dos seus próprios pecados. Como era costume da época tratar todas as pessoas afetadas pela lepra.

O homem, reconhece em Jesus a única solução, a única saída para a sua enfermidade. Se aproxima d’Ele com muita fé, confiança e esperança de que a sua doença será curada, caso o Médico dos médicos quisesse. De joelhos suplica: Senhor, se queres, tu tens o poder de me purificar.

Veja meu irmão, minha irmã. O leproso prefere usar a palavra purificar e não curar. Por quê? A razão é simples. Somente Jesus tem o poder. E o Seu poder não somente cura. Porque quem é curado fisicamente pode vir a contrair no futuro ou a mesma doença ou uma outra. Ao passo que o purificar, vai mais longe. Tem um alcance espiritual. Diz respeito ao nosso relacionamento com Deus. Invoca o perdão de Deus que não por mérito próprio, mas por mandato do próprio Deus os sacerdotes administram nos confessionários.

Segundo a doutrina da nossa mãe igreja católica, os pecados são categorizados em três grupos:

1 – o pecado original, que é transmitido a todos os homens, sem culpa própria, devido à sua unidade de origem, que é Adão e Eva. Eles desobedeceram à Palavra de Deus no início do mundo, originando este pecado, que, felizmente, pode ser atualmente perdoado pelo sacramento do Batismo. Este pecado faz com que “a natureza humana fique submetida à ignorância, ao sofrimento, ao poder da morte, e inclinada ao pecado.

2 – o pecado mortal, que é cometido “quando, ao mesmo tempo, há matéria grave, plena consciência e deliberado consentimento. Este pecado destrói a caridade, priva-nos da graça santificante e conduz-nos à morte eterna do Inferno, se dele não nos arrependermos” sinceramente.

3 – o pecado venial, “que difere essencialmente do pecado mortal, comete-se quando se trata de matéria leve, ou mesmo grave, mas sem pleno conhecimento ou sem total consentimento. Não quebra a aliança com Deus, mas enfraquece a caridade; manifesta um afeto desordenado pelos bens criados; impede o progresso da alma no exercício das virtudes e na prática do bem moral; merece penas purificatórias temporais”, nomeadamente no Purgatório.

E o único que tem o poder de perdoar os pecados que tornam o homem impuro e por isso, merecedor do castigo eterno é Jesus. Em outro espaço da Sagrada Escritura Jesus diz aos sumos sacerdotes e anciãos do povo perante a cura do paralítico: para saberdes que o Filho do Homem tem poder de perdoar os pecados, levanta-se e anda.

O pecado nos faz leprosos, nos isola dos amigos de Deus, nos retira a dignidade de filhos e filhas de Deus. Quebra a nossa vida com Deus. Ele nos suja e nos leva à morte. Pois como diz São Paulo, o salário da pecado é a morte.

Todavia, ele não é maior do que o coração aberto de Jesus na cruz pela lança do soldado. Ele não tem mais poder do que os braços abertos de Cristo sempre pronta para nos compreender, e dialogando conosco nos acolher e perdoar todas as nossas faltas. Para Ele, não há pecado algum que não possa ser perdoado. Basta na humildade e simplicidade do coração nos ajoelharmos como este leproso que argueamos a nossa voz: Senhor se queres podes me purificar.

A única palavra que ouviremos d’Ele não é de censura, não! É pura e simplesmente esta: Eu quero, fique limpo. Este é o coração manso e humilde, lento na ira e rápido em perdoar os pecados. Ele olha para o coração arrependido e o espírito humilhado. Portanto, pare de sofrer e se maltratar por causa dos grande ou poucos pecados que cometeste. Para Ele, ainda que eles sejam vermelhos como a púrpura ficarão brancos como a neve. Levante a cabeça. Recomece hoje. Procure o sacerdote da sua comunidade. Jesus já te perdoou, vai à ele apresente o teu arrependimento e cumpra a penitência que ele te recomendar e serás totalmente purificado.
Fonte Canção Nova

terça-feira, 23 de junho de 2015

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Evangelho - Mt 7,21-29 - 25.06.2015 - A casa construída sobre a rocha e a casa construída sobre a areia.

5ª-feira da 12ª Semana Tempo Comum
Cor: Verde

Evangelho - Mt 7,21-29

A casa construída sobre a rocha e a casa construída sobre a areia.

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Mateus 7,21-29

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos:
2lNem todo aquele que me diz: 'Senhor, Senhor',
entrará no Reino dos Céus, mas o que põe em prática
a vontade de meu Pai que está nos céus.
22Naquele dia, muitos vão me dizer:
'Senhor, Senhor, não foi em teu nome que profetizamos?
Não foi em teu nome que expulsamos demônios?
E não foi em teu nome que fizemos muitos milagres?'
23Então eu lhes direi publicamente:
'Jamais vos conheci.
Afastai-vos de mim, vós que praticais o mal.
24Portanto, quem ouve estas minhas palavras
e as põe em prática,
é como um homem prudente,
que construiu sua casa sobre a rocha.
25Caiu a chuva, vieram as enchentes,
os ventos deram contra a casa,
mas a casa não caiu,
porque estava construída sobre a rocha.
26Por outro lado,
quem ouve estas minhas palavras e não as põe em prática,
é como um homem sem juízo,
que construiu sua casa sobre a areia.
27Caiu a chuva, vieram as enchentes,
os ventos sopraram e deram contra a casa,
e a casa caiu, e sua ruína foi completa!'
28Quando Jesus acabou de dizer estas palavras,
as multidões ficaram admiradas com seu ensinamento.
29De fato, ele as ensinava como quem tem autoridade
e não como os mestres da lei.
Palavra da Salvação.
Fonte CNBB


Reflexão - Mt 7,21-29
É preciso pôr em prática os ensinamentos de Jesus

O evangelho deste dia é a conclusão do discurso sobre a montanha (Mt 5–7). O título “Senhor, Senhor” revela, em princípio, o respeito atribuído ao Mestre. Somente depois, para a fé cristã, passará a ser um título cristológico atribuído a Jesus Cristo ressuscitado. No Antigo Testamento, ele substituía, na leitura, o nome impronunciável de Deus. Pelo que segue, o texto deve ser compreendido assim: em primeiro lugar, os discípulos não devem simplesmente orgulhar-se de ter Jesus como seu Mestre; é preciso pôr em prática seus ensinamentos. Não são as muitas palavras ou o louvor estéril que caracterizam os discípulos de Jesus, mas um engajamento afetivo e efetivo no dinamismo da própria vida do Mestre, cujo alimento é fazer a vontade do Pai (Jo 4,34). Dito em outras palavras, é preciso que a vontade de Deus se realize na vida do discípulo como se realizou na vida de Jesus. Em segundo lugar, as duas breves parábolas subsequentes (vv. 24-25.26-27) põem o acento nas palavras de Jesus e na vivência dessa palavra. De algum modo, nas palavras de Jesus está a vontade de Deus. A solidez da vida cristã está em ouvir e pôr em prática as palavras de Jesus e viver os seus valores. Essa exigência evoca Dt 31,12, em que Moisés recomenda aos sacerdotes exortarem o povo a pôr em prática as palavras da Lei. Jesus é, para o evangelho de Mateus, o verdadeiro e autêntico intérprete da Lei.
Pe. Carlos Alberto Contieri, sj

Conteúdo publicado em Comece o Dia Feliz. http://www.paulinas.org.br/diafeliz/?system=evangelho&action=busca_result&data=25%2F06%2F2015#ixzz3dtX7yRdt 
Autoriza-se a sua publicação desde que se cite a fonte.



QUEM PODE ENTRAR NO REINO DO CÉU? Mt 7,21-29
HOMILIA

Meu irmão, minha irmã, você sabia que a nossa entrada no Reino dos céus não acontece em vista de palavras pronunciadas, orações recitadas e pregações bem elaboradas? Que não adiantará nada para nós somente, clamar Senhor, Senhor, e não pôr em prática a vontade de Deus?

Pois é. Se não sabia é preciso que o saiba! As nossas ações têm mais eficácia do que as nossas palavras.  Se não praticamos o que dizemos, tudo será igual a nada. Para que nós possamos entrar no Reino dos céus, precisamos estar firmes no seguimento da vontade de Deus que se apresenta por meio de Sua Palavra.

Praticar o mal é não fazer conforme nos direciona a Palavra de Deus e agir conforme os nossos próprios pensamentos humanos. O próprio Jesus nos mostra no Evangelho: ouvir a Palavra e praticá-la é construir na rocha. A casa construída sobre a rocha é a vida do homem que caminha à luz da Palavra de Deus. Deus é a Rocha, Deus é o Amor e aquele que se ajusta à Sua vontade, terá uma vida firme, confiante e as tempestades, os terremotos, os ventos não o abalarão.

As dificuldades da nossa vida são momentos preciosos para percebermos se estamos firmes sobre a rocha firme que é Jesus, ou não.

Existem devoções às ostensivas invocações do nome de Jesus e às espantosas narrativas de expulsões de demônios e de milagres de Jesus. Contudo, estas devoções podem dar uma satisfação pessoal que leva à omissão das práticas essenciais que realmente agradam a Deus.

Neste texto de Mateus, vemos que a fidelidade a Jesus está na prática da vontade do Pai que está nos céus. É isto que se pede na oração do Pai-nosso. Jesus nos revelou a vontade do Pai na proclamação das Bem-aventuranças e na sua vida, com seu amor promovendo os pobres e excluídos.

Como você está construindo a casa da sua vida: na rocha ou na areia? – Você já experimentou alguma tempestade na sua vida? Como ficou a sua casa? –- Você sente firmeza nos seus pés nas horas das dificuldades? – Você acha que a sua vida está firmada sobre a Rocha ou você é um “homem sem juízo”? – Em que a Palavra de Deus o (a) tem instruído?

Pai, eu quero caminhar com sinceridade para a comunhão contigo, no teu Reino. Que todos os meus gestos e palavras estejam sempre alicerçados na Tua vontade.
Fonte Canção  Nova

segunda-feira, 22 de junho de 2015

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Evangelho - Lc 1,57-66 - 24.06.2014 - Nascimento de João Batista.

Natividade de São João Batista . Solenidade
Cor: Branco

Evangelho - Lc 1,57-66

Nascimento de João Batista.

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas 1,57-66

57Completou-se o tempo da gravidez de Isabel,
e ela deu à luz um filho.
58Os vizinhos e parentes ouviram dizer
como o Senhor tinha sido misericordioso
para com Isabel, e alegraram-se com ela.
59No oitavo dia, foram circuncidar o menino,
e queriam dar-lhe o nome de seu pai, Zacarias.
60A mãe porém disse:
'Não! Ele vai chamar-se João.'
61Os outros disseram:
'Não existe nenhum parente teu com esse nome!'
62Então fizeram sinais ao pai,
perguntando como ele queria que o menino se chamasse.
63Zacarias pediu uma tabuinha, e escreveu:
'João é o seu nome.'
64No mesmo instante, a boca de Zacarias se abriu,
sua língua se soltou, e ele começou a louvar a Deus.
65Todos os vizinhos ficaram com medo,
e a notícia espalhou-se
por toda a região montanhosa da Judéia.
66E todos os que ouviam a notícia, ficavam pensando:
'O que virá a ser este menino?'
De fato, a mão do Senhor estava com ele.
Palavra da Salvação.
Fonte CNBB


Reflexão - Lc 1, 57-66
O nascimento de João Batista nos mostra a atuação de Deus na história e que nem sempre entendemos esta atuação ou os nossos projetos são os mesmos dele. Quando existe discordância entre a vontade de Deus e a nossa vontade, nós nos tornamos limitados e incapazes de viver plenamente na graça divina e de comunicar esta graça aos nossos irmãos e irmãs, mas quando a nossa vida é conforme a vontade de Deus, a graça divina atua em nós, a mão do Senhor está conosco e a nossa boca se abre para anunciar suas maravilhas e proclamar os seus louvores.
Fonte CNBB



O NASCIMENTO DE JOÃO BATISTA Lc 1,57-66
HOMILIA

A Igreja celebra o nascimento de João como algo sagrado, e é o único nascimento que se festeja: celebramos o nascimento de João e o de Cristo; e o seu nascimento foi motivo de alegria para muitos. Quando São João Batista nasceu, a Virgem Maria estava em sua casa. Quanta alegria e doçura reinavam naquele lar! Os dias da Virgem na casa de Zacarias foram de grande gozo para todos. Maria dava um novo sentido aos pequenos sucessos cotidianos. Esta alegria era contagiosa, e dela participavam os vizinhos e os parentes que ouviram dizer que Deus a cumulara com sua misericórdia e com ela se alegraram.

Os vizinhos e parentes também se alegraram por Isabel ter sido agraciada por Deus: “Não temas, Zacarias, porque a tua súplica foi ouvida, e Isabel, tua mulher, vai te dar um filho, ao qual porás o nome de João. Terás alegria e regozijo, e muitos se alegrarão com o seu nascimento. Pois ele será grande diante do Senhor; não beberá vinho, nem bebida embriagante; ficará pleno do Espírito Santo ainda no seio de sua mãe” (Lc 1, 13-15).

Hoje, infelizmente, muitos se enchem de inveja e de ódio, quando ficam sabendo que uma pessoa recebeu alguma graça ou que está progredindo na vida. Essa é a atitude de pessoas amigas e discípulas do demônio. Tu sabes quais são os sinais para saber se uma pessoa é invejosa?

1º Alegrar-se com o mal alheio. Se você percebe que uma pessoa se alegra com a desgraça do próximo, que sente prazer por qualquer insucesso ou fracasso do próximo, então já descobriu uma pessoa invejosa. Em 1 Pd 2,1 diz: “Rejeitai… qualquer espécie de inveja”. Cuidado com esse tipo de gente; isto é, cuidado com a pessoa que se alegra com o mal alheio, a mesma é pior que o diabo. Os invejosos são piores que o diabo, pois o diabo não inveja os outros diabos, ao passo que os homens não respeitam sequer os participantes da sua própria natureza.

2º Entristecer-se com o bem alheio. Se você percebe que uma pessoa se entristece, só porque viu alguém subir de cargo, tome cuidado, ela é invejosa e venenosa. O invejoso não consegue se controlar diante do sucesso do próximo, ele fica inquieto e se transforma num monstro: enruga a testa, cerra os dentes, torce o nariz, fica com o semblante azedo e olhos fixos no chão. A inveja quando não destrói o invejado, tira a paz do invejoso!

3º Reprimir os louvores dados aos outros. O invejoso não suporta ouvir ninguém ser elogiado, logo diz algo contra a pessoa que foi elogiada; o mesmo encontra defeito em tudo. Aos olhos do invejoso qualquer defeito dos outros é grande. O invejoso também vê o bem, mas sempre com maus olhos. Até das pessoas santas o invejoso tenta tirar alguma coisa, não podendo negar o louvor aos santos, ele o faz com avareza e reserva. Quanta maldade!

4º Falar mal do próximo. A língua do invejoso se assemelha a uma metralhadora incontrolável; a sua inveja é tão grande, que ele fala mal do próximo publicamente e também em segredo; quanto aos defeitos dos outros, o invejoso sempre aumenta ou inventa. Da inveja nascem o ódio, a maledicência e a calúnia.

No Antigo Testamento a circuncisão era um rito instituído por Deus para assinalar com uma marca os que pertenciam ao povo eleito. Deus mandou a circuncisão a Abraão como sinal da Aliança que estabelecia com ele e com toda a sua descendência (cf. Gn 17,10-14), e prescreveu que se realizasse no oitavo dia do nascimento. O rito realizava-se na casa paterna ou na sinagoga, e além da operação sobre o corpo do menino, incluía bênçãos e a imposição do nome.

Com a instituição do batismo cristão cessou o mandamento da circuncisão. Os Apóstolos, no Concílio de Jerusalém (cf. At 15,1ss.), declararam definitivamente abolida a necessidade do antigo rito para os que se incorporassem na Igreja. A libertação da voz de Zacarias, no nascimento de João, é o mesmo que o rasgar-se do véu do templo, pela cruz de Cristo. Se anunciasse a si mesmo, João não abriria a boca de Zacarias. Se solta a língua, é porque nasce a voz; já a prenunciar o Senhor. Com razão se soltou em seguida a sua língua, porque a fé desatou o que tinha atado a incredulidade. É um caso semelhante ao do apóstolo São Tomé, que tinha resistido a crer na Ressurreição do Senhor, e acreditou depois das provas evidentes que lhe deu Jesus ressuscitado (cf. Jo 20,24-29). Com estes dois homens, Deus faz o milagre e vence a sua incredulidade; mas ordinariamente Deus exige-nos fé e obediência sem realizar novos milagres. Por isso repreendeu e castigou Zacarias, e censurou o apóstolo Tomé: “Porque Me viste acreditaste; bem-aventurados os que sem ter visto acreditaram” (Jo 20, 29).

As pessoas ali presentes compreenderam que estavam diante de algo sobrenatural, ainda que não tivessem um conhecimento completo do que estava a suceder: “… e por toda a região montanhosa da Judéia comentavam-se esses fatos”. E diziam: ‘Que virá a ser esse menino? ‘ E, de fato, a mão do Senhor estava com ele”. Que São João Batista abra os nossos olhos e a nossa língua, porque estamos cegos e mudos espiritualmente, os vícios nos cegaram e taparam nossa boca, não conseguimos enxergar e falar da grandeza da vida de santidade.

Pai, conta comigo para realizar o teu projeto, como contaste com João cujo nascimento foi revestido de gestos amorosos de tua Providência.
Fonte Canção Nova

domingo, 21 de junho de 2015

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Evangelho - Mt 7,6.12-14 - 23.06.2015 - Tudo quanto quereis que os outros vos façam, fazei também a eles.

3ª-feira da 12ª Semana Tempo Comum
Cor: Verde

Evangelho - Mt 7,6.12-14

Tudo quanto quereis que os outros vos façam, fazei também a eles.

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo Segundo São Mateus 7,6.12-14

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos:
6Não deis aos cães as coisas santas,
nem atireis vossas pérolas aos porcos;
para que eles não as pisem com os pés
e, voltando-se contra vós, vos despedacem.
12Tudo quanto quereis que os outros vos façam,
fazei também a eles.
Nisto consiste a Lei e os Profetas.
13Entrai pela porta estreita,
porque larga é a porta
e espaçoso é o caminho que leva à perdição,
e muitos são os que entram por ele!
14Como é estreita a porta
e apertado o caminho que leva à vida!
E são poucos os que o encontram!
Palavra da Salvação.
Fonte CNBB


Reflexão - Mt 7, 6.12-14
Hoje em dia, fala-se muito da questão da inculturação. É inculturação do anúncio, da liturgia e assim por diante. De fato, a inculturação é necessária para que todos possam viver os valores do Reino de Deus. Mas o Evangelho de hoje nos faz uma grave advertência: não atireis vossas pérolas aos porcos. É claro que devemos valorizar todas as formas e expressões de uma cultura e reconhecer os grandes valores que estão presentes na cultura e que expressam os valores evangélicos, mas inculturar o Evangelho não significa submete-lo aos valores culturais, pois a cultura tende a ver o Evangelho de uma forma ideológica e a usar as suas palavras sem os critérios do Reino, pisando nelas e voltando-se contra nós.
Fonte CNBB



A PORTA ESTREITA Mt 7,6.12-14
HOMILIA

Temos aqui mais algumas sentenças esparsas da coleção de Mateus, compiladas no Sermão da Montanha. A primeira destas sentenças é enigmática e choca por seu teor rude e discriminatório. Estamos próximos da conclusão do sermão da montanha sobre a vida no Reino de Deus. Jesus chama seus ouvintes para fazerem uma escolha e depois dá-lhes a “regra de ouro” do agir: “Fazei aos outros o que quereis que vos façam”. Esta norma de comportamento faz parte da cultura universal e supre a complexidade de toda a Lei e dos Profetas. A alusão às portas e aos caminhos, largos ou estreitos, aponta para o Império Romano. Na ânsia de exploração e dominação, construíram largas estradas para as grandes cidades dominadas, com suas amplas portas, centros de produção e comércio, favorecendo a expropriação. O acesso às pequenas aldeias do povo humilde e pobre era feito por estreitas vias. Para isto, Ele conta três metáforas — uma sobre duas portas, outra sobre duas árvores e outra sobre dois alicerces. Um local conhecido, hoje em dia na cidade de Belém, é a Igreja da Natividade, construída onde se acredita que Jesus tenha nascido.

A imensa igreja tem apenas uma pequena entrada. Para entrar na igreja, através dessa pequena porta, a pessoa tem que se curvar, praticamente tem que se agachar. E a não há possibilidade de entrar levando consigo alguma bagagem.O significado da pequena entrada dessa igreja é claro. Há apenas uma porta por onde se pode entrar no Reino de Deus e essa porta é estreita. Jesus deixa claro que Ele é a única porta para as ovelhas — Ele é o único caminho para o céu e para o dom da vida eterna (João 10:7-9; João 3:16; 14:6).

O discípulo deve rejeitar as largas estradas do império e seguir o humilde caminho dos pequenos e excluídos.

Todos procuram uma vida melhor e mais segura, e por isto se fadigam e correm. Numa tarefa assim tão importante, é conveniente que não andemos atrás dos outros, mas que verifiquemos com cuidado e sabedoria em quais mãos colocamos o nosso futuro, a nossa eternidade. Não nos esqueçamos que o guia seguro que devemos buscar é Jesus.

A porta é estreita, mas quando se passa por ela, os campos são verdes, a água cristalina, a proteção é completa. Há fartura, alegria e paz do outro lado, o lado da vida plena em Cristo Jesus.

Pai, faze-me capaz de reconhecer quem está predisposto a acolher a tua mensagem, de forma que eu não semeie a tua Palavra no coração de quem lhe é refratário.
Fonte Canção Nova

sábado, 20 de junho de 2015

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Evangelho - Mt 7,1-5 - 22.06.2015 - Tira primeiro a trave do teu próprio olho.

2ª-feira da 12ª Semana Tempo Comum
Cor: Verde

Evangelho - Mt 7,1-5

Tira primeiro a trave do teu próprio olho.

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Mateus 7,1-5

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos:
1'Não julgueis, e não sereis julgados.
2Pois, vós sereis julgados
com o mesmo julgamento com que julgardes;
e sereis medidos, com a mesma medida com que medirdes.
3Por que observas o cisco no olho do teu irmão,
e não prestas atenção à trave que está no teu próprio olho?
4Ou, como podes dizer ao teu irmão:
'deixa-me tirar o cisco do teu olho',
quando tu mesmo tens uma trave no teu?
5Hipócrita, tira primeiro a trave do teu próprio olho,
e então enxergarás bem
para tirar o cisco do olho do teu irmão.
Palavra da Salvação.
Fonte CNBB


Reflexão - Mt 7, 1-5
A maioria das pessoas está mais preocupada com os pecados dos outros do que com os próprios, sempre apresentando o argumento de que os pecados dos outros são mais graves e exigem uma maior preocupação. O trabalho de transformação do mundo deve começar pela transformação e pela conversão pessoal. Se cada pessoa estivesse realmente preocupada com a própria conversão e de fato fizesse tudo o que está ao seu alcance, contando com a graça divina para uma verdadeira mudança de vida, muitos dos problemas que estão presentes na nossa sociedade já estariam superados. Portanto, que cada um olhe para si, se descubra pecador e se converta, para contribuir de fato com a conversão do mundo.
Fonte CNBB



NÃO JULGUEIS E NÃO SEREIS JULGADOS Mt 7,1-5
HOMILIA

A partir do capítulo 7 de S. Mateus, que hoje começamos a ver, o discurso da montanha parece tomar uma nova profundidade, orientado mais em particular para os discípulos, isto é, para os membros da comunidade cristã de Mateus e de todos os tempos.

O contraste exagerado entre o cisco no olho alheio e a trave no próprio pode refletir um provérbio popular de então, a rápida observação das faltas dos outros, em contraste com a tolerância das faltas do próprio caráter, é tema comum em todos os povos e línguas. E por isso, os homens ao longo dos tempos foram compondo provérbios que iluminam claramente as suas culturas e tradições.

No provérbio de hoje Jesus pretende chamar a atenção dos seus discípulos para um perigo que os cerca: o perigo de se considerarem perfeitos e superiores e por isso se separarem dos outros, como fariseus. O significado da palavra fariseu é separado.

O sentido que tem aqui o verbo julgar não é simplesmente fazer-se uma opinião, algo que dificilmente poderemos evitar, mas julgar duramente, ou seja, condenar os outros, como se diz na passagem paralela de S. Lucas: Não julgueis e não sereis julgados; não condeneis e não sereis condenados; perdoai e sereis perdoados (6, 37).

O julgamento pertence a Deus e não a nós, porque só Deus conhece a fundo o coração do homem. Constituir-se em juiz dos outros é uma ousadia irresponsável, é tomar o lugar de Deus. Deus nos aceita e ama todos tal como somos, e olha-nos com amor de Pai que dissimula as faltas dos seus filhos, a quem vê através do seu próprio Filho, Cristo.

Se, anteriormente, ao longo do discurso da montanha, Jesus falou do perdão das ofensas e do amor inclusivamente ao inimigo, para tentar aproximar-nos ao menos um pouco da perfeição de Deus, agora está apontando à imitação da sua misericórdia. Como diz o livro da Sabedoria, Deus compadece-se de todos corrige os que caem para que se convertam e acreditem n’Ele.

À medida que usarmos com os outros, usá-la-ão conosco. Isso não quer dizer que Deus – a quem não se menciona no texto por respeito – nos julgará com a nossa medida injusta e impiedosa. Esse não é o seu modo de proceder. Certamente, quem age assim com os outros, expõe-se a um julgamento mais severo para si mesmo.

Deus teria, digamos, duas medidas para o seu julgamento: uma de justiça, outra de misericórdia. Ele medir-nos-á com aquela que nós utilizarmos, nesta vida, com os irmãos. É a mesma lição da parábola do devedor insolvente que é perdoado e não perdoa, ou a contida petição do Pai-nosso: perdoa as nossas ofensas… O que condena o irmão auto-exclui-se do perdão de Deus e cai sob a jurisdição da lei, que não deixará de acusá-lo e condenar como imperfeito que é.

Todos somos imperfeitos, tanto e mais que os outros, ainda que, julgando-os com superioridade, os desprezemos. Tal atitude, desprovida de amor, provém da nossa própria cegueira que nos impede de ver os nossos defeitos. Manter a conscientemente tal postura é hipocrisia astuta, cujo modelo no evangelho são escribas e fariseus.

É muito velho o costume de criticar os outros. Assim, pensamos justificar-nos a nós como melhores. Mas, a experiência demonstra que os mais críticos, os que julgam ser perfeitos, saber tudo e ter a melhor solução para qualquer problema, costumam ser os que menos fazem e levam aos outros.

Um olhar no espelho, uma vista de olhos à nossa pequenez e insignificância, à nossa “trave” no olho, minimizará sem dúvida as falhas dos outros, e far-nos-á mais tolerantes e acolhedores, pensando que os outros também têm que suportar-nos a nós. Conhecer as nossas próprias limitações, admiti-las e aceitá-las ensinar-nos-á, a saber, estar e viver com os outros. Assim, caminharemos em verdade e simplicidade, com ânimo de fraternidade, tolerância e compreensão para com os outros sem os condenar.

Se Deus é otimista a respeito do homem e o ama apesar de tudo, o discípulo de Cristo há-de fazer o mesmo em relação aos seus irmãos. Este é um caminho mais seguro para a realização e a felicidade pessoal do que o engano da presunção.

Meu irmão, minha irmã, nós não temos o direito de julgar, ao menos que tiremos primeiro a trave que está no nosso olho. Ou seja, se eu sou um exemplo, no caso tenho todo direito de julgar, mas através da Escritura, logo, se eu sou um homem integro diante de Deus no que concerne a alguma prática, seja ela confessional, doutrinária, ou moral, tenho duas ferramentas em mãos e que contribuem entre si para o julgamento Cristão; Primeiro: O fato que a Escritura Sagrada condena expressamente determinada prática, e em segundo, eu sou um homem que não pratico tais coisas, e assim, a trave do meu olho já foi tirada, e se eu tirei a trave do meu olho, tenho todo o argumento para tirar o argueiro do olho do meu irmão.

Pai, livra-me de julgar meus semelhantes de maneira severa e impiedosa. Que eu seja misericordioso com eles, assim como és misericordioso comigo.
Fonte Canção Nova

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Evangelho - Mc 4,35-41 - 21.06.2015 - Quem é este a quem até o vento e o mar obedecem?

12º DOMINGO Tempo Comum
Cor: Verde

Evangelho - Mc 4,35-41

Quem é este a quem até o vento e o mar obedecem?

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos 4,35-41

35Naquele dia, ao cair da tarde,
Jesus disse a seus discípulos:
'Vamos para a outra margem!'
36Eles despediram a multidão e levaram Jesus consigo,
assim como estava na barca.
Havia ainda outras barcas com ele.
37Começou a soprar uma ventania muito forte
e as ondas se lançavam dentro da barca,
de modo que a barca já começava a se encher.
38Jesus estava na parte de trás,
dormindo sobre um travesseiro.
Os discípulos o acordaram e disseram:
'Mestre, estamos perecendo e tu não te importas?'
39Ele se levantou e ordenou ao vento e ao mar:
'Silêncio! Cala-te!'
O ventou cessou e houve uma grande calmaria.
40Então Jesus perguntou aos discípulos:
'Por que sois tão medrosos?
Ainda não tendes fé?'
41Eles sentiram um grande medo e diziam uns aos outros:
'Quem é este, a quem até o vento e o mar obedecem?'
Palavra da Salvação.
Fonte CNBB


Reflexão - Mc 4,35-41
Confiar e não se deixar dominar pelo medo

Depois de uma série de ensinamentos em parábolas (4,1-34), Jesus faz com os seus discípulos uma nova travessia “para a outra margem”, trajeto que parece habitual para eles. Se não todos, a maioria dos seus discípulos conhecia muito bem o mar da Galileia, habituados a ter este lugar como lugar de trabalho. Situado a 210 metros abaixo do nível do mar, o fenômeno de ventos que agitam as águas do lago e provocam como que ondas, é conhecido. Para o homem bíblico, o mar é símbolo do mal e da morte. Diante dele, o ser humano sente uma força que não é capaz de dominar. A força dos ventos, a agitação das águas que invadem o barco e o desespero e o medo dos discípulos contrastam com a tranquilidade de Jesus, que dorme. Ao ser acordado pelos discípulos, põe-se em pé e com a palavra determinada, a mesma dirigida aos demônios (cf. Mc 1,25), domina a fúria do vento e do mar. No Antigo Testamento, é Deus quem acalma a fúria das ondas e conduz os seus ao porto seguro (cf. Sl 107[106],29). Na primeira leitura, um trecho do livro de Jó, Deus exorta Jó à confiança nele, pois os homens não têm poder sobre os elementos naturais, mas Deus, criador de todas as coisas, tem o poder sobre toda a criação. Jesus participa desse poder. De dentro do barco, repreendendo o vento e o mar, ele manifesta essa participação no poder de Deus para que cresça a fé dos discípulos. O texto é a ocasião para proclamar a divindade e a vitória de Cristo sobre o mal. Para o discípulo, o texto é um apelo à confiança, a não se deixar dominar pelo medo. No tempo da angústia e da aflição, a fé no Senhor permanece conosco, e deve nos dominar e conduzir (ver: Sl 107[106],25-30). No tempo da angústia, do medo, é preciso nos lembrarmos de que o Senhor está sempre presente (cf. Mt 28,20) e, como os discípulos, pedirmos com confiança e fé: “Senhor, ajuda-nos!”. Sem confiança no Senhor, sem fé, nos desesperamos, porque a falta de fé impede que o Senhor possa agir.
Pe. Carlos Alberto Contieri, sj

Conteúdo publicado em Comece o Dia Feliz. http://www.paulinas.org.br/diafeliz/?system=evangelho&action=busca_result&data=21%2F06%2F2015#ixzz3dcXhWNCV 
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JESUS ACALMA UMA TEMPESTADE Mc 4,35-41
HOMILIA

Muitas vezes costumamos usar frases como “estou passando por uma tempestade” para falar que estamos passando por uma situação difícil.

E quantas vezes também dizemos que nossa comunidade esta navegando em “águas tranquilas” ou de “vento em popa”. Com isso queremos dizer que o momento não há dificuldades, que tudo vai bem, as pessoas se entendem e de fora não há maiores ameaças que possam destruir o espírito comunitário. Mas, é assim que sentimos normalmente a comunidade? Ou tem outras figuras que explicam melhor o que se passa? Por exemplo: parece que o “barco esta afundando” ou uma “tempestade” atingiu nossa comunidade, ou ainda, tem muita “onda brava” querendo nos arrasar. Que significa isso? Que mar de nossa sociedade está tão cheio de perigos, ameaças que a gente não consegue mais se defender. Ou que os ventos do espírito de egoísmo e consumismo invadem tudo. E nós, ficamos com medo ou resistimos com confiança e coragem? Como sentimos a presença de Jesus que acalma a tempestade?

Marcos usa essa mesma linguagem para mostrar como as suas comunidades estavam trinta e sete anos após a morte e ressurreição de Jesus. Explico-me melhor.

Quando surgiu o Evangelho de Marcos, por volta dos anos 70, suas comunidades estavam sendo perseguidas pelo Império Romano. A situação de medo, pavor e intranquilidades fez com que Marcos comparasse suas comunidades com um barquinho perdido no mar da vida, açoitado por ventos fortes o impedido de chegar ao porto.

Para os Judeus o mar era o lugar da morada dos monstros e dos poderes da morte, onde a frágil vida do homem estava em constante perigo. Para os membros das comunidades, Jesus parece estar dormindo, pois não aparece nenhum poder divino para salvá-las das perseguições. É em vista desta situação de desespero que Marcos na hora de escrever o seu Evangelho, como resposta positiva para as comunidades se animarem, recolhe vários episódios da vida que revelam qual o Jesus presente no meio das comunidades. Com esse episódio Marcos procura abrir os olhos dos membros da sua comunidade para mostrar-lhes que o contrário da fé não é a incredulidade, mas sim o medo. E que o medo impede de compreender Jesus como o Senhor da vida, que triunfa sobre a morte. Jesus é vencedor! Não há motivo para elas terem medo. Este é o motivo do relato da tempestade acalmada.

Foi um dia pesado, de muito trabalho. Terminado o discurso das parábolas, Jesus diz: “Vamos para o outro lado!”. Do outro lado do mar da Galileia ficava uma região de gente “pagã”, que não pertencia ao povo israelita. Os discípulos sentiam medo de entrar em contato com essa gente. Do jeito que Jesus estava, eles o levam no barco, de onde tinha feito o discurso das parábolas. De tão cansado, Jesus deita e dorme. Este é o quadro inicial que Marcos pinta. Quadro bonito, bem humano.

O mar era um lugar que dava medo. O povo daquele tempo pensava que no mar moravam grandes monstros e onde o demônio andava solto. Quem mandava no mar eram os demônios. Por isso, na Bíblia, muitas vezes mar não tem só o sentido de grande extensão de água, mas também símbolo de perigo e das forças do mal.

Só que muita gente não sabe que o “Mar da Galileia” na verdade não passava e não de um grande lago cercado de altas montanhas. Às vezes, por entre as fendas das rochas, o vento cai em cima do lago e provoca tempestades repentinas provocando as inúmeras interpretações, como as que já vimos.

Vento forte, mar agitado, ondas… São também símbolos de agitação, ligados ao mar. Quando as primeiras comunidades cristãs refletiam esta passagem do Evangelho, lembravam-se das suas dificuldades e das ameaças de destruição que enfrentavam.

Os discípulos eram pescadores experientes. Se eles acham que vão afundar, então a situação é perigosa mesmo! A barca era um instrumento para navegar. Mas, era também um símbolo da comunidade dos primeiros cristãos. Eles sentiam a sua caminhada como um barco navegando no mar. Por isso, no texto fala não só da barca onde este Jesus, mas também de outras barcas, que representam todas as comunidades que surgiram depois de Jesus.

Jesus nem sequer acorda e continua dormindo. Este sono profundo não é só sinal do grande cansaço, é também expressão da confiança tranquila que ele tem em Deus. O contraste entre a atitude de Jesus e a dos discípulos é grande!

Os primeiros cristãos, muitas vezes, achavam que as dificuldades e perseguições eram maiores do que as suas forças. Jesus, que tinha prometido estar sempre junto deles, parecia estar dormindo…

Jesus acorda, não por causa das ondas, mas por causa do grito desesperado dos discípulos. Primeiro, ele se dirige ao mar e diz: Fique quieto! Cale-se! Acalme-se!. E logo o mar se acalma. Não se trata de uma ordem de Jesus que tem efeitos mágicos. Marcos não quer mostrar que Jesus pode mudar as leis da natureza. Quer mostrar que Jesus é uma presença que vence os poderes do mal e traz de novo coragem e confiança para os seguidores que estão assustados com as dificuldades e perseguições.

Em seguida, se dirige, aos discípulos e diz: “Por que vocês têm medo? Ainda não têm fé?” A impressão quer se tem é que não é preciso acalmar o mar, pois não havia nenhum perigo: É como quando você chega numa casa e o cachorro, ao lado do dono late muito. Aí não precisa ter medo, pois o dono está lá e controla a situação. O episódio evoca o êxodo, quando o povo, sem medo, passava pelo meio das águas do mar (Ex 14,22). Evoca o profeta Isaías que dizia ao povo: “Quando passares pelas águas eu estarei contigo!” (Is 43,2). Jesus refaz o êxodo e realiza a profecia anunciada pelo Salmo 107 (106).

Jesus acalma o mar e diz: “Então, vocês não têm fé?” Os discípulos não sabem o que responder e se perguntam: “Quem é este homem a quem até o mar e o vento obedecem?” Jesus parece um estranho para eles! Apesar da longa convivência, não sabem direito quem ele é. Quem é este homem? Com esta pergunta na cabeça, as comunidades continuavam a leitura E até hoje, é esta mesma pergunta que nos leva a continuar a leitura do Evangelho. É o desejo de conhecer sempre melhor o significado de Jesus para a nossa vida.
Fonte Canção Nova

sexta-feira, 19 de junho de 2015

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Evangelho - Mt 6,24-34 - 20.06.2015 - Não vos preocupeis com o dia de amanhã.

Sábado da 11ª Semana Tempo Comum
Cor: Verde

Evangelho - Mt 6,24-34

Não vos preocupeis com o dia de amanhã.

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 6,24-34

Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos:
24Ninguém pode servir a dois senhores:
pois, ou odiará um e amará o outro,
ou será fiel a um e desprezará o outro.
Vós não podeis servir a Deus e ao dinheiro.
25Por isso eu vos digo:
não vos preocupeis com a vossa vida,
com o que havereis de comer ou beber;
nem com o vosso corpo,
com o que havereis de vestir.
Afinal, a vida não vale mais do que o alimento,
e o corpo, mais do que a roupa?
26Olhai os pássaros dos céus:
eles não semeiam, não colhem,
nem ajuntam em armazéns.
No entanto, vosso Pai que está nos céus os alimenta.
Vós não valeis mais do que os pássaros?
27Quem de vós pode prolongar a duração da própria vida,
só pelo fato de se preocupar com isso?
28E por que ficais preocupados com a roupa?
Olhai como crescem os lírios do campo:
eles não trabalham nem fiam.
29Porém, eu vos digo:
nem o rei Salomão, em toda a sua glória,
jamais se vestiu como um deles.
30Ora, se Deus veste assim a erva do campo,
que hoje existe e amanhã é queimada no forno,
não fará ele muito mais por vós, gente de pouca fé?
31Portanto, nóo vos preocupeis, dizendo:
O que vamos comer? O que vamos beber?
Como vamos nos vestir?
32Os pagãos é que procuram essas coisas.
Vosso Pai, que está nos céus,
sabe que precisais de tudo isso.
33Pelo contrário, buscai em primeiro lugar
o Reino de Deus e a sua justiça,
e todas estas coisas vos serão dadas por acréscimo.
34Portanto, não vos preocupeis com o dia de amanhã,
pois o dia de amanhã terá suas preocupações!
Para cada dia, bastam seus próprios problemas.'
Palavra da Salvação.
Fonte CNBB


Reflexão - Mt 6, 24-34
A vida moderna é cada vez mais marcada pela satisfação de necessidades urgentes criadas pela sociedade e pela cultura. A busca da satisfação dessas necessidades nos ocupa praticamente o tempo todo e nunca obtém pleno sucesso, pois sempre fica faltando alguma coisa. Por que acontece isso? É porque a pessoa contemporânea deixou de lado o Deus verdadeiro para se colocar ao serviço dos deuses que marcam o paganismo moderno, como o dinheiro, o prazer e o poder, e esses deuses nunca estão satisfeitos e nem trazem satisfação para o coração humano. É claro que não devemos nos alienar, nos afastar do mundo como se ele fosse uma coisa má, mas não distanciamento não pode significar servidão aos deuses e mitos da modernidade.
Fonte CNBB



DEUS E AS RIQUEZAS Mt 6,24-34
HOMILIA

Essa é a grande ansiedade que pervade as almas de povos e nações dos últimos tempos, ou seja, a frenética busca dos bens materiais.  Eis a liturgia de hoje a nos indicar uma profunda solução para as crises atuais: a da desgastada questão social e a da economia mundial.
Estamos diante de dois senhores que não admitem rivais: "Ninguém pode servir a dois senhores: Porque, ou há de odiar um e amar o outro, ou há de afeiçoar-se a um e desprezar o outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas".  Este Evangelho faz parte do famoso Sermão da Montanha, do qual São Mateus transcreve as partes essenciais. Nele transparece a forte advertência do Divino Mestre contra o desvario dos que se afanam pelos tesouros deste mundo e acabam por se perder em meio às aflitivas preocupações da vida presente. E se esquecem que o apego às riquezas constitui uma real escravidão.
As riquezas, se são mais amadas do que a família, os filhos, apartam  o homem do amor de Deus. Neste versículo, é muito sutil e preciso o emprego do verbo servir, e não qualquer outro, pois o problema central não está em ter bens materiais, mas sim no valor que a eles se tributa e, sobretudo, no afeto que se lhes tenha. Em sua substância, encontramos aqui um desdobramento do Decálogo, em particular do Primeiro Mandamento, tal como o próprio Deus o declarou através de Seus profetas: "Não terás outros deuses diante de Mim. Não farás para ti imagem alguma, nem escultura [...]. Não adorarás tais coisas, nem as servirás; Eu sou o Senhor, o teu Deus" (Ex 20, 3-5).
            O apego às riquezas constitui, a partir de certo grau, uma real escravidão e "ninguém pode servir a dois senhores quando mandam coisas contrárias, nem mesmo quando ordenam coisas diferentes, porque a própria natureza impede que o amor do servo se reparta para dois senhores diversos".
Lembre-se: Um servo não pode entregar sua vontade a dois senhores. Havendo um apreço desequilibrado pelos bens deste mundo, quem o possua terá conferido a esses bens o caráter de senhorio. Ora, sabemos o quanto a escravidão, em si mesma, é avassaladora. As faculdades do escravo pertencem ao senhor e a este deve ele entregar todo o seu serviço. "Um senhor pode ter muitos servos, mas um servo não pode ter muitos senhores; pois o próprio do senhor é governar o servo, e não precisamente amá-lo; o específico do servo, porém, é amar, e não governar seu senhor; o mando pode dividir-se, mas o amor, não. Com isso, Cristo indica que as riquezas se gastam injustamente não só quando são injustas. Mas, até mesmo, quando não foram adquiridas por maus meios, se são amadas, apartam o homem do amor de Deus.
Ninguém pode servir a dois senhores, como disse antes: ‘É impossível que um rico entre no Reino dos Céus' (Mt 19, 23). Observa o autor da obra imperfeita que ninguém pode servir a dois senhores, e não diz que ninguém pode ter dois senhores. Dá o nome de senhor a qualquer coisa a que nos tenhamos entregado em demasia, à qual servimos de alguma maneira: ‘Não sabeis que, quando vos ofereceis a alguém para lhe obedecer, sois escravos daquele a quem obedeceis, quer seja do pecado para a morte, quer da obediência para a justiça?' (Rm 6, 16). E São Pedro: ‘O homem é feito escravo daquele que o venceu' (2 Pd 2, 19).
O verbo servir empregado neste versículo refere-se à situação de um servo que, sem restrição alguma, entrega sua vontade a um senhor, figura muito de acordo com a inclinação para os extremos, tão característica dos orientais. Neste caso, torna-se impossível ao servo obedecer a um segundo senhor que lhe dê qualquer incumbência oposta e simultânea à exigida pelo primeiro. Ademais, acabará por amar menos seu autêntico senhor, atitude à qual equivale o significado do termo "odiar". Na realidade, Deus não quer apenas uma parte de nosso coração, ainda que esta seja grande. Ele o deseja na sua íntegra, e essa entrega deve ser realizada por nós com alegria, generosidade e constância.
            Dois senhores rivais: Deus e o dinheiro. O Divino Mestre nos coloca diante de dois senhores diametralmente opostos no que concerne aos seus respectivos interesses: Deus e o dinheiro. O primeiro nos exige a crença nEle e em Suas revelações, a esperança em Suas promessas, com amor total, além da prática da castidade, da humildade, como também do cortejo de todas as virtudes. O dinheiro cobra de nós, e nos inspira ambição, volúpia de prazeres, vaidade, orgulho, menosprezo do próximo, etc. Um nos dá forças para praticar o bem e a este inclina nossas paixões, enquanto o outro nos arrasta para o mal e nele nos vicia. O Céu e sua eterna felicidade constituem o estímulo para os esforços exigidos por um dos senhores. A terra e seus prazeres fugazes são os atrativos oferecidos pelo outro.
            Esses dois senhores não admitem rivais. O pior rival do dinheiro é Deus, e vice-versa. Por isso, a desgraça do rico que entrega seu coração aos bens da terra consiste em buscar em vão sua felicidade neles; e a desgraça do pobre, em iludir-se com a pseudofelicidade oferecida pelas riquezas.
            É preciso ter sempre diante dos olhos o quanto são opostos entre si, Deus e o mundo. Por isso, não queiramos servir a ambos ao mesmo tempo: "Não vos sujeiteis ao mesmo jugo com os infiéis. Que união pode haver entre a justiça e a iniqüidade? Ou que sociedade entre a luz e as trevas? E que concórdia entre Cristo e Belial? Ou que de comum entre o fiel e o infiel? E que relação entre o templo de Deus e os ídolos? Porque vós sois templos de Deus vivo" (2 Cor 6, 14-16).
            Pai, centra toda minha vida na busca do teu Reino e na justiça que dele vem, de forma que nenhuma outra preocupação possa ser importante para mim.
Fonte Padre BANTU SAYLA

quarta-feira, 17 de junho de 2015

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Evangelho - Mt 6,1-6.16-18 - 19.06.2015 - E o teu Pai, que vê o que está escondido, te dará a recompensa.

4ª-feira da 11ª Semana Tempo Comum
Cor: Verde

Evangelho - Mt 6,1-6.16-18

E o teu Pai, que vê o que está escondido, te dará a recompensa.

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Mateus 6,1-6.16-18

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos:
1'Ficai atentos
para não praticar a vossa justiça na frente dos homens,
só para serdes vistos por eles.
Caso contrário, não recebereis a recompensa
do vosso Pai que está nos céus.
2Por isso, quando deres esmola,
não toques a trombeta diante de ti,
como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas,
para serem elogiados pelos homens.
Em verdade vos digo:
eles já receberam a sua recompensa.
3Ao contrário, quando deres esmola,
que a tua mão esquerda nóo saiba
o que faz a tua mão direita,
4de modo que, a tua esmola fique oculta.
E o teu Pai, que vê o que está oculto,
te dará a recompensa.
5Quando orardes,
não sejais como os hipócritas,
que gostam de rezar em pé,
nas sinagogas e nas esquinas das praças,
para serem vistos pelos homens.
Em verdade vos digo:
eles já receberam a sua recompensa.
6Ao contrário, quando tu orares,
entra no teu quarto, fecha a porta,
e reza ao teu Pai que está oculto.
E o teu Pai, que vê o que está escondido,
te dará a recompensa.
16Quando jejuardes,
não fiqueis com o rosto triste como os hipócritas.
Eles desfiguram o rosto,
para que os homens vejam que estão jejuando.
Em verdade vos digo:
Eles já receberam a sua recompensa.
17Tu, porém, quando jejuares,
perfuma a cabeça e lava o rosto,
18para que os homens não vejam
que tu estás jejuando,
mas somente teu Pai, que está oculto.
E o teu Pai, que vê o que está escondido,
te dará a recompensa.
Palavra da Salvação.
Fonte CNBB


Reflexão - Mt 6, 1-6.16-18
O verdadeiro espírito de conversão quaresmal é aquele de quem não busca simplesmente dar uma satisfação de sua vida a outras pessoas para conseguir a sua aprovação e passar assim por um bom religioso, mas sim aquele que encontra a sua motivação no relacionamento com Deus e busca superar as suas imaturidades, suas fraquezas, sua maldade e seu pecado para ter uma vida mais digna da vocação à santidade que é conferida a todas as pessoas com a graça batismal, e busca fazer o bem porque é capaz de ver nas outras pessoas um templo vivo do Altíssimo e servem ao próprio Deus na pessoa do irmão ou da irmã que se encontram feridos na sua dignidade.
Fonte CNBB



CARIDADE, ORAÇÃO E JEJUM Mt 6,1-6.16-18
HOMILIA

O texto de hoje nos ajuda a fazer uma reflexão, uma introspecção. Estamos diante de um Evangelho que determina o nosso ser cristão. É, diria eu, o termômetro da nossa própria fé católica. E não poderia existir passagem melhor do que a do Evangelho de hoje.

A prática da justiça, no sentido religioso, significava a busca de justificação diante de Deus. As mais consagradas eram: a esmola, a oração e o jejum. Por esta prática o piedoso judeu julgava-se justo diante de Deus. Com atitude ostensiva, os líderes religiosos do templo e das sinagogas afirmavam seu prestígio e poder.

A penitência, muitas vezes vista como uma prática de sofrimento, na verdade tem o caráter modificador, que nos transforma que nos faz perceber que podemos viver sem certas coisas do mundo. Que mais forte é Deus que nos dá o suficiente para viver. Compreendemos que os sacrifícios feitos deverão, portanto, ser fonte de crescimento, de amadurecimento espiritual e não motivo de promoção pessoal. E por isso, não devem ser expostos ao mundo, pois é interioridade, é intimidade com Deus.

Isto vale para todos os nossos atos religiosos ou aparentemente humanitários. Não podem ser forma de se vangloriar de sua bondade, mas de promover sua espiritualidade e também o bem de outras pessoas.

Sê assíduo à oração e à meditação. Disseste-me que já tinhas começado. Isso é um enorme consolo para um Pai que te ama como Ele te ama! Continua, pois, a progredir nesse exercício de amor a Deus. Dá todos os dias um passo: de noite, à suave luz da lamparina, entre as fraquezas e na secura de espírito; ou de dia, na alegria e na luminosidade que deslumbra a alma.

Se conseguires, fala ao Senhor na oração, louva-o. Se não conseguires, por não teres ainda progredido o suficiente na vida espiritual, não te preocupes: fecha-te no teu quarto e põe-te na presença de Deus. Ele ver-te-á e apreciará a tua presença e o teu silêncio. Depois, pegar-te-á na mão, falará contigo, dará contigo cem passos pelas veredas do jardim que é a oração, onde encontrarás consolo. Permanecer na presença de Deus com o simples fito de manifestar a nossa vontade de nos reconhecermos como seus servidores é um excelente exercício espiritual, que nos faz progredir no caminho da perfeição.

Quando estiveres unido a Deus pela oração, examina quem és verdadeiramente; fala com Ele, se conseguires; se te for impossível, detém-te, permanece diante dele. Em nada mais te empenhes como nisso.

Não se trata de conceber a oração interior, livre de todas as formas tradicionais, como uma piedade simplesmente subjectiva, e de opô-la à liturgia, que seria a oração objectiva da Igreja; através de toda a verdadeira oração, alguma coisa se passa na Igreja e é a própria Igreja quem reza, porque é o Espírito Santo que vive nela que, em cada alma única, “intercede por nós com gemidos inefáveis” (Rom 8, 26). E essa é, justamente, a verdadeira oração, porque “ninguém pode dizer ‘Jesus é o Senhor’ senão por influência do Espírito Santo” (1Cor 12, 3). O que seria a oração da Igreja se não fosse a oferenda daqueles que, ardendo com grande amor, se entregam ao Deus que é amor?

O dom de si a Deus, por amor e sem limites, e o dom divino que se recebe em troca, a união plena e constante, é a mais alta elevação do coração que nos é acessível, o mais alto grau da oração. As almas que o atingiram são, na verdade, o coração da Igreja; nelas vive o amor de Jesus, Sumo-Sacerdote. Escondidas com Cristo em Deus (Col 3, 3), não podem deixar de fazer irradiar para outros corações o amor divino de que estão cheias, concorrendo assim para o cumprimento da unidade perfeita de todos em Deus, como era e continua a ser o grande desejo de Jesus.

Jesus nos mostra neste texto ao falar da oração, jejum e caridade de forma consciente o momento e o ato mais importante da nossa íntima união com Ele. E nos faz saber que estes atos devem ser livres e desimpedidos, desinteressados de reconhecimento. A partir do momento em que vivemos estas três lições de Cristo oração, jejum e penitência, em nossas vidas, tudo em nós será um eterno aleluia. Jesus terá verdadeiramente ressuscitado em nós.

Espírito de piedade ensina-me o modo de agir que realmente agrade ao Pai, e mereça a recompensa divina.
Fonte Canção Nova