sábado, 30 de abril de 2016

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Evangelho - Jo 14,23-29 - 01.05.2016 - O Espírito Santo vos recordará tudo o que eu vos tenho dito.

6º Domingo da Páscoa
Cor: Branco

Evangelho - Jo 14,23-29

O Espírito Santo vos recordará
tudo o que eu vos tenho dito.

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João 14,23-29

Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos:
23'Se alguém me ama,
guardará a minha palavra,
e o meu Pai o amará,
e nós viremos e faremos nele a nossa morada.
24Quem não me ama,
não guarda a minha palavra.
E a palavra que escutais não é minha,
mas do Pai que me enviou.
25Isso é o que vos disse enquanto estava convosco.
26Mas o Defensor, o Espírito Santo,
que o Pai enviará em meu nome,
ele vos ensinará tudo
e vos recordará tudo o que eu vos tenho dito.
27Deixo-vos a paz,
a minha paz vos dou;
mas não a dou como o mundo.
Não se perturbe nem se intimide o vosso coração.
28Ouvistes que eu vos disse:
'Vou, mas voltarei a vós`.
Se me amásseis,
ficaríeis alegres porque vou para o Pai,
pois o Pai é maior do que eu.
29Disse-vos isto, agora,
antes que aconteça,
para que, quando acontecer,
vós acrediteis.
Palavra da Salvação.
Fonte CNBB


Reflexão - Jo 14,23-29
Jesus gostava de dizer que nunca estava só. Vemo-l’O retirar-Se para a montanha, sozinho, mas para se juntar a seu Pai. E promete aos discípulos não os deixar órfãos porque lhes enviará o seu Espírito, o Espírito Santo, o Defensor. Na hora das grandes confidências,  pouco tempo antes da sua paixão, Jesus anuncia aos seus discípulos que  virá  habitar  neles  com  o seu  Pai,  na  condição  de  permanecerem  fiéis  à sua palavra. Parece dizer: “se quereis que venhamos habitar em vós, aceitai permanecer fiéis a toda a mensagem  que vos transmiti”.  Não somente  o Pai e o Filho querem habitar nos discípulos, mas o Espírito Santo também habitará neles para os ensinar e fazê-los recordar-se de tudo o que Jesus lhes disse. Sabemos que há duas formas de morte: a morte física e o esquecimento. Jesus veio anunciar aos seus discípulos que, após a sua morte, Ele ressuscitará, e o Espírito Santo ajudará os discípulos a não esquecer o que fez e disse: eles farão memória, recordando-se d’Ele, mas, sobretudo, proclamando-O vivo hoje até à sua vinda na glória.
Fonte http://www.dehonianos.org/




A Promessa de Jesus - Jo 14,23-29
HOMILIA

Estamos no último domingo antes da Ascensão, que encerra a presença humana de Cristo na terra.A Igreja celebra nos próximos dias duas grandes festas: Ascensão e Pentecostes; convida-nos a ter os olhos postos no Céu, a Pátria definitiva a que o Senhor nos chama.



O Evangelho (Jo 14, 23-29) apresenta o final do discurso da despedida. Cristo promete aos seus discípulos enviar o Espírito Santo: “Ele vos ensinará e recordará tudo o que vos tenho dito.”



O Senhor prometera aos seus discípulos que, passado um pouco de tempo, estaria com eles para sempre. “Ainda um pouco de tempo e o mundo já não me verá. Vós, porém, tornareis a ver-me…” (Jo 14,19-20). O Senhor cumpriu a sua promessa nos dias em que permaneceu junto dos seus após a Ressurreição, mas essa presença não terminará quando subir com o seu Corpo glorioso ao Pai, pois pela sua Paixão e Morte nos preparou um lugar na casa do Pai, “onde há muitas moradas. Voltarei e tomar-vos-ei comigo, para que, onde eu estou, estejais vós também” (Jo 14,2-3).



Os Apóstolos, que se tinham entristecido com a predição das negações de Pedro, são confortados com a esperança do Céu. A volta a que Jesus se refere inclui a sua segunda vinda no fim do mundo e o encontro com cada alma quando se separar do corpo. A nossa morte será precisamente o encontro com Cristo, a quem procuramos servir nesta vida e que nos levará à plenitude da glória. Será o encontro com Aquele com quem falamos na nossa oração, com quem dialogamos tantas vezes ao longo do dia.



Da Oração, do trato habitual com Jesus Cristo, nasce o desejo de nos encontrarmos com Ele. A fé purifica muitas das asperezas da morte. O amor ao Senhor muda completamente o sentido desse momento final que chegará para todos.



O pensamento do Céu nos ajudará a superar os momentos difíceis. É muito agradável a Deus que fomentemos a virtude da esperança, que está unida à fé e ao amor, e que em muitas ocasiões nos será necessária. Ensinou São Josemaria Escrivá: “À hora da tentação, pensa no Amor que te espera no Céu. Fomenta a virtude da esperança, que não é falta de generosidade” (Caminho, nº 139). Devemos fomentá-la nos momentos em que a dor e a tribulação se tornarem mais fortes, quando nos custar ser fiéis ou perseverar no trabalho ou no apostolado. O prêmio é muito grande! Está no dobrar da esquina, dentro de não muito tempo.



A meditação sobre o Céu deve também estimular-nos a ser mais generosos na nossa luta diária “porque a esperança do prêmio conforta a alma para que empreenda boas obras”( S. Cirilo de Jerusalém). O pensamento desse encontro definitivo de amor a que fomos chamados nos ajudará a estar mais vigilantes nas nossas tarefas grandes e nas pequenas, realizando-as de um modo acabado, como se fossem as últimas antes de irmos para o Pai.



O pensamento do Céu, agora que estamos próximos da festa da Ascensão, deve levar-nos a uma luta decidida e alegre por tirar os obstáculos que se interpõem entre nós e Cristo, deve estimular-nos a procurar sobretudo os bens que perduram e a não desejar a todo custo as consolações que acabam.



Jesus promete aos discípulos o envio de um defensor (Jo 14, 16-17), de um intercessor, que irá animar a comunidade cristã e conduzi-la ao longo da sua história. Trata-se do Paráclito que é o nosso Consolador enquanto caminhamos neste mundo no meio de dificuldades e sob a tentação da tristeza. “Por maiores que sejam as nossas limitações, nós, homens, podemos olhar com confiança para os Céus e sentir-nos cheios de alegria: Deus ama-nos e liberta-nos dos nossos pecados. A presença e a ação do Espírito Santo na Igreja são o penhor e a antecipação da felicidade eterna, dessa alegria e dessa paz que Deus nos prepara” (Cristo que passa, nº 128). Invoquemos sempre o Espírito Santo! Ele é a força que nos anima e sustenta na caminhada cotidiana e nos revela a verdade do Pai.

Mons. José Maria Pereira
Fonte Presbíteros

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sexta-feira, 29 de abril de 2016

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Evangelho - Jo 15,18-21 - 30.04.2016 - Não sois do mundo, porque eu vos escolhi e apartei do mundo.

Sábado da 5ª Semana da Páscoa
Cor: Branco

Evangelho - Jo 15,18-21

Não sois do mundo, porque eu vos escolhi e apartei do mundo.

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São João 15,18-21

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos:
18Se o mundo vos odeia,
sabei que primeiro me odiou a mim.
19Se fôsseis do mundo,
o mundo gostaria daquilo que lhe pertence.
Mas, porque não sois do mundo,
porque eu vos escolhi e apartei do mundo,
o mundo por isso vos odeia.
20Lembrai-vos daquilo que eu vos disse:
'O servo não é maior que seu senhor'.
Se me perseguiram a mim,
também perseguirão a vós.
Se guardaram a minha palavra,
também guardarão a vossa.
21Tudo isto eles farão contra vós por causa do meu nome,
porque não conhecem aquele que me enviou.
Palavra da Salvação.
Fonte CNBB


Reflexão - Jo 15, 18-21
Todas as pessoas vivem segundo uma hierarquia de valores que norteiam a sua existência. Esta hierarquia de valores é determinada pelas experiências da vida, pela educação recebida, pela cultura em geral e pelos conhecimentos adquiridos. Quando uma pessoa é de fato alguém de fé, a fé passa a ser o elemento fundamental da sua hierarquia de valores, toda a sua vida é direcionada para ela e todos os esforços são no sentido de defender e assumir esses valores. Mas quem vive segundo a hierarquia de valores proposta pelo mundo, defende com todas as suas forças os valores do mundo e combate os valores da fé, odiando quem é de Jesus.
Fonte CNBB


OS DISCÍPULOS SERÃO PERSEGUIDOS Jo 15,18-21
HOMILIA

O Evangelho de São João realça a importância fundamental da união a Cristo, a fim da missão ser fecunda: O segredo da coragem e eficácia da missão do Apóstolo está na sua confiança inabalável na Palavra no Espírito Santo que o anima e capacita.

O evangelizador não pode ignorar que terá de enfrentar muitas dificuldades e oposições.

São Paulo fala-nos dos muitos sofrimentos que teve de passar para anunciar o Evangelho: Trazemos, porém, este tesouro em vasos de barro, a fim de que se veja que o nosso poder extraordinário é de Deus e não nosso. Em tudo somos atribulados, mas não esmagados. Somos confundidos, mas não desesperados. Somos perseguidos, mas não abandonados. Somos abatidos, mas não aniquilados (2 Cor 4, 8-9; cf. 11, 22-29).

Os discípulos de Jesus terão de enfrentar o ódio do mundo, tal como Ele o enfrentou. Esse ódio caracteriza o mundo, tal como o amor caracteriza a comunidade cristã. Os discípulos serão perseguidos pelo mundo, porque ele não suporta aqueles que se opõem aos seus princípios. Os que optaram por Cristo são considerados estranhos e inimigos pelo mundo. A sua vida é uma acusação permanente às obras perversas do mundo. É por isso que o homem de fé é odiado. O ódio do mundo manifesta-se na perseguição contra a comunidade dos discípulos de Cristo. Mas estes não devem desanimar na sua vida de fé e no cumprimento da missão de evangelizar. A perseguição e o sofrimento hão-de ser vividos em união com o Senhor. A sorte dos discípulos é idêntica à de Cristo: Se me perseguiram a mim, também vos hão-de perseguir a vós.

O discípulo de Cristo sabe que, ao realizar a sua missão, encontra a resistência do mundo. O evangelizador sabe que apesar de estar no mundo ele não é do mundo, pois os seus critérios não são os do mundo, mas os do Evangelho. Se o mundo vos odeia, reparai que, antes que a vós, me odiou a mim. Se viésseis do mundo, o mundo amaria o que é seu. Mas, vós não vindes do mundo, pois fui eu que vos escolhi do meio do mundo… Como vemos Jesus, ao mesmo tempo em que prepara os discípulos para enfrentarem perseguições, dá-lhes a garantia de que sua missão será eficaz.

As perseguições dos discípulos são as confirmações de que fazem parte dos discípulos de Jesus: Felizes sereis quando vos insultarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o gênero de calúnias contra vós, por minha causa.

Segundo Paulo, como cristãos devemos nos manter firmes, tendo os rins cingidos com a verdade e a couraça da justiça vestida. É interessante ver como Paulo faz de nós valorosos guerreiros. A tua, e minha espada ou facão que devemos trazer na mão é a Palavra de Deus. Ela é eficaz e penetrante, pois chega ao mais fundo do espírito humano.

O evangelho lembra-nos que o servo não é mais que o seu senhor. Não deves ficar assustado ou preocupado se ao teu lado, verificares indiferença e hostilidade. É sinal de que estás fiel a Cristo perseguido e à sua palavra de cruz. Não deves entrar em crise se muitos não pensam como tu, se te atacam por todos os meios antigos e modernos. A fé é sempre algo fora de moda. Por isso, há-de ser procurada e vivida na oblatividade, que consiste no apelo à cruz, ao sacrifício, a saber, amar, à justiça paga com a própria pele.

Portanto, fortalecidos pela presença de Cristo, e dóceis ao seu Espírito, devemos empenhar-nos, como discípulos de Cristo, em denunciar o pecado, em trabalhar para que o mundo dos homens, o nosso mundo atual, com as suas forças, os seus dramas, se abra ao Reino de Deus.

Busquemos as forças na Palavra de Deus e no Espírito Santo, pois eles são as forças que nos capacitam para desfazer as distorções dos corações retorcidos pelas mentiras do homem velho, ou seja, do pai da mentira.
Fonte Canção Nova

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quinta-feira, 28 de abril de 2016

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Evangelho - Jo 15,12-17 - 29.04.2016 - Este é o meu mandamento: amai-vos uns aos outros.

6ª-feira da 5ª Semana da Páscoa
Sta. Catarina de Sena VgDra, memória
Cor: Branco

Evangelho - Jo 15,12-17

Este é o meu mandamento: amai-vos uns aos outros.

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São João 15,12-17

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos:
12Este é o meu mandamento:
amai-vos uns aos outros,
assim como eu vos amei.
13Ninguém tem amor maior
do que aquele que dá sua vida pelos amigos.
14Vós sois meus amigos,
se fizerdes o que eu vos mando.
15Já não vos chamo servos,
pois o servo não sabe o que faz o seu senhor.
Eu chamo-vos amigos,
porque vos dei a conhecer
tudo o que ouvi de meu Pai.
16Não fostes vós que me escolhestes,
mas fui eu que vos escolhi
e vos designei para irdes e para que produzais fruto
e o vosso fruto permaneça.
O que, então, pedirdes ao Pai em meu nome,
ele vo-lo concederá.
17Isto é o que vos ordeno: amai-vos uns aos outros.
Palavra da Salvação.
Fonte CNBB


Reflexão - Jo 15, 12-17
Jesus não quer que nós sejamos seus servos, mas seus amigos. O servo trabalha em função do seu salário e não tem nenhum compromisso com o seu senhor além do vínculo do trabalho. O amigo é comprometido com o outro, acredita nos seus valores e luta com ele na conquista de um ideal comum. Assim, quando Jesus nos chama de amigos, ele quer dizer que está compromissado conosco na construção do ideal do Reino de Deus e quer que todos nós também sejamos seus amigos, comprometidos com ele na construção da civilização do amor.
Fonte CNBB


AMAI-VOS UNS AOS OUTROS Jo 15,12-17
HOMILIA

Há uma palavra que nos liberta de todos os fardos, dores da vida e nos faz atingir o vínculo da perfeição. Essa palavra é amor. João na primeira carta diz que Deus é amor. Além de tudo o mais que Deus seja, e além do mais que Ele tenha feito, esteja a fazer ou venha a fazer – tudo é uma manifestação do Seu amor. Este amor é tão reconfortante como é difícil de compreender. O amor de Deus excede em muito aquilo que os seres humanos rotulam normalmente como amor, o qual é, por vezes, um mero sentimento superficial ou uma paixão louca temporária, esta tantas vezes misturada de egoísmo e cobiça. Deus não Se limita a ter amor ou a demonstrar amor. Ele é amor.

O amor de Deus pela humanidade tem-se revelado de numerosas maneiras, sendo a maior de toda a Cruz. Como seguidores de Jesus, correspondemos ao Seu amor amando os outros, como Cristo nos amou a nós.

No Evangelho de João, Jesus não manda amar a Deus. Seu mandamento é que permaneçamos no amor. É amar o amor, e Deus é amor. O maior amor está em dar a vida por seus amigos, estar totalmente a seu serviço, a exemplo de Jesus. Somos escolhidos para dar frutos que permaneçam para sempre. O fruto é a prática do amor mútuo originando as comunidades. A vida sem amor é um tipo sub-humano de existência. Precisamos do amor dos pais. Precisamos do amor da família e dos amigos. Precisamos pertencer a uma comunidade que ama. Contudo, assim como precisamos receber amor, também precisamos dar amor. Não somos verdadeiramente humanos se não conseguirmos amar. Sejamos, porém claros: O verdadeiro amor não tem origem em nós. A capacidade de amar é criada em nós pelo nosso Criador na pessoa do Seu Filho Jesus Cristo nosso Senhor. É ele que nos convida a amarmo-nos uns aos outros.

Assim, celebrar a Eucaristia é para mim e para ti assumir o compromisso de viver a fraternidade não apenas verbalmente, mas de fato. Assim como Jesus se entrega por nós, que nossa vida seja toda ela vivida na doação e no serviço em favor dos irmãos e irmãs, especialmente daqueles que mais sofrem. Como eu vos amei, assim também vós deveis amar-vos uns aos outros.
Fonte Canção Nova

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quarta-feira, 27 de abril de 2016

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Evangelho - Jo 15,9-11 - 28.04.2016 - Permanecei no meu amor para que a vossa alegria seja plena.

5ª-feira da 5ª Semana da Páscoa
Cor: Branco

Evangelho - Jo 15,9-11

Permanecei no meu amor para que
a vossa alegria seja plena.

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São João 15,9-11

Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos:
9Como meu Pai me amou,
assim também eu vos amei.
Permanecei no meu amor.
10Se guardardes os meus mandamentos,
permanecereis no meu amor,
assim como eu guardei os mandamentos do meu Pai
e permaneço no seu amor.
11Eu eu vos disse isto,
para que a minha alegria esteja em vós
e a vossa alegria seja plena.
Palavra da Salvação.
Fonte CNBB


Reflexão - Jo 15, 9-11
Os mandamentos que Deus nos deu na verdade constituem-se na grande manifestação do seu amor, pois os mandamentos de Deus nos possibilitam a descoberta dos valores que podem fazer o homem verdadeiramente feliz. O cumprimento dos mandamentos tem dois significados: o primeiro é a correspondência ao amor de Deus que nos amou primeiro, e o segundo é trilhar os caminhos para a verdadeira felicidade, pois o amor faz com que permaneçamos unidos a Deus, que é a única fonte da verdadeira alegria, a alegria plena, que é a alegria da perfeita comunhão com aquele que nos ama com amor eterno.
Fonte CNBB


O AMOR É O VÍNCULO DA PERFEIÇÃO! Jo 15,9-11
HOMILIA

Fazendo uma revisão geral ao Evangelho de João, verificamos que demoradamente Jesus dialoga com os seus discípulos abrindo-lhes horizontes para melhor entenderem o mistério do Deus presente na história da humanidade.

Sua vinda entre nós e a máxima prova de amor por nós. Deus Pai mostrou o seu amor a Jesus comunicando-lhe a plenitude de seu Espírito a quando do Batismo no rio Jordão. Deus-amor desceu sobre Jesus como uma pomba a seu ninho, convertendo Jesus no ninho do Deus-amor.

No trecho de hoje demonstra o seu amor aos discípulos da mesma maneira, comunicando-lhes o Espírito que está nele, esse rio de vida que fluirá do interior do cristão e que sacia a sede do coração humano. A fonte do amor é o amor entre o Pai e o Filho. É o amor apropriado ao Espírito Santo.

Permanecer no amor de Jesus é inserir-se nesta dinâmica de amor e vida entre o Pai e o Filho. Partindo de uma adesão pessoal, o permanecer no amor de Jesus significa uma inserção na comunidade de discípulos. É irradiar envolvendo a outros, ampliando a comunidade de amor e prolongando-a no tempo. Jesus permanece no amor do Pai e isso significa que ele observa e cumpre o que o Pai mandou. Não se trata de uma obediência cega como a de um inferior a um superior, mas de uma união amorosa de vontades.

Portanto, a união, a permanência em Jesus – videira, no evangelho de ontem, é a garantia do nosso amor para com Ele. É preciso permanecer no seu amor, assim como Ele permanece no amor de seu Pai.

Jesus, como resposta permanente ao amor de seu Pai e que nos revelou, pede-nos que vivamos no âmbito do amor à Ele e na prática do amor ao próximo. Tal é a atmosfera gozosa em que se move o seguidor de Jesus. Assim como o meu Pai me ama, eu vos amo; permanecei no meu amor.

Este amor deve traduzir-se em alegria, numa visão positiva da vida, em gozo, em taxativo não à desesperança, ao pessimismo, ao medo e ao temor. Não há realidade alguma que não possa ser mudada com amor e pelo amor. Lembro-te o que o amor é o vínculo da perfeição. O amor que gera a vida proporciona a alegria. Como cristão (a) deves viver alegre, porque a alegria é o resultado de uma vida vivida com amor, de uma vida que gera amor e vida. Esta foi a alegria de Jesus e ele deseja que também seja nossa.

Ame e serás perfeito.
Fonte Canção Nova

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terça-feira, 26 de abril de 2016

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Evangelho - Jo 15,1-8 - 27.04.2016 - Quem permanecer em mim, e eu nele, produz muito fruto

4ª-feira da 5ª Semana da Páscoa
Cor: Branco

Evangelho - Jo 15,1-8

Quem permanecer em mim, e eu
nele, produz muito fruto

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João 15,1-8

Naquele tempo, Jesus disse a seus discípulos:
1'Eu sou a videira verdadeira
e meu Pai é o agricultor.
2Todo ramo que em mim não dá fruto
ele o corta;
e todo ramo que dá fruto,
ele o limpa, para que dê mais fruto ainda.
3Vós já estais limpos
por causa da palavra que eu vos falei.
4Permanecei em mim
e eu permanecerei em vós.
Como o ramo não pode dar fruto por si mesmo,
se não permanecer na videira,
assim também vós não podereis dar fruto,
se não permanecerdes em mim.
5Eu sou a videira
e vós os ramos.
Aquele que permaneceu em mim, e eu nele,
esse produz muito fruto;
porque sem mim nada podeis fazer.
6Quem não permanecer em mim,
será lançado fora como um ramo e secará.
Tais ramos são recolhidos,
lançados no fogo e queimados.
7Se permanecerdes em mim
e minhas palavras permanecerem em vós,
pedí o que quiserdes
e vós será dado.
8Nisto meu Pai é glorificado:
que deis muito fruto
e vos torneis meus discípulos.
Palavra da Salvação.
Fonte CNBB


Reflexão - Jo 15, 1-8
O verdadeiro evangelizador tem plena consciência de que ele não atua por suas próprias forças. Também sabe que a missão à qual participa não é uma missão sua ou mesmo humana. Jesus é o grande missionário do Pai e todos nós participamos da tríplice missão de Jesus pela graça do Batismo. Por isso, só podemos produzir frutos para o Reino de Deus, frutos que permanecem para a vida eterna, se estamos unidos a Jesus para participar da sua obra. Se nos separamos de Jesus, deixamos de realizar a obra do Reino para realizar a nossa própria obra, e o resultado disso é o fracasso de todos os nossos esforços.
Fonte CNBB


PERMANEÇA NA VERDADEIRA VIDEIRA Jo 15,1-8
HOMILIA

A produção de fruto é a principal responsabilidade da videira. Jesus exortou os ramos a produzirem muito fruto, a deixar esse fruto permanecer e advertiu que os ramos infrutíferos seriam arrancados. Que fruto espera-se que o ramo cristão produza? Primeiramente, justiça. Esta era a qualidade de uva que o Senhor esperava de sua vinha em Isaías 5, Rm 6:22; Hb 12:11; Fl 1,11; Ef 5,9; e Gl 5:22-23).

Em segundo lugar o fruto inclui as boas obras Cl 1,10, partilhar as posses com os irmãos necessitados Rm 15:28, louvar a Deus Hb 13,15 e ganhar almas Pv 11:30; Jô 4:36; Rm 1:13. Qualquer que seja o fruto, ele tem que ser produzido, em grande quantidade e continuamente.

Para que nós sejamos ramos frutíferos precisamos ouvir e guardar bem as palavras do da verdadeira videira: Todo ramo que, estando em mim, não der fruto, ele o corta; e todo o que dá fruto limpa, para que produza mais fruto ainda. Para que mais uvas cresçam, o Senhor poda os ramos, removendo os rebentos inúteis e tudo o que poderia desviar a força vital da produção. A poda é dolorosa, mas necessária porque muitas coisas sugam nossa força e nos impedem de dedicarmo-nos à produtividade. Precisamos de uma boa capina e poda. Portanto deixa-se corrigir. A outra coisa exigida para produção de fruto é permanecer na videira. Sem a ligação vital com a videira, o próprio ramo murcha e morre. Isto leva à segunda responsabilidade principal desta passagem.

Permanecer em Jesus é essencial para viver e frutificar. Permanecei em mim, e eu permanecerei em vós. Como não pode o ramo produzir fruto de si mesmo, se não permanecer na videira, assim, nem vós o podeis dar, se não permanecerdes em mim. Eu sou a videira, vós, os ramos. Quem permanece em mim, e eu, nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer” (15:4-5). Para produzir fruto precisamos manter uma ligação ininterrupta, uma relação ativa e constante com Jesus.

Aqueles ramos que permanecem em Cristo produzem muito fruto, pois, casos contrários serão colhidos e lançados no fogo. É a pura verdade que Jesus nos diz: sem mim nada podeis fazer. Separado de Jesus, você nada pode fazer nada para melhorar a sua, vida, sua família, sua alma e nem sua relação com Deus. Muitos tentam andar sós, pensando que sua bondade e discernimento produzirão fruto sem se apoiar no Senhor. Se você também está pensando e agindo desta maneira está enganado (a). Somente através de Jesus somos capazes de cumprir a justiça e a verdade que o Senhor espera que produzamos.

Para isso Jesus permanece em nós através de suas palavras: Se permanecerdes em mim e as minhas palavras permanecerem em vós. Alguns buscam divorciar Jesus do que ele diz e procuram uma relação com ele sem prestar cuidadosa atenção à palavra dele. Eles dependem de sentimentos, emoções e experiências. Mas, de fato, Jesus mora em nós somente até o ponto em que sua palavra e seus ensinamentos permanecem em nós. Precisamos lembrar-nos constantemente do que Jesus disse e meditar nisso de modo que ele possa viver poderosamente em nós. O outro modo pelo qual Jesus permanece em nós é ao guardarmos os seus mandamentos: Se guardardes os meus mandamentos permanecereis no meu amor; assim como também eu tenho guardado os mandamentos de meu Pai e no seu amor permaneço.

Portanto, minha irmã, eu irmão, em Cristo, a videira, temos que cumprir seu propósito frutificando, permanecendo nele, guardando seus mandamentos. Peça ao Pai a graça de permanecer na Verdadeira Videira: Pai reforça minha união com teu Filho Jesus, de quem dependo para produzir os frutos que esperas de mim. Amém!

A você que é mãe permaneça unida à Maria, a mulher simples, humilde, cheia de fé, esperança e confiança em Deus. Por isso Deus a tornou a Cheia de Graça. Louve e agradeça a Deus por seres mulher. Parabéns e seja Feliz neste seu dia. Deus a abençoe!
Fonte Canção Nova

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segunda-feira, 25 de abril de 2016

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Evangelho - Jo 14,27-31a - 26.04.2016 - A minha paz vos dou.

3ª-feira da 5ª Semana da Páscoa
Cor: Branco

Evangelho - Jo 14,27-31a

A minha paz vos dou.

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São João 14,27-31a

Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos:
27Deixo-vos a paz,
a minha paz vos dou;
mas não a dou como o mundo.
Não se perturbe nem se intimide o vosso coração.
28Ouvistes que eu vos disse:
'Vou, mas voltarei a vós'.
Se me amásseis,
ficaríeis alegres porque vou para o Pai,
pois o Pai é maior do que eu.
29Disse-vos isto, agora, antes que aconteça,
para que, quando acontecer,
vós acrediteis.
30Já não falarei muito convosco,
pois o chefe deste mundo vem.
Ele não tem poder sobre mim,
31amas, para que o mundo reconheça que eu amo o Pai,
eu procedo conforme o Pai me ordenou.
Palavra da Salvação.
Fonte CNBB


Reflexão - Jo 14, 27-31
No Evangelho de hoje, Jesus nos mostra um dos aspectos mais importantes do amor que é o desejo do bem maior para o outro. O mundo nos apresenta uma falsa idéia de amor que é o amor possessivo: quando amamos uma pessoa, queremos que ela esteja constantemente ao nosso lado porque assim somos felizes. Na verdade estamos pensando na nossa felicidade e não na da pessoa amada. Jesus diz: "Se me amasseis, ficaríeis alegres porque vou para o Pai, pois o Pai é maior do que eu". Assim, de fato, somos nós, uma vez que nos entristecemos quando a felicidade maior do outro não é como gostaríamos que fosse. Na verdade, confundimos paixão e sentimentalismo com amor verdadeiro.
Fonte CNBB


A minha paz vos dou.
HOMILIA

«Deixo-vos a paz; dou-vos a minha paz» (v. 27). A paz é um dom que Jesus derrama nos nossos corações. Jesus vive em nós e, com Ele, está o Pai e está o Espírito Santo. Quem nos pode perturbar? Paulo, apedrejado, e julgado morto, ergue-se, volta à cidade, anuncia a Boa Nova, faz numerosas conversões e parte para animar na fé e encorajar as comunidades de Listra, Icónio e Antioquia, que também passavam por dificuldades: «Temos de sofrer muitas tribulações para entrarmos no Reino de Deus»,
- dizia-lhes. O Apóstolo resiste e está tranquilo porque tem em si a paz do Senhor, uma paz que o mundo não pode compreender. Essa paz leva-o a afirmar: «Comprazo-me nas fraquezas, nas afrontas, nas necessidades, nas perseguições e nas angústias, por Cristo. Pois quando sou fraco, então é que sou forte» (2 Cor 12, 10). Pedro também dirá: «Alegrai-vos, pois assim como participais dos padecimentos de Cristo, assim também rejubilareis de alegria na altura da revelação da sua glória» (1 Pe 4, 13).
Vivemos num mundo cheio de ameaças, as nossas paixões não dão tréguas, tudo
parece avançar como se Deus não existisse. E, como os discípulos que, na escuridão da noite, se debatiam contra os ventos e contra as ondas do mar, também nós nos enchemos de pavor. Assaltam-nos as dúvidas e a nossa fé entra em crise. Deus cala-se dentro de nós. Parece jogar às escondidas. Não responde aos nossos gritos. É a noite escura da fé. É o momento de a exercitarmos para sentirmos o que não sentimos e vermos o que não vemos. É essa a fé que está na base da paz, que vem da comunhão com Deus. Fé em Deus presente, mas ainda não completamente possuído, fé que amadurece na ausência do Esposo, que se aperfeiçoa na busca do Esposo, fé que se purifica nos momentos mais duros e atrozes. As vidas dos Santos mostram-nos tantos exemplos do que estamos a dizer!
A paz vem-nos de um olhar de fé sobre a realidade de um Deus presente, mas procurado com o ardor de um coração ferido pela sua ausência. A paz vem quando se aceita o mistério da ausência de Deus, o seu silêncio, o sofrimento e o mistério da cruz como o momento mais alto do amor de Deus e do testemunho do nosso amor por Ele.
As nossas Constituições lembram-nos: «A vida reparadora será, por vezes,
vivida na oferta dos sofrimentos suportados com paciência e abandono, mesmo na noite escura e na solidão, como eminente e misteriosa comunhão com os sofrimentos e com a morte de Cristo pela redenção do mundo» (n. 24); «Para Glória e Alegria de Deus» (n. 25). Há que não esquecê-lo, quando a tribulação nos bate à porta. Só assim manteremos a paz.
Fonte http://www.dehonianos.org/

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domingo, 24 de abril de 2016

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Evangelho - Mc 16,15-20 - 25.04.2016 - Foi levado ao céu e sentou-se à direita de Deus

São Marcos, Evangelista . Festa
Cor: Vermelho

Evangelho - Mc 16,15-20

Foi levado ao céu e sentou-se à direita de Deus

+ Conclusão do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos 16,15-20

Naquele tempo:
Jesus se manifestou aos onze discípulos,
15e disse-lhes:
'Ide pelo mundo inteiro
e anunciai o Evangelho a toda criatura!
16Quem crer e for batizado será salvo.
Quem não crer será condenado.
17Os sinais que acompanharão
aqueles que crerem serão estes:
expulsarão demônios em meu nome, falarão novas línguas;
18se pegarem em serpentes ou beberem algum veneno mortal
não lhes fará mal algum;
quando impuserem as mãos sobre os doentes,
eles ficarão curados'.
19Depois de falar com os discípulos,
o Senhor Jesus foi levado ao céu,
e sentou-se à direita de Deus.
20Os discípulos então saíram e pregaram por toda parte.
O Senhor os ajudava e confirmava sua palavra
por meio dos sinais que a acompanhavam.
Palavra da Salvação.
Fonte CNBB


Reflexão - Mc 16,15-20

Hoje haveria muito do que falar sobre por que não se ouve com firmeza e convicção a palavra do Evangelho? Porque nós os cristãos, guardamos um silêncio suspeitoso sobre o que acreditamos, apesar da chamada à “nova evangelização”. Cada um fará sua própria análise e mostrará sua interpretação particular.

No entanto, na festa de São Marcos, ouvindo o Evangelho e olhando para o evangelizador, só podemos proclamar com segurança e agradecimento onde está a fonte e em que consiste a força de nossa palavra.

O evangelizador não fala porque assim o recomenda um estudo sociológico do momento, nem porque o manda a “prudência” política, nem porque “ele tem vontade de dizer o que pensa”. A ele lhe foi imposto uma presença e um mandato, desde fora, sem coacção, mas com a autoridade de quem é digno de toda credibilidade: «E disse-lhes: Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura». (cf. Mc 16,15). Quer dizer, que evangelizamos por obediência gozosa e confiadamente.

Nossa palavra, por outro lado, não se apresenta como uma mais no mercado das ideias ou das opiniões, mas que tem todo o peso das mensagens fortes e definitivas. De sua aceitação ou rejeição dependem a vida ou a morte; e sua verdade, sua capacidade de convicção, vem pela via testemunhal, isto é, aparece acreditada pelos signos de poder em favor dos necessitados. Razão pela qual, é propriamente, uma “proclamação”, uma declaração pública, feliz, entusiasmada, de um fato decisivo e salvador.

Por que, então nosso silêncio? Medo, timidez? Dizia São Justino que «aqueles ignorantes e incapazes de eloquência, persuadiram pela virtude a todo o gênero humano». O signo o milagre da virtude é nossa eloquência. Deixemos pelo menos que o Senhor no meio de nós e conosco realize sua obra: estava «Os discípulos partiram e pregaram por toda parte. O Senhor cooperava com eles e confirmava a sua palavra com os milagres que a acompanhavam.» (Mc 16,20).
Mons. Agustí CORTÉS i Soriano Bispo de Sant Feliu de Llobregat 
(Barcelona, Espanha)
© evangeli.net M&M Euroeditors 


SEJA TESTEMUNHA DO SENHOR RESSUSCITADO Mc 16,15-20
HOMILIA

Estamos diante das narrativas de aparições do ressuscitado que segundo os exegetas seriam (16,9-20) acréscimos posteriores, feitos pela Igreja estruturada, provavelmente já no segundo século, a qual achou por bem reforçar neste Evangelho a dimensão do Cristo glorioso.

Glorioso porque? A razão é simples. Os Apóstolos estavam angustiado por não poder realizar o seu sonho de levar o Evangelho a todos os povos conforme Jesus os havia mandado. Pois, eles enviados pelo poder que Jesus recebeu do Pai, os apóstolos deveriam partir, dispostos a caminhar por todas as estradas do mundo, e a anunciar a Boa Nova da salvação a quantos encontrassem. Ninguém podia ser deixado de lado, pois a salvação é um direito de todos. Assim como hoje também os discípulos muitas vezes vacilaram. Tiveram medo de anunciar e pregar o Evangelho com viva voz. E então ressurge Jesus e os confirma na fé dando-lhes a certeza da sua presença entre eles.

Para que eles não ficassem duvidando dá-lhes sinais visíveis e concretos. O primeiro sinal é o de adesão. Assim, Jesus envia-lhes soprando sobre eles afim de que recebam a Força do Espírito Santo. Portanto, o sinal de adesão a Jesus se dá no batismo feito “em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”. Ele é a forma de vincular toda a humanidade com o Pai, por meio de Jesus, na força do Espírito Santo. Desta comunhão de amor deveria surgir uma humanidade nova, fundada na filiação divina e na fraternidade.

Por sua vez os apóstolos têm como tarefa levar os novos discípulos a pautar suas vidas pelos ensinamentos do Mestre. Bastaria ensinar os batizados a observar tudo quanto Jesus lhes havia ensinado: nada mais do que amar a Deus e ao próximo, como fora explicitado no Sermão da Montanha.

Uma certeza deveria animar os apóstolos: o Ressuscitado estaria para sempre junto deles, incentivando-os a serem fiéis à missão. Portanto, nada de se deixarem abater pela grandiosidade e pelas exigências da tarefa recebida.

Ide pelo mundo inteiro e anunciai a Boa Nova a toda criatura! Ou seja, tornai-vos a esperança dos homens, vós que sois, para vós mesmos, causa de desespero. Descobrireis a extensão de vossa incredulidade quando virdes o mundo crer em vossa palavra, vós que sequer confiastes no testemunho de vossos olhos. Sabereis qual a dureza de vosso coração, quando virdes no mundo inteiro os povos mais selvagens proclamarem meu nome sem jamais me terem visto, enquanto vós me renegastes quando vivi entre vós.

Vereis pela terra homens divididos, homens encerrados em ilhas, encravados em rochedos, perdidos no deserto, mágicos, gregos tagarelas, romanos bem-falantes, procurarem a fé pela própria fé, que vós procurastes com a mão e com o dedo no fundo de minhas chagas.

Assim Jesus enviou os Apóstolos ontem, assim faz com você. Ele está enviando hoje a você meu irmão, minha irmã como testemunha de Sua Paixão, de Sua Morte e Ressurreição; aceite que olhe mais de perto esses mistérios. Não deixe que a sua lentidão se serva de obstáculos para os seus irmãos e irmãs. Não tenha medo. Ele está com você. Nada acontecerá com você durante a sua missão. Saiba que a sua disponibilidade em aceitar o convite do anúncio do Evangelho vai fortificar a fé daqueles que hão de crer por meio de você. Quem crer e for batizado será salvo (Mc 16, 16), diz o Evangelho.

Como batizado, batizada saiba que, a fé é para o Batismo o que a alma é para o corpo. Assim, aquele que nasce da água vive da fé: O justo, diz S. Paulo, viverá pela fé (Rm 1, 17). Portanto, aceite o convite, não tenha medo, coloque-se ao serviço do Senhor, servindo os seus irmãos. Seja testemunha do Senhor Ressuscitado.
Fonte Canção Nova

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sábado, 23 de abril de 2016

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Evangelho - Jo 13,31-33a.34-35 - 24.04.2016 - Eu vos dou um novo mandamento: amai-vos uns aos outros.

5º Domingo da Páscoa
Cor: Branco

Evangelho - Jo 13,31-33a.34-35

Eu vos dou um novo mandamento:
amai-vos uns aos outros.

+ Proclamação do evangelho de Jesus Cristo segundo João 13,31-33a.34-35

31Depois que Judas saiu, do cenáculo
disse Jesus:
'Agora foi glorificado o Filho do Homem,
e Deus foi glorificado nele.
32Se Deus foi glorificado nele,
também Deus o glorificará em si mesmo,
e o glorificará logo.
33aFilhinhos,
por pouco tempo estou ainda convosco.
34Eu vos dou um novo mandamento:
amai-vos uns aos outros.
Como eu vos amei,
assim também vós deveis amar-vos uns aos outros.
35Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos,
se tiverdes amor uns aos outros.'
Palavra da Salvação.
Fonte CNBB


Reflexão - Jo 13,31-33a.34-35
«Vós deveis amar-vos uns aos outros»

Hoje, Jesus convida-nos a amar-nos uns aos outros. Também neste complexo mundo em que vivemos, complexo tanto no bem como no mal em que se misturam e amalgamam. Frequentemente temos a tentação de olhar o como uma fatalidade, uma má noticia e, pelo contrário, os cristão fomos encarregados de aportar, num mundo violento e injusto, a Boa Nova de Jesus Cristo.

Na verdade, Jesus diz-nos que «vós deveis amar-vos uns aos outros como eu vos amei» (Jo 13,34). E uma boa forma de nos amar-nos, um modo de pôr em prática a palavra de Deus é anunciar, a toda a hora, em todos os lugares, a Boa Nova, o Evangelho que não é outra coisa que o próprio Jesus Cristo.

«Levamos este tesouro em recipientes de barro» (2Cor 4,7). Qual é esse tesouro? O da Palavra, o do próprio Deus, e nós somos os recipientes de barro. Mas este tesouro é uma preciosidade que não podemos guardar apenas para nós, mas devemos difundi-lo: «Ide, pois, fazer discípulos entre todas as nações (...) Ensinai-lhes a observar tudo o que vos tenho ordenado. Eis que estou convosco todos os dias, até o fim dos tempos» (Mt 28,19-20). De fato —escreveu o Santo Padre— «quem encontrou verdadeiramente a Cristo não pode tê-lo apenas para si, deve anunciá-lo».

É com esta confiança que anunciamos o Evangelho; façamo-lo com todos os meios disponíveis e em todos os lugares possíveis: com a palavra, com as obras e com o pensamento, através do jornal, pela Internet, no trabalho e com os amigos... «Seja a vossa amabilidade conhecida de todos os homens! O Senhor está próximo» (Flp 4,5).

Por tanto, e como nos recalca o Papa João Paulo II, temos que utilizar as novas tecnologias, sem olhares, sem vergonhas, para dar a conhecer a Boa Nova da Igreja de hoje, sem esquecer que apenas com pessoas afáveis, apenas trocando o nosso coração, conseguiremos que também mude o nosso mundo.
Rev. D. Jordi CASTELLET i Sala
(Sant Hipòlit de Voltregà, Barcelona, Espanha)
© evangeli.net M&M Euroeditors |


“Cantai ao Senhor um canto novo, porque ele fez maravilhas; e revelou sua justiça diante das nações, aleluia!” (cf. Sl 97, 1s).
HOMILIA

Meus queridos Irmãos,
Estamos caminhando neste tempo espiritual de muita paz e presença constante do Senhor Ressuscitado em nosso Meio: “Ele Está no Meio de Nós!”.

Jesus está no meio de nós para “fazer novas todas as coisas”(cf. Ap 21, 5). Novo é uma palavra mágica, que domina a publicidade e os jornais, mas também traduz a esperança que se expressa em numerosas páginas das Sagradas Escrituras. O entendimento do cristianismo é baseado na sucessão da antiga e da nova Aliança, do antigo e do novo Povo de Deus. E, também, na passagem da antiga para a nova vida e na observância de uma nova Lei em vez da antiga observância. Páscoa é o tempo de renovação, de renovação que nos santifica e nos coloca mais próximos de Deus. Assim a liturgia de hoje nos pede e nos coloca diante de um novo céu e uma nova terra, uma nova Jerusalém e uma nova criação. Tudo redimido e recriado pela paixão, morte e ressurreição de Cristo!

Caros irmãos,

A Primeira Leitura(cf. At 14,21-27) nos apresenta a obra de Deus em Paulo e Barnabé. Essa leitura poderia ser considerada como uma conclusão e um relatório da primeira viagem missionária de Paulo. Na viagem de volta, visitam de novo as jovens comunidades e instituem os presbíteros.  Estes sucessos desenrolam-se entre os anos 46 e 49. A primeira leitura acentua a ideia de que a missão não foi uma obra puramente humana, mas foi uma obra de Deus. No início da aventura missionária já se havia sugerido que o envio de São Paulo e de São Barnabé não era apenas iniciativa da Igreja de Antioquia, mas uma ação do Espírito (cf. At 13,2-3). Esse mesmo Espírito que acompanhou e guiou os missionários a cada passo da sua viagem. E aqui se repete que o autêntico ator da conversão dos pagãos é Deus e não os homens (cf. vers. 27). A verdadeira novidade no contexto da missão é a instituição de dirigentes ou responsáveis (“anciãos” – em grego, “presbíteros”), que aparecem aqui pela primeira vez fora da Igreja de Jerusalém. Correspondem, provavelmente, aos “conselhos de anciãos” que estavam à frente das comunidades judaicas. Por isso os que têm responsabilidades de direção ou de animação das comunidades devem ficar atentos porque a missão que lhes foi confiada não é um privilégio, mas um serviço que está subordinado à construção da própria comunidade.  A comunidade não existe para servir quem preside; quem preside é que existe em função da comunidade e do serviço comunitário.

Estimados Irmãos,

O Evangelho de hoje fala do amor fraterno (cf. Jo 13,31-33a.34-35). Daquele amor que Cristo nos legou junto com a instituição da Eucaristia na cerimônia do Lava-pés.

O Evangelho fala da glorificação de Cristo. Se o Filho do homem age de modo a manifestar a glória de Deus, muito logo também Deus dará sua glória ao Filho. Qual é essa glória? A glória era a melhor coroa dos reis, seja pela riqueza que possuíam, seja pelo poder que exerciam ou ainda pelo brilho do reinado. Quando o Salmista canta o ser humano como rei da criação, coloca-o como um ser um “pouco inferior a Deus, coroado de brilho e esplendor, com poder sobre ovelhas e bois, animais selvagens, aves do céu e peixes do mar”(cf. Sl 8,6-9). Mas já o Antigo Testamento observava que essa glória, baseada na posse, no poder, no prestigio, é relativa e passageira: “Não te exasperes, quando alguém se torna rico, quando cresce a glória de sua casa. Ao morrer, nada levará consigo e sua glória não o acompanhará depois da morte(cf. Sl 49,17-18)”.

Irmãos e Irmãs,

Quando o demônio tentou Jesus no deserto pela terceira vez, ofereceu “todos os reinos do mundo com sua glória(cf. Mt 4,8)”. Isto é, o diabo ofereceu todas as riquezas, poder e prestígio e fama. A resposta de Jesus manifesta claramente que a verdadeira glória está na adoração e no serviço do Senhor(cf. Mt 4, 10). Esse ensinamento volta muitas vezes nas pregações e nos exemplos de Jesus e, sobretudo, em seu próprio exemplo. Por isso, os pobres e os marginalizados podem dar glória a Deus e serem eles mesmos glorificados, ainda que nada tenham a não ser o desprezo da sociedade.

Jesus viveu a sua paixão e morte da forma mais elevada de glorificar a Deus, porque estava cumprindo à risca a vontade do Pai. João deixa claro que toda a paixão é um caminho de glorificação do Pai, por parte de Jesus; e de Jesus, por parte do Pai. Jesus, portanto, glorifica o Pai, salvando a humanidade com sua morte na Cruz, porque era à vontade do Pai. E o Pai glorifica a fidelidade de Jesus, salvando-o da morte, fazendo-o ressurgir e assentar-se à sua direita.

Como Jesus, os discípulos devem trilhar o mesmo caminho de Jesus. A comunidade eclesial, depois da Páscoa, não tem outra glória a buscar senão a de fazer a vontade do Pai, isto é, salvar a humanidade e fazer acontecer entre nós às alegrias eternas. E essa salvação passa necessariamente pela Cruz. Cada discípulo é convidado a dar ao Pai a mesma glória que Jesus lhe deu. Não em palavras e culto apenas. Mas na doação inteira de si mesmo em benefício de outros. O caminho do Calvário não aconteceu uma única vez com uma só vitima. Repete-se em cada discípulo, que se despoja a si mesmo, assumir a condição de servo de todos, viver solidário com todos, exatamente como fez Jesus. Todas as outras glórias são vãs e passageiras.

A proposta cristã resume-se no amor.  É o amor que nos distingue, que nos identifica; quem não aceita o amor, não pode ter qualquer pretensão de integrar a comunidade de Jesus.  Nos dias de hoje falar de amor pode ser equívoco… A palavra “amor” é, tantas vezes, usada para definir comportamentos egoístas, interesseiros, que usam o outro, que fazem mal, que limitam horizontes, que roubam a liberdade… Mas o amor de que Jesus fala é o amor que acolhe, que se faz serviço, que respeita a dignidade e a liberdade do outro, que não discrimina nem marginaliza, que se faz dom total (até à morte) para que o outro tenha mais vida. O amor de Jesus é a face misericordiosa do Pai.

Caros irmãos,

A Segunda Leitura (cf. Ap 21,1-5a) nos apresenta a nova criação e a nova Jerusalém. A última palavra sobre a História não é a destruição, mas a restauração da pureza inicial. O mundo embriagado pelo poder e pela cobiça é representado por “Babilônia” que foi destruída(cf. Ap. 18,21-14). Mas Deus permanece conosco: Emanuel. É a nova criação, as núpcias de Deus com seu povo. Esta cidade nova, onde encontra guarida o Povo vitorioso dos “santos”, designa a Igreja, vista como comunidade escatológica, transformada e renovada pela ação salvadora e libertadora de Deus na história. Dizer que ela “desce do céu” significa dizer que se trata de uma realidade que vem de Deus e tem origem divina; ela é uma absoluta criação da graça de Deus, dom definitivo de Deus ao seu Povo. Esta nova realidade instaura, consequentemente, uma nova ordem de coisas e exige que tudo o que é velho seja transformado. O mar, símbolo e resíduo do caos primitivo e das potências hostis a Deus, desaparecerá; a velha terra, cenário da conduta pecadora do homem, vai ser transformada e recriada (vers. 1). A partir daí tudo será novo, definitivo, acabado, perfeito.

O testemunho profético de São João nos garante que não estamos destinados ao fracasso, mas sim à vida plena, ao encontro com Deus, à felicidade sem fim. Esta esperança tem de iluminar a nossa caminhada e dar-nos a coragem de enfrentar os dramas e as crises que dia a dia se nos apresentam. A Mãe Igreja de que fazemos parte tem de procurar ser um anúncio dessa comunidade escatológica, uma “noiva” bela e que caminha com amor ao encontro de Deus, o amado. Isto significa que o egoísmo, as divisões, os conflitos, as lutas pelo poder, têm de ser banidos da nossa experiência eclesial: eles são chagas que desfeiam o rosto da Igreja e a impedem de dar testemunho do mundo novo que nos espera.

Irmãos e Irmãs,

O seguimento de Jesus é o seguimento de gratuidade, de generosidade e de amor. O amor tem que ser como Cristo glorificou o Pai, um amor gratuito, que nada pede em troca a não ser a alegria de que o Pai receba essa expressão de amor como glorificação. Não é qualquer gesto caritativo que distingue o cristão nem um amor genérico, que é mais sinônimo de gosto que de entrega.

No amor ensinado por Jesus não há lugar para simpatias e antipatias, que tanto condicionam nossos gestos. A gratuidade é uma virtude rara na sociedade de hoje, tão sensível a pagamentos e recompensas. O amor é generoso e gratuito!

Onde reina o amor, as coisas não ficam como estão. Quem quebra o “status quo”é Deus. É dele que podemos esperar a total novidade. É o que sonha o autor do Apocalipse. No fim da história, ele vê um novo céu e uma nova terra. Não tem mar, moradia do Leviatã. A nova realidade tem uma aparência de uma noiva enfeitada para seu esposo: as núpcias messiânicas. É a moradia de Deus com os homens. É a nova Aliança: eles serão seu povo e ele será seu Deus. É a plenitude do Emanuel, Deus-conosco. É a consolação completa. É tudo o que se pode esperar. É a nova criação.

Quem move a missão é Deus. Missão amorosa. Pelo mandamento novo tudo renova, Cristo e os cristãos gerarão um novo céu e uma nova terra. O desfecho deste movimento deveria acontecer em cada missa: “Ao chegarem, reuniram a Igreja e puseram-se a referir tudo que Deus tinha feito por eles”. Assim devemos também nós recolher as maravilhas de Deus realizadas nos cristãos pela vivência do mandamento novo, apresentando-as como motivo de nossa ação de graças.

Amemos sem amarras, porque Cristo quebrou todas as amarras e retratos falados. Não só amemos com palavras! Coloquemos os mesmos rogos em prática. Amém!

Padre Wagner Augusto Portugal
Fonte Presbiteros

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sexta-feira, 22 de abril de 2016

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Evangelho - Jo 14,7-14 - 23.04.2016 - Quem me viu, viu o Pai.

Sábado da 4ª Semana da Páscoa
Cor: Branco

Evangelho - Jo 14,7-14

Quem me viu, viu o Pai.

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São João 14,7-14

Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos:
7Se vós me conhecêsseis,
conheceríeis também o meu Pai.
E desde agora o conheceis e o vistes.'
8Disse Filipe:
'Senhor, mostra-nos o Pai, isso nos basta!'
9Jesus respondeu:
'Ha tanto tempo estou convosco,
e não me conheces, Filipe?
Quem me viu, viu o Pai.
Como é que tu dizes:
'Mostra-nos o Pai'?
10Não acreditas que eu estou no Pai
e o Pai está em mim?
As palavras que eu vos digo,
não as digo por mim mesmo,
mas é o Pai que, permanecendo em mim,
realiza as suas obras.
11Acreditai-me: eu estou no Pai
e o Pai está em mim.
Acreditai, ao menos, por causa destas mesmas obras.
12Em verdade, em verdade vos digo,
quem acredita em mim
fará as obras que eu faço,
e fará ainda maiores do que estas.
Pois eu vou para o Pai,
13e o que pedirdes em meu nome, eu o realizarei,
a fim de que o Pai seja glorificado no Filho.
14Se pedirdes algo em meu nome,
eu o realizarei.
Palavra da Salvação.
Fonte CNBB


Reflexão - Jo 14, 7-14
Jesus é o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém pode chegar ao Pai sem Jesus, pois ele é verdadeiramente o único caminho que nos leva ao Pai. Ninguém pode de fato conhecer o Pai se não for através de Jesus, pois ele é a Verdade que nos revela o Pai, ele é o próprio Ícone do Pai, ele vive em perfeita comunhão com o Pai, quem conhece Jesus, conhece o Pai e quem conhece o Pai, conhece Jesus. Nós também participamos dessa comunhão na medida em que nos tornamos ícones de Cristo e, participar dessa comunhão é que nos garante a vida em plenitude, a vida eterna, que é a participação na vida divina.
Fonte CNBB


JESUS E O PAI Jo 14,7-14
HOMILIA

Senhor mostra-nos o Pai, e isso nos basta! Esta foi a preocupação de Filipe no Evangelho de hoje e pode ser a de muitos diante de uma situação sem solução humanamente falando. Jesus, no quarto evangelho, fala frequentemente da sua relação com o Pai, da sua união com Ele, pelo fato de ter sido enviado por Ele. Ontem como hoje, os discípulos, agora representados por Filipe, queriam algo mais: uma visão direta do Pai. E então respondendo Jesus Se lhes revela: Eu estou no Pai e o Pai está em mim! Sua essência com o Pai é a mesma. Ele é o eterno Filho de Deus. Nele, por ele e para ele, foram criadas todas as coisas.

Mas esse desejo estava em contradição com aquilo que já nos aparece no prólogo de João: A Deus jamais alguém o viu. O Filho Unigénito, que é Deus e está no seio do Pai, foi Ele quem o deu a conhecer (Jo 1, 18). Mas os discípulos não souberam reconhecer na presença visível do seu Mestre as palavras e as obras do Pai porque, para ver o Pai no Filho, é preciso acreditar na união recíproca que existe entre ambos. Só pela fé se reconhece a mútua imanência entre o Jesus e o Pai. Por isso, a única coisa que havemos de pedir é a fé, esperando confiadamente esse dom. Jesus ao apelar para a fé, apoia os seus ensinamentos em duas razões: a sua autoridade pessoal, tantas vezes experimentada pelos discípulos, e o testemunho das suas obras.

A obra de Jesus, inaugurada pela sua missão de revelador, é apenas um começo. Os discípulos hão-de continuar a sua missão de salvação, farão obras iguais e mesmo superiores às suas. Jesus quer mesmo dar coragem, aos seus e a todos os que hão-de acreditar n´Ele, para que se tornem participantes convictos e decididos na sua própria missão.

Jesus falou muito do Pai. Filipe entusiasmou-se e pediu a Jesus que lhe mostrasse o Pai. Mas o Senhor respondeu-lhe: Quem me vê, vê o Pai. Filipe queria ver o Pai, mas não conseguiu vê-lo em Jesus. Ao contemplar o Mestre ficou pela realidade externa, não conseguindo atingir o interior, a sua realidade íntima, com o olhar penetrante da fé. O verbo «ver», para João, indica duas ordens de realidades: a do sinal visível e o da glória do Verbo.

Eu estou no Pai e o Pai está em mim. Jesus é a revelação de amor, de um amor generoso que quer espalhar-se sem limites, que não tem ciúmes: quem crê em mim também fará as obras que Eu realizo; e fará obras maiores do que estas.

Pai, que eu saiba reconhecer-te na pessoa de Jesus, expressão consumada de teu amor misericordioso por todos os que desejam estar perto de ti.
Fonte Canção Nova

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quinta-feira, 21 de abril de 2016

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Evangelho - Jo 14,1-6 - 22.04.2016 - Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida.

6ª-feira da 4ª Semana da Páscoa
Cor: Branco

Evangelho - Jo 14,1-6

Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida.

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São João 14,1-6

Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos:
1'Não se perturbe o vosso coração.
Tendes fé em Deus,
tende fé em mim também.
2Na casa de meu Pai há muitas moradas.
Se assim não fosse, eu vos teria dito.
Vou preparar um lugar para vós,
3e quando eu tiver ido preparar-vos um lugar,
voltarei e vos levarei comigo,
a fim de que onde eu estiver
estejais também vós.
4E para onde eu vou,
vós conheceis o caminho.'
5Tomé disse a Jesus:
'Senhor, nós não sabemos para onde vais.
Como podemos conhecer o caminho?'
6Jesus respondeu:
'Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida.
Ninguém vai ao Pai senão por mim.
Palavra da Salvação.
Fonte CNBB


Reflexão - Jo 14, 1-6
Jesus está prestes a concluir a missão para a qual foi enviado pelo Pai e sabe que a sua presença histórica no meio dos homens está perto do fim. Por isso, ele inicia a preparação dos apóstolos para que reconheçam a sua nova forma de ser presença na vida das pessoas, assim como para receberem o Espírito Santo e serem conduzidos por ele na sua missão evangelizadora. Jesus inicia esta preparação mostrando aos discípulos que ele jamais os abandonará, mas irá preparar um lugar para onde ele mesmo conduzirá todas as pessoas que ele ama a fim de conviverem eternamente com ele.
Fonte CNBB


JESUS, O CAMINHO PARA O PAI Jo 14,1-6
HOMILIA

Diante de tantas dificuldades pelo que passamos: situação de traições, abandono, desconfiança, injustiças, calúnias, fofocas, doenças, desemprego, complicada sitação financeira. Assim como ontem ante a sua partidade para o Céu, Jesus confortou os seus discípulos para que não se preocupassem, assim também hoje e neste evangelho acontece. Direje-nos palavras de conforto. Ele mostra-nos que não nos deixa abandonados.

O nosso Deus é um Deus presente. É preciso vivermos a certeza de que Ele está no meio de nós dando-nos forças e coragem para que cada dia avancemos seguindo rumo à meta. Sabemos que o caminho é duro de mais. E Muitas vezes parece infindo. E o melhor e sentar e desistir. Todavia, meu filho, minha filha, o mérito, a vitória, o segredo ou seja o trunfo de tudo isto está saber que enquanto caminhamos oiçamos e sintamos ecoar dentro de nós as santas palavras de Jesus: Não se perturbe o vosso coração. Creiam em Deus e creiam também em mim.

Com Jesus e por Jesus nós somos mais do vencedores. Ele é a única solução da nossa vida. Ele é o caminho que nos conduz à casa do seu e nosso Pai. Quero relembrar a figura da porta. Jesus é a porta de entrada para a casa do Pai.

Se com fé, confiança e perseverança clamares por Ele. Virá ergué-lo ainda que estejas no fundo do poço. Por com Jesus e pela força da oração tudo pode ser mundado.

Isto não são falácias, sofismas. Quem nos garante é ele mesmo: quando eu for e preparar um lugar para vocês, voltarei e os levarei comigo para que onde eu estiver vocês estejam também.

Na dúvida de Tomé, Jesus já respondeu a minha e a sua dúvida. Portanto, creia, acredite, professe a sua fé em Jesus que é o caminho, a verdade e a vida que nos conduz até Deus nosso Pai.
Fonte Canção Nova

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quarta-feira, 20 de abril de 2016

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Evangelho - Jo 13,16-20 - 21.04.2016 - Quem recebe aquele que eu enviar, me recebe a mim

5ª-feira da 4ª Semana da Páscoa
Cor: Branco

Evangelho - Jo 13,16-20

Quem recebe aquele que eu enviar, me recebe a mim

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São João 13,16-20

Depois de lavar os pés dos discípulos,
Jesus lhes disse:
16Em verdade, em verdade vos digo:
o servo não está acima do seu senhor
e o mensageiro não é maior que aquele que o enviou.
17Se sabeis isto, e o puserdes em prática,
sereis felizes.
18Eu não falo de vós todos.
Eu conheço aqueles que escolhi,
mas é preciso que se realize o que está na Escritura:
'Aquele que come o meu pão
levantou contra mim o calcanhar.'
19Desde agora vos digo isto,
antes de acontecer,
a fim de que, quando acontecer,
creais que eu sou.
20Em verdade, em verdade vos digo,
quem recebe aquele que eu enviar,
me recebe a mim;
e quem me recebe,
recebe aquele que me enviou.'
Palavra da Salvação.
Fonte CNBB


Reflexão - Jo 13,16-20
«Depois de lavar os pés dos discípulos...»

Hoje, como naqueles filmes que começam lembrando um fato passado, a liturgia faz memória de um gesto que pertence à Quinta-feira Santa: Jesus lava os pés dos discípulos (cf. Jo 13,12). Assim, esse gesto —lido desde a perspectiva da Páscoa— recobra uma vigência perene. Observemos, somente, três ideias.

Em primeiro lugar, a centralidade da pessoa. Na nossa sociedade parece que fazer é o termômetro do valor de uma pessoa. Dentro dessa dinâmica é fácil que as pessoas sejam tratadas como instrumentos; facilmente utilizamo-nos uns aos outros. Hoje, o Evangelho nos urge a transformar essa dinâmica em uma dinâmica de serviço: o outro nunca é um puro instrumento. Tentaria-se de viver uma espiritualidade de comunhão, onde o outro —em expressão de João Paulo II— chega a ser “alguém que me pertence” e um “ dom para mim”, a quem temos de “dar espaço”. A nossa língua o tem apanhado felizmente com a expressão: “estar pelos demais” Estamos pelos demais? Escutamos-lhes quando nos falam?

Na sociedade da imagem e da comunicação, isto não é uma mensagem a transmitir, senão uma tarefa a cumprir, a viver cada dia: «sereis felizes se o puserdes em prática» (Jo 13,17). Talvez por isso, o Mestre não se limita a uma explicação: imprime o gesto de serviço na memória daqueles discípulos, passando logo à memória da Igreja; uma memória chamada constantemente a ser uma vez mais gesto: na vida de tantas famílias, de tantas pessoas.

Finalmente, um sinal de alerta: «Aquele que come do meu pão levantou contra mim o calcanhar» (Jo 13,18). Na Eucaristia, Jesus ressuscitado se faz o nosso servidor, nos lava os pés. Mas não é suficiente com a presença física. Temos que aprender na Eucaristia e tirar as forças para fazer realidade que «tendo recebido o dom do amor, morramos ao pecado e vivamos para Deus» (São Fulgêncio de Ruspe).
Rev. D. David COMPTE i Verdaguer 
(Manlleu, Barcelona, Espanha)
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O GESTO DA HUMILDADE DE JESUS Jo 13,16-20
HOMILIA

Este texto faz parte do da última ceia, no qual Jesus lava os pés dos discípulos, um gesto exemplar de humilde serviço.

Os discípulos na pessoa de Pedro, relutavam em aceitar que o Mestre Jesus lhes lavasse os pés. Este gesto foi interpretado como uma quebra de hierarquia e esvaziamento da autoridade. É que eles pensavam a sociedade organizada em camadas sociais, sobrepostas segundo a importância de cada uma, num sistema de precedências e privilégios.

Jesus recusou-se a pactuar com esta mentalidade, oferecendo-lhes pistas para compreenderem a realidade de maneira diferente. Ele parte do princípio que “o servo não é maior do que o seu senhor, nem o enviado maior do que aquele que o enviou”. Isto vale tanto para o Mestre quanto para os discípulos.

Diante da resistência em acreditar nas suas palavras Ele reagem e diz: “Se compreenderdes estas coisas, sereis felizes, sob condição de as praticardes.” Mais uma vez Jesus insiste na prática dos seus ensinamentos. Faz-nos um puxão de orelha. É preciso não somente crer, mais sim crer e praticar. Senão podemos nos tornar um novo Judas que acabou praticando ao contrário, ou seja, traindo o próprio Filho de Deus. “Aquele que come o pão comigo levantou contra mim o seu calcanhar.”

Somos nós que comemos o pão com Cristo, que comemos o pão que é o Cristo vivo, que proclamamos sua palavra a outros, e depois levantamos contra Ele o nosso calcanhar? Não! Isso não pode acontecer, prezados irmãos! Vamos rezar mais, se preciso jejuar, para que não cedamos às seduções do maligno que não cessa de tentar nos arrastar para longe Deus. Nós somos os mais visados por ele porque somos da linha de frente, somos missionários, somos escolhidos.

Por isso nos constituiu em sal da terra. Isto exige de nós muito cuidado para não perdermos o nosso sabor. Para não perdermos a nossa essência que é o de acolher, viver todos os seus ensinamentos. Por outro lado, Ele nos escolheu e envia para anunciar a sua palavra. Pois nos assegura:

“Em verdade, em verdade vos digo: quem recebe aquele que eu enviei recebe a mim; e quem me recebe, recebe aquele que me enviou.”

Entretanto, trata-se de saber que senhor é aquele que enviou Jesus, segundo a afirmação do Mestre. Sem dúvida, ele está falando do Pai, que fez de Jesus servo e enviado, e que acolhe também os discípulos do Filho como servos e os envia em missão. Se for possível falar em hierarquia, convém saber que só existe uma: a que sobrepõe Deus ao ser humano, o Criador à sua criatura. Além desta, qualquer tentativa de classificar as pessoas em mais ou em menos importantes será sem cabimento. Quem se imagina superior aos demais está usurpando o lugar de Deus. Só ele é o Senhor; todos nós somos irmãos e irmãs.

Nesta ordem de idéias, o gesto de humildade de Jesus é perfeitamente compreensível. Ele agiu como servo, por ser servo. E, como ele, todos devemos agir, pois também somos servos. Portanto, o gesto de Jesus só é incompreensível para quem não pensa como Deus.
Fonte Canção Nova

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