quinta-feira, 11 de janeiro de 2018

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Anúncio do Evangelho (Jo 1,35-42) - 14.01..2018

COR LITÚRGICA: VERDE
2º Domingo do Tempo Comum

Anúncio do Evangelho (Jo 1,35-42)

— O Senhor esteja convosco.

— Ele está no meio de nós.

— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo + segundo João.

— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, 35João estava de novo com dois de seus discípulos 36e, vendo Jesus passar, disse: “Eis o Cordeiro de Deus!” 37Ouvindo essas palavras, os dois discípulos seguiram Jesus.

38Voltando-se para eles e vendo que o estavam seguindo, Jesus perguntou: “O que estais procurando?” Eles disseram: “Rabi (que quer dizer: Mestre), onde moras?”

39Jesus respondeu: “Vinde ver”. Foram pois ver onde ele morava e, nesse dia, permaneceram com ele. Era por volta das quatro da tarde.

40André, irmão de Simão Pedro, era um dos dois que ouviram as palavras de João e seguiram Jesus. 41Ele foi encontrar primeiro seu irmão Simão e lhe disse: “Encontramos o Messias” (que quer dizer: Cristo).

42Então André conduziu Simão a Jesus. Jesus olhou bem para ele e disse: “Tu és Simão, filho de João; tu serás chamado Cefas” (que quer dizer: Pedra).

— Palavra da Salvação.

— Glória a vós, Senhor.
Fonte https://liturgia.cancaonova.com


Reflexão - Anúncio do Evangelho (Jo 1,35-42)
«Rabi "Mestre", onde moras?»

Hoje vemos a Jesus que vinha pela ribeira do Jordão: é Cristo que passa! Deveriam ser quatro horas da tarde quando, apercebendo-se que dois rapazes o seguiam, se virou para lhes perguntar: «Que procurais?» (Jo 1,38). E eles, surpreendidos com a pergunta, responderam: «Rabi, que quer dizer “Maestro”, onde vives?». «”Vinde e vede”» (Jo 1,39).

Também eu sigo a Jesus, mas… o que quero?, O que procuro? É ele quem o pergunta: «De verdade, o que queres?». Oh!, Se eu fosse suficientemente audaz para lhe dizer: «Procuro-te a ti, Jesus», com certeza já o teria encontrado, «pois todo aquele que busca, encontra». Mas, sou demasiado cobarde e respondo-lhe com palavras que não me comprometem demasiado: «Onde vives?». Jesus não se conforma com a minha resposta, sabe muito bem que não é de um monte de palavras que necessito, mas de um amigo, o Amigo: Ele. Por isso diz-me: «Vem e verás», «Vinde e vereis».

João e André, os dois moços pescadores, foram com Ele, «viram onde vivia e ficaram com Ele aquele dia» (Jo 1,39). Entusiasmado pelo encontro, João escreverá: «A graça e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo» (Jo 1,17b). E André? Correrá a procurar o seu irmão para lhe dar a conhecer: «Encontramos o Messias» (Jo 1,41). «Então, conduziu-o até Jesus, que lhe disse, olhando para ele: «Tu és Simão, filho de João. Tu te chamarás Cefas, que quer dizer “Pedra”» (Jo 1,42).

Pedro!, Simão, uma pedra? Nenhum deles está preparado para compreender estas palavras. Não sabem que Jesus veio para levantar a sua Igreja com pedras vivas. Ele tem já escolhidos os primeiros silhares, João e André, e dispôs que Simão fosse a rocha em que todo o edifício se apoiará.

E antes de subir para o Pai, dá-nos a resposta à pergunta: «Rabi, onde vives?». Bendizendo a sua Igreja dirá: «Eu estarei convosco todos os dias, até ao fim dos tempos» (Mt 28,20).
Rev. D. Lluís RAVENTÓS i Artés 
(Tarragona, Espanha)
© evangeli.net Associació Cultural M&M Euroeditors



OS PRIMEIROS DISCÍPULOS DE JESUS Jo 1,35-42
HOMILIA
A vocação dos dois primeiros discípulos nasce do testemunho de João Batista. A partir daí surge uma conscientização vocacional que envolve outras pessoas a partir do testemunho de quem esteve com Jesus: André encontra seu irmão Simão Pedro e o apresenta a Jesus. Em seguida, é Filipe quem encontra Natanael e lhe fala de Jesus. Assim, a partir do testemunho de outros, o grupo dos colaboradores de Jesus vai crescendo.

No Evangelho de João a vocação dos discípulos não se dá da mesma forma que nos outros evangelhos. Nestes, Jesus chama pessoalmente e de forma direta. Em João, o seguimento de Jesus se dá porque algumas pessoas sabem quem é Jesus e o comunicam a outros que, por sua vez, passam a fazer a mesma experiência.

O testemunho do Batista deve ter mudado completamente a vida dos dois discípulos. Vendo Jesus passar, ele diz: “Eis o Cordeiro de Deus”. João chama Jesus dessa forma porque descobriu nele o cordeiro pascal (Ex 12) e o servo sofredor (Is 53), síntese das expectativas de libertação do passado tornada presente na pessoa de Jesus que passa.

Os dois primeiros discípulos devem tomar a iniciativa, sem esperar que Jesus os chame. Para eles, bastou o testemunho de João Batista de que Jesus é o libertador. A partir desse momento, descobrem que em Jesus está a resposta a todos os seus anseios. O Batista, por causa do testemunho, perde os discípulos. Estes, pela coragem da opção que fizeram, dão pleno sentido a suas vidas e passam a ser testemunhas para os outros.

No versículo 38 encontramos as primeiras palavras de Jesus no Evangelho de João: “O que vocês estão procurando?” Do início ao fim de nossas vidas estamos à procura de algo ou de alguém. Como discípulos, procuramos saber quem é Jesus. E ele testa nossa sede, perguntando-nos o que estamos procurando. Esta pergunta, que aparece nos momentos cruciais do Evangelho de João, costuma se manifestar nas fases decisivas de nossa vida: “O que estamos procurando?”

A resposta dos discípulos é movida pelo desejo de comunhão: “Mestre, onde moras?” Os discípulos não estão interessados em teorias sobre Jesus. Querem, ao contrário, criar laços de intimidade com ele.

Para criar intimidade com Jesus é preciso partir, fazer experiência: “Venham ver!”. E o resultado da experiência já aparece: “Então eles foram, e viram onde Jesus morava. E permaneceram com ele naquele dia”. O verbo permanecer é muito importante no Evangelho de João. Por ora os discípulos permanecem com Jesus. Mais adiante, o Mestre dirá: “Permaneçam em mim”. Permanecer com Jesus e com as pessoas é fácil. O difícil é permanecer nele e nas pessoas. Só aí é que a comunhão será plena.

O evangelho afirma que a experiência com Jesus valeu a pena: “Eram mais ou menos quatro horas da tarde”. Quatro horas da tarde, em linguagem simbólica, é o momento gostoso para o encontro, ou a hora das opções acertadas. O passo dado por esses dois discípulos foi de ótima qualidade. Valeu a pena. Essa opção vai gerar frutos a seguir.

André era um dos discípulos que, diante do testemunho do Batista, seguiram a Jesus e fizeram a experiência das “quatro horas da tarde”. Só agora é que o evangelista revela o nome desse discípulo. O outro fica anônimo, podendo assumir o nome de cada um dos seguidores do Mestre. André significa homem (= ser humano). Será que o evangelista quer insinuar que as pessoas só se tornam verdadeiramente humanas depois que fazem a experiência do Mestre? Fato é que a experiência se converte em testemunho que arrasta: André leva Simão a Jesus. O evangelho mostra só um flash do testemunho de André. De fato, o v. 41 diz que “ele encontrou primeiro seu irmão…” Isso dá a entender que teria encontrado, em seguida, outras pessoas… André fala no plural: “Encontramos o Messias”. É uma experiência comunitária e progressiva de quem é Jesus. João o apontara como o Cordeiro de Deus; os primeiros discípulos o chamam de Mestre; Pedro já fica sabendo que se trata do Messias…

Jesus pede que Simão Pedro encontre sua identidade: “Você é Simão, filho de João. Vai se chamar Cefas”. Para o povo da Bíblia, o nome é a identidade da pessoa. Simão será, no Evangelho de João, símbolo de toda pessoa em busca de identidade. Ele dará muitas cabeçadas ao longo desse evangelho, até se encontrar consigo próprio, com sua missão e com Jesus. Talvez o mesmo aconteça contigo. Mas é necessário que passes por tudo isso para que te encontres contigo mesmo e reconheças o Cristo que te chama para a Sua missão!
Fonte https://homilia.cancaonova.com/


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