sábado, 20 de janeiro de 2018

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Marcos 3,22-30 - 22.01.2018

DIA 22 – SEGUNDA-FEIRA   
3ª SEMANA COMUM*

(verde – ofício do dia)

O povo necessita de bons dirigentes, ungidos e iluminados pelo Espírito de Deus, para combater e vencer as propostas malignas que subjugam as pessoas e disseminam mentira e divisão.


Evangelho: Marcos 3,22-30

Proclamação do evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos
Naquele tempo, 22os mestres da lei, que tinham vindo de Jerusalém, diziam que ele estava possuído por Belzebu e que pelo príncipe dos demônios ele expulsava os demônios. 23Então Jesus os chamou e falou-lhes em parábolas: “Como é que satanás pode expulsar a satanás? 24Se um reino se divide contra si mesmo, ele não poderá manter-se. 25Se uma família se divide contra si mesma, ela não poderá manter-se. 26Assim, se satanás se levanta contra si mesmo e se divide, não poderá sobreviver, mas será destruído. 27Ninguém pode entrar na casa de um homem forte para roubar seus bens sem antes o amarrar. Só depois poderá saquear sua casa. 28Em verdade vos digo, tudo será perdoado aos homens, tanto os pecados como qualquer blasfêmia que tiverem dito. 29Mas quem blasfemar contra o Espírito Santo nunca será perdoado; será culpado de um pecado eterno”. 30Jesus falou isso porque diziam: “Ele está possuído por um espírito mau”. – Palavra da salvação.
Fonte https://www.paulus.com.br/


Reflexão - Marcos 3,22-30
«Aquele, porém, que blasfemar contra o Espírito Santo nunca será perdoado»

Hoje, ao ler o Evangelho do dia, você não deixa o seu espanto – “alucina”, como se diz na linguagem da rua —. «Os escribas vindos de Jerusalém» vêem a compaixão de Jesus pelas pessoas e o seu poder que atua em favor dos oprimidos, e — apesar de tudo—dizem-lhe que «estava possuído por Beelzebu» e «expulsava os demônios pelo poder do chefe dos demônios» (Mc 3, 22). Realmente é uma surpresa ver até onde podem chegar a cegueira e a malícia humanas, neste caso de uns letrados. Têm diante da bondade em pessoa, Jesus, o humilde de coração, o único Inocente e não aprendem. Eles deviam ser os entendidos, os que conhecem as coisas de Deus para ajudar o povo, e afinal não só não o reconhecem como o acusam de diabólico.

Com este panorama era caso para dar meia volta e dizer: «Ficai aí!». Mas o Senhor sofre com paciência esse juízo temerário sobre a sua pessoa. Como afirmou João Paulo II, Ele «é um testemunho insuperável de amor paciente de humildade e mansidão». A sua condescendência sem limites leva-o, inclusive, a tratar de remover os seus corações argumentando-lhes com parábolas e considerações da razão. Até que, no final, adverte com a sua autoridade divina que esse fechar de coração, que é rebeldia diante do Espírito Santo ficará sem perdão (cf Mc 3,29). E não porque Deus não queira perdoar, mas porque para ser perdoado, primeiro, cada um tem que reconhecer o seu pecado.

Como anunciou o Mestre, é longa a lista de discípulos que sofreram a incompreensão, quando agiam com toda a boa intenção. Pensemos, por exemplo, em Santa Teresa de Jesus quando tentava levar à mais alta perfeição as suas irmãs.

Não estranhemos, por tanto, se no nosso caminhar aparecerem essas contradições. Serão indício de que vamos no bom caminho. Rezemos por essas pessoas e peçamos ao Senhor que nos dê resistência.
Rev. D. Vicenç GUINOT i Gómez 
(Sant Feliu de Llobregat, Espanha)
© evangeli.net Associació Cultural M&M Euroeditors 


O PODER DE JESUS PARA EXPULSAR DEMÔNIOS Mc 3,22-30
HOMILIA

Conforme a popularidade de Jesus crescia, seus inimigos procuravam, desesperadamente, meios para explicar seus maravilhosos poderes. Finalmente, decidiram alegar que ele expulsava demônios pelo poder do próprio Satanás. Paralelo ao texto de hoje estão Mateus 12:22-32 e Lucas 11:14-23. E com apenas três argumentos Jesus responde e faz uma advertência:

1. Como é que Satanás pode expulsar a si mesmo?

2. Se eu expulso demônios por Satanás, por quem os expulsam os vossos filhos?

3. Para roubar a casa de um homem forte, tem-se primeiro que amarrá-lo. Expulsando demônios, estou amarrando Satanás, de modo que eu possa cumprir minha missão de resgatar àqueles que Satanás mantém cativos.

Sua advertência foi: “Em verdade vos digo que tudo será perdoado aos filhos dos homens: os pecados e as blasfêmias que proferirem. Mas aquele que blasfemar contra o Espírito Santo não tem perdão para sempre, visto que é réu de pecado eterno.” (Marcos 3:28-30).

Depois de Seus debates com os fariseus, e outros inimigos, sobre como guardar o sábado, eis que surge nova questão: de onde vinha o poder de Cristo para expulsar demônios?

Não podendo negar Seus muitos e poderosos milagres, os líderes judaicos tentaram vinculá-los a Belzebu – ou seja, a Satanás. Interiormente, sentiam que esses milagres eram resultado da manifestação divina, mas após terem acusado e perseguido Jesus, ficava difícil admitir a origem divina da obra feita por Ele. O orgulho, ou seja, a falta de humildade, levou tais líderes a essa situação.

O argumento de Cristo permaneceu sem resposta: Como Seus milagres poderiam provir de Satanás, se os destruíam a obra dele? (saúde em vez de doença, libertação de demônios em vez de escravidão a eles). Há aqui uma lição para todos: o orgulho pode obliterar a visão espiritual a ponto de alguém “ao mal chamar bem, e ao bem chamar mal” (Isa. 5:20). Quando uma pessoa chega a esse ponto, corre o risco de pecar ou “blasfemar contra o Espírito Santo” e “não ter perdão para sempre” (Mar. 3:29). Por quê? O fato é que todo pecado pode ser perdoado, desde que seja confessado (I João 1:9). Mas, se alguém chegar ao ponto de achar que o mal é o bem (de que a falsa acusação deles quanto aos milagres de Cristo era correta), então nunca haverão de se arrepender disto, e por conseguinte, não obterão o perdão. Estarão cometendo o “pecado imperdoável”, pois nunca foi confessado para ser perdoado. Poderíamos dizer, então, que “pecado imperdoável” é pecado não confessado e deixado, como esses dos líderes judaicos.

Os escribas vindos de Jerusalém são os enviados dos chefes religiosos que tinham em mãos o culto sacrifical do Templo e o dinheiro do Tesouro, anexo ao Templo. Eles percebem que Jesus, com seu anúncio da verdade e do amor, é uma ameaça para o poder e os privilégios deles. Jesus já havia expulsado o espírito impuro que dominava um homem em uma sinagoga. Eles se empenham em difamar Jesus, para afastá-lo do povo.

O Espírito Santo é o amor. Considerar as obras de amor do Espírito como sendo obras do demônio significa o distanciamento e até a ruptura com o próprio amor de Deus. Rejeitar e matar os que com amor buscam resgatar a dignidade humana dos empobrecidos explorados e excluídos significa a rejeição da vida e do amor de Deus.

Na Encíclica « Dominum et vivificantem », § 46 de Santidade João Paulo II encontramos  razões do porque é imperdoável  o pecado contra o Espírito Santo.

Porque é que a «blasfémia» contra o Espírito Santo é imperdoável? Em que sentido se deve entender esta «blasfémia»? S. Tomás de Aquino responde que se trata da um pecado «imperdoável por sua própria natureza, porque exclui aqueles elementos graças aos quais é concedida a remissão dos pecados».

Segundo uma tal exegese, a «blasfémia» não consiste propriamente em ofender o Espírito Santo com palavras; consiste, antes, na recusa de aceitar a salvação que Deus oferece ao homem, mediante o mesmo Espírito Santo agindo em virtude do sacrifício da Cruz.

Se o homem rejeita o deixar-se «convencer quanto ao pecado», que provém do Espírito Santo e tem carácter salvífico, ele rejeita contemporaneamente a «vinda» do Consolador: aquela «vinda» que se efectuou no mistério da Páscoa, em união com o poder redentor do Sangue de Cristo: o Sangue que «purifica a consciência das obras mortas».Sabemos que o fruto desta purificação é a remissão dos pecados.

Por conseguinte, quem rejeita o Espírito e o Sangue permanece nas «obras mortas», no pecado. E a «blasfémia contra o Espírito Santo» consiste exactamente na recusa radical de aceitar esta remissão, de que Ele é o dispensador íntimo e que pressupõe a conversão verdadeira, por Ele operada na consciência. Se Jesus diz que o pecado contra o Espírito Santo não pode ser perdoado nem nesta vida nem na futura, é porque esta «não-remissão» está ligada, como à sua causa, à «não-penitência», isto é, à recusa radical a converter-se.

Isto equivale a uma recusa radical de ir até às fontes da Redenção; estas, porém, permanecem «sempre» abertas na economia da salvação, na qual se realiza a missão do Espírito Santo. Este tem o poder infinito de haurir destas fontes: «receberá do que é meu», disse Jesus.

Deste modo, Ele completa nas almas humanas a obra da Redenção, operada por Cristo, distribuindo os seus frutos.

Ora a blasfêmia contra o Espírito Santo é o pecado cometido pelo homem, que reivindica o seu pretenso «direito» de perseverar no mal — em qualquer pecado — e recusa por isso mesmo a Redenção.

O homem fica fechado no pecado, tornando impossível da sua parte a própria conversão e também, consequentemente, a remissão dos pecados, que considera não essencial ou não importante para a sua vida.

É uma situação de ruína espiritual, porque a blasfémia contra o Espírito Santo não permite ao homem sair da prisão em que ele próprio se fechou e abrir-se às fontes divinas da purificação das consciências e da remissão dos pecados.

De uma maneira muito resumida diremos que é próprio dos poderosos acusarem e difamarem todo aquele que é considerado como uma ameaça a seu poder, acusando-o agitador, perturbador da ordem, terrorista ou, em um enfoque religioso, possesso do demônio. Na Inquisição, tal coisa aconteceu com freqüência. Hoje, o império estadunidense, em parceria com o estado de Israel, também o faz.

Rejeitar o amor de Jesus é rejeitar o próprio Espírito Santo, que é a comunicação da Vida e do Amor de Deus.
Fonte https://homilia.cancaonova.com/


Leia também:

Nenhum comentário:

Postar um comentário